Mulheres Choronas

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Total ciência dela!
Quando eu a encarno não tem como não sentir. Eu sei que posso ser muito dela. Mas naturalmente carrego traços leves do mistério que ela é. Eu doso quando percebo que posso ir longe demais. Afim de não deixar isso me engolir por inteira. Tem hora certa pra tudo. Jogo mais com a sensibilidade da graça, estou em família. Não quero confundir ninguém com a língua afiada que ela tinha. Aquela que pode chegar a ofender de verdade quem não está preparado. Por isso trago mais de mim mesma e quando preciso de uma válvula de escape, ou de uma intensão do personagem, vou para o mundo real e uso um pedaço dela. Nos Estados Unidos eu tive ajuda de uns bons profissionais que talvez nem sabiam que eram tão bons. O ambiente Californiano  já trás isso com ele. A graça a comédia e o suspense das bruxas em filmes de fixação. O estado é moderno. O que moderniza até mesmo o aspecto da criação de uma bruxa. Como meu objetivo por lá era outro ( e na verdade nem pensei nisso antes do Halloweem) Fui pensar depois do Thanks Givining. Porque uma artista plástica me deu essa ideia mostrando a mim uma foto minha com um comentário um pouco provocador.
Por aqui eu utilizo os recursos que tenho afim de primeiramente me entreter. Uma bruxa de verdade não se importa se o público está ou não gostando da sua atuação. Talvez se tiver muito dinheiro em jogo e ela precisar fazer aquilo custe o que custar. Não sei! Acredito que elas busca equilibrar a verdade do momento. Sem pensar na grana que vai ganhar. Mas ela sabe que vai ganhar algo com isso.
Dentro ou fora da ficção. Essa também é a busca incessante das fadas. E se eu digo isso é porque já fui uma fada de verdade. E trocando ideia com outras fadas, não da pra ser boa a todo tempo. Mas tentamos. Bruxas tem mais paciência. Não?

Voltando a ela.
Ela incomodou Deuses e demônios, filhos e vizinhos e até a puta que pariu sendo muito ela é perdendo a linha. O que a fez ganhar e perder constantemente seguidores. E numa época em que o câncer virou a doença mais temível depois da AIDS, ela sofreu na pele o que era solidão. Mesmo estando sempre acompanhada. Venceu a doença. Mas vira e mexe não consegue se vencer e vencer seus vícios. As vezes fica sã,  fica mal e é vista como boa pela sociedade. As vezes exagera em algumas doses, fica bem e é vista como má. Foram muitas tempestades que tocaram fundo em sua alma. Mas isso, só ela realmente  sabe. O que talvez á deixa confusa sobre o ser ou não ser, e simplesmente topa viver, vai levando e se protege com escudos oferecidos pela vida e pelo mundo. E pela morte de uma pessoa querida. Até mesmo algo. Quem nunca esteve confuso sobre si mesmo e acabou se atrapalhando com as emoções? Ditadores ainda existem tentando enfiar a força mente que você deve ser como tal. E nunca conseguem trabalhar com o que você já é, afim, de ajudar a encontrar o seu equilíbrio natural e te deixar bem consigo mesma.  Faz parte da guerra silenciosa. Aquela que se faz consumando co-atores. E se você não faz parte do núcleo, respeitando todas as regras, leis e diretrizes que esse núcleo tem,  você pode ser um vilão infiltrado de um outro núcleo ou não faz parte de núcleo algum. O que te faz se sentir um nada. Ou simplesmente acreditar que é de outro planeta. Sua opinião não é tão válida, até que alguém "amplamente superior " o defenda ou prove o contrário. Mas na prática é tudo tão mais leve, singelo e mais suave do que toda essa pressão psicosocial imposta, trazida do passado ou simplesmente aceita no presente por nós mesmos como indivíduos em sociedade querendo fazer parte de uma.

⁃ Porque você tá falando sobre tudo isso? Era só fazer o personagem e pronto. Não?
⁃ Eu to gostando do desenvolver da conversa.
⁃ Eu vou tomar uma dose de Gim com tônica. Más volto! Preciso processar.
⁃ Rsrs
⁃ Eu estou escrevendo sobre um personagem. E se a escrita tá assim é porque faz parte e precisa ser assim. Fazê-lo é bem mais fácil. Visualmente falando. Por que eu vi. E o que vivi enquanto ele vivi, esqueço?
⁃ Tá falando muito e não falando nada.
⁃ Se eu falar pouco você pode não entender e me amaldiçoar com a sua "má" interpretação.
⁃ Tá me chamando de burra?
⁃ Não!
⁃ Fiquei afim de jogar no jogo do bicho. Será que eu ganho?
⁃ Ganha!

Fim...

Luz Baixa Onde histórias criam vida. Descubra agora