universo paralelo

a paz ao invés do amor

Corações se despedaçam tão facilmente como flocos de neve se chocando ao chão. É inevitável sentir todo aquele arrepio devastador que todos os sentimentos foram em vão. De repente descobrimos que somos meros mortais na espera pelo dia ruim que sempre há de vir. Dentro de nós passa a existir cacos de vidros espatifados detalhadamente em cada parte de nossas almas.

É inevitável sofrer! A natureza humana nos leva a isso. O sofrimento vem como uma criança saltitante em busca de doce em nossa direção. Ele se disfarça em quem mais amamos. Flores murcham, o céu fica cinzento, a lua é ofuscada por nuvens impiedosas... E o pior de tudo: nunca estamos preparados para o dia ruim – mas ele chega.

A escuridão da madrugada chega, a solidão se maximiza e a dor explode dentro do nosso peito. Tudo se torna tão vazio e sem sentido. O dia ruim sempre chega. O grito em clamor pela liberdade fica preso na garganta. Mas não tem para onde escapar, o sofrimento está ali batendo à nossa porta. Neste momento temos apenas um amigo: o tempo. Só ele para cicatrizar a ferida exposta aos raios do sol.

Da janela do meu quarto os postes de luz da rua sentem pena de mim e entram pela janela para me fazer companhia. Aprecio o esforço para não deixar tudo escuro por aqui. Às vezes a luz do luar também aparece para compartilhar a solidão. A dor existe para ser sentida, mesmo que entremos em um estado de negação.

No final do dia, até na dor há um lado bom.

Hoje eu só quero dormir. Hoje eu escolhi a paz ao invés do amor. Hoje eu estou em busca do meu renascimento. Hoje o passado tenta me atormentar, mas o futuro está tão íntimo do meu coração. Hoje é um novo dia para sorrir.