Setembro

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Michael continuou ouvindo a voz, mas ela parecia mais pacífica agora. Não falava em tom de rispidez agora. Era serena e calma. Michael achou estranho a voz falar dessa forma, mas não reclamou, só ficou curioso.

Michael: “Por que você está na minha cabeça?”

"Eu lhe disse, garoto. Quero lhe ajudar."

Michael: "Mas..."

"Não se preocupe, garotinho. Não vou mais gritar com você. Não quero lhe fazer passar vergonha na frente da sua namoradinha."

Michael corou.

Michael: "Ela não é minha namorada."

"Mas você quer que seja. Não é?"

Michael coçou a nuca.

Michael: "... não. Talvez. Eu não sei."

"Eu sei. Pois, estou na sua cabeça."

Michael: "Isso não posso negar."

Judith apareceu bem na porta do quarto dele. Ela o observou falando sozinho.

Michael: "Não fale mais sobre isso."

Judith: "Michael?"

Michael olhou para ela sobre os ombros.

Judith: "Tá falando com a parede?"

Michael não respondeu. Judith começou a rir.

Judith: "Ah, agora eu vi. Meu irmãozinho está maluco."

Michael: "Sai daqui!"

Judith: "Oh, desculpa. Não queria atrapalhar a "conversa" que você está tendo."

Ela saiu, rindo.
Michael respirou fundo e suspirou frustrado.

"Ela é insuportável."

Michael: "Sim."

"Cuidaremos dela outra hora."

Michael foi pra escola no dia seguinte. Laurie estava lanchando seu bolinho, Michael estava com ela, comendo seu sanduíche.

Dois meninos apareceram.

Menino (1): "Olha só. Os pombinhos estão tendo um almoço romântico."

Eles começaram a gargalhar.

Menino (2): "Aposto que eles se dão as mãos e se beijam."

Os dois falaram "Eca" ao mesmo tempo. Laurie se levantou irritada.

Laurie: "Vocês não tem nada melhor pra fazer não? Nós deixem em paz!"

Menino (2): "Isso, defende seu namoradinho bobo!"

Laurie deu um passo pra frente, Michael se levantou.

Michael: "Sim! Ela é minha namorada! E daí?"

Todos ficaram em silêncio. Laurie o olhou surpresa. Michael fixou nervoso por alguns segundos. O que ele estava dizendo? Ele não pensou nas palavras que disse, ele só... disse. Parecia que não foi Michael quem disse isso, por alguma razão, ele pensou que tivesse sido a voz que falou no lugar dele. Ou só foi puro impulso?

Os garotos ficaram em silêncio. Chocados.

Menino (1): "Bem... eh..."

Menino (2): "Então..."

Eles ficaram sem palavras, e foram embora.

Michael continuou de pé, parado. Talvez paralisado. Ele olhou para Laurie, que estava com as bochechas coradas. Michael corou também.

Angel and Devil [Michael Myers x Laurie Strode Backstory]Onde histórias criam vida. Descubra agora