CAPÍTULO 5

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CAIQUE

Eu não acredito que isso está acontecendo, denovo esse cara em nossas vidas pra ferrar com tudo. Nicola sem conversar comigo resolveu dar uma chance, nas palavras dela, uma ajuda ao homem que assassinou a sangue frio a mãe dela e tentou esfaquear a própria filha, filha essa que é minha mulher e estava com meus filhos em seu ventre.

E ela nem me contou que estão conversando, descobri por acaso quando fui atender a chamada dele enquanto ela tomava banho, é claro que quando ele ouviu minha voz desligou, achei estranho perguntei pra ela quem era e ela acabou confessando, foi ai que surtei.

Mas no fundo ela sabe que está errada, tanto que não me contou quando ele entrou em contato com ela. Resumindo, a briga foi feia, eu estou morrendo de medo dessa aproximação dela com esse crápula, colocando em risco a vida dela e dos nossos filhos, não sei como ela se recusa a acreditar nisso, prefere acreditar na redenção daquele monstro, tentou argumentar dizendo que só vai dar a ele uma ajuda financeira porque ele não consegue emprego, se fosse só uma ajuda financeira ela teria falado comigo desde o desde o começo e teríamos acertado uma pensão mensal que daria pra ele viver bem e principalmente longe de nós, mas conhecendo ela como conheço sei que não é só isso, a teimosa vai se aproximar daquele psicopata e deixa lo se aproximar dos nossos filhos, isso eu não vou admitir.

Depois da nossa discussão vim pro antigo quarto de Rafael, esperei por ela a noite toda, afinal ainda somos aquele casal apaixonado que apesar das brigas, nunca dormimos brigados, sempre conversamos e esclarecemos tudo. Mas não foi o que aconteceu, nem ela veio até a mim e nem eu fui até ela, isso me abalou bem mais do que eu esperava, quando estava quase amanhecendo me rendi e fui até ela.

Entrei sem fazer barulho no quarto, ela estava deitada de costas em posição fetal, chorando baixinho, a abracei devagar por trás e beijei seu rosto molhado.

_ Meu amor, vamos parar com isso, eu ti amo não quero ficar brigado com você.

Ela se virou pra mim e deitou a cabeça em meu ombro.

_ Também te amo, você sabe disso. Me desculpa por não ter contado sobre o meu pai, eu ia contar só esperava o momento certo, se é que ele existe, eu queria te fazer entender que até uma pessoa que fez o que ele fez, merece uma chance de tentar se redimir, ele...

_ O que? Não Nicola, nem pensar. Você ainda está com essa idéia absurda na cabeça? Não traga aquele homem pras nossas vidas...

_ Eu só quero ajuda lo. Ele ja pagou pelo que fez, está sozinho desempregado...

_ Pagou? É sério? Ele passa alguns anos preso e ok, quem morreu, morreu?

_ Claro que não. Eu nunca vou esquecer o que ele fez com a minha mãe, e acredite nem ele irá esquecer, esse é um fardo que vai acompanha lo pelo resto da vida, o que ja é castigo suficiente, eu preciso que você me deixe ajuda lo, até pra mim ficar em paz comigo mesma, eu querendo ou não ele é meu pai.

_ O que exatamente você quer fazer por ele? Dar dinheiro enquanto ele não arruma um emprego? Ok, eu posso lidar com isso, o que não vou admitir é ele chegar perto de você ou dos nossos filhos, ou você se esquece que se dependesse dele, você, Gael e Vitória estariam mortos? Só de lembrar disso eu não vou conseguir ficar sem descarregar minha arma na cara dele se eu o ver. Caralho Nicola...

Ela tira rapidamente a cabeça do meu ombro e se afasta de mim.

_ Não levante a voz. Quer acordar a todos para que ouçam uma discussão novamente?

_ Não. Eu só exijo que você...

_ Não exije nada Carlos Henrique. Eu vou ajudar meu pai do jeito que eu quiser e ponto final, concorde você ou não, entenda que ele está arrependido, sozinho, ele é sangue do meu sangue poxa. Minha mãe se foi e me doeu demais, por ela eu não posso fazer mais nada, mas pelo meu pai eu posso...

_ Ela não teve escolha em ir né? Ele não deu uma chance a ela. Nada do que você disser me fará mudar de idéia, mas você tem razão, eu não tenho o direito de exigir nada e muito menos te impedir de se encontrar com aquele psicopata, apesar de tremer de medo do que ele possa fazer, mas convença um dos meus filhos pra ir junto e ele fará compania pra sua mãe no cemitério a mesma que ele matou e obteve o seu perdão num estalar de dedo, aposte todas as suas fichas nisso.

_ Ameaçando o meu pai? Quem é o psicopata agora? Você sabe o quando o fato dele ter feito o que fez me machuca e faz questão de ficar esfregando na minha cara...

Aquilo me feriu pra caralho. Eu sei que no momento da raiva falamos coisas que não queremos, mas Nicola parecia bem segura do que dizia, não admite que eu chame o pai assassino de psicopata mas me chamou disso sem nem piscar.

_ Meu pai está precisando de mim e não irei virar as costas pra ele, essa não sou eu...

_ Mesmo colocando em risco nosso casamento?

_ Não entendo como isso pode colocar em risco nosso casamento, eu não estou fazendo nada que justifique isso, até entendo o seu medo do meu pai mas não farei nada insensato...

Nem espero ela terminar de falar, pego minha carteira, celular e chave de carro e saio sem olhar pra trás, mesmo ela me chamando.

Agora estou aqui num quarto de hotel, esse é um dos meus hotéis, desliguei meu celular e pedi pra não revelarem a ninguém que estou aqui. Estou tão magoado que não quero conversar com ninguém nem tão cedo.

Este é o livro 2 de "Por Você ". Livro que ainda se encontra aqui no meu perfil, pra entender esse livro vocês precisam ler o outro.

RAFAEL (LIVRO 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora