CAPÍTULO 31

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CAIQUE

Desço rapidamente da ambulância junto com os paramédicos e somos recebidos por Júlio e os médicos plantonistas, preferi vir pra clínica dele ja que é praticamente a melhor de Curitiba.

Corro pra amparar Nicola que grita desesperada ao ver a situação de Rafael, tenho que segura la forte pra ela deixar os médicos trabalharem, todos ficamos desesperados ao ver os médicos saírem correndo com ele pra sala de cirurgia indicando que o estado dele é grave.

A ambulância que trás Beatriz chega em seguida, não faço idéia do estado dela, mas pela reação dos médicos que a recepcionam, não parece ser grave, menos uma preocupação. Me afeiçoei a essa menina, namorar com ela amadureceu o Rafael.

Eu e os homens que foram comigo conseguimos estancar o sangue que jorrava do peito de Rafael antes da ambulância chegar, ainda bem que eu havia chamado assim que soube por Rafael que Bia estava la.

_ Caique por favor. Me diga que meu filho irá ficar bem.. eu não vou perder meu filho ta entendendo? Eu não suportaria.

Não gosto quando ela se refere ao Rafael somente como filho dela mas devido a situação não digo nada. Ela chora um choro sofrido e angustiado em meus braços e fala sem parar, eu só retribuo seu abraço e passo as mãos em suas costas na intenção de acalma la mas é inútil pois eu que me considero forte estou morrendo por dentro, com medo de olhar pra saída da emergência e ver um médico saindo por aquela porta trazendo más notícias, acho que eu também não suportaria.

Vitória e Gael também estão sendo confortados por seus namorados. Por esses dias terríveis que estamos passando Gael nem está se dando conta que está escancarando o relacionamento que ele tanto escondeu.

BEATRIZ

Desperto no susto depois de parecer que dormi por anos e abro os olhos rapidamente o fechando em seguida na mesma velocidade pois a luz do local onde estou me ataca como um soco no olho que me doí dentro do crânio e todo e qualquer pedacinho do meu corpo. A primeira coisa que eu percebo e me conforta absurdamente é que não estou mais pendurada como um animal exposto numa vitrine de carnes.

_ Bia? Bia você está me ouvindo?

Essa voz... Noah? Abro os olhos novamente, dessa vez bem devagar.

_ Ah caramba você acordou piranha, estou a séculos olhando essa sua cara de bolacha pra ver se vejo algum sinal de vida, estava ansioso pra te dizer que nunca mais empresto meu carro, grave isso em letras garrafais nessa cabeça teimosa, você quase me matou de agonia...

Eu olho pra ele sem conseguir esboçar reação enquanto ele fala sem parar.

_ ... não faça a morta, fala comigo Bia, ja fiquei tempo demais sem ouvir sua voz querida.

Engulo um seco e sinto minha garganta rasgando.

_ A água..

Consigo pedir quase num sussurro, ele da dois pulinhos de alegria batendo palmas inaúdiveis e aperta uma campainha atrás da minha maca.

_ Nem acredito que está aqui na minha frente bem e viva amiga. Eu ainda quero te matar por quase me matar de preocupação mas antes vou comemorar e muito por você ter um herói corajoso que te resgatou como um príncipe encantado..

Rafael me resgatou? Como assim? Como e onde ele está? Não consigo fazer essas perguntas com minha garganta seca.

Nesse momento entram pessoas de branco no quarto que deduzo ser o médico e enfermeiros. Meus pais entram também mas não vejo empolgação nenhuma da parte deles, meu pai com a arrogância e indiferença de sempre, e minha mãe com a mesma expressão vazia que é sua característica, nunca sei se ela está triste ou feliz, ao contrário de Noah que me olha emocionado com os olhos marejados, posso não ter pais que me amem mas a vida me deu um irmão que me ama verdadeiramente e é recíproco.

NICOLA

Recebo a notícia que a Bia acordou e fico muito feliz e aliviada, mesmo sabendo que o caso dela não era grave, estava desnutrida, fraca e com uma costela quebrada, aquele monstro do Roberto a atacou covardemente, fomos conversar com ela e ela nos contou detalhes que fez a minha bile subir.

Ja o meu filho... bom, ele está bem agora mas nos deu um grande susto, levou um tiro na perna e outro por pouco não atingiu órgãos vitais, passou por cirurgia e agora está em coma induzido.

Eu neste momento estou aqui no cemitério no enterro da mulher que conheci por poucos minutos como minha madrasta, ela entrou em trabalho de parto assim que chegou em Curitiba e teve uma pré eclampsia na mesa de parto não resistindo. A bebê sobreviveu, é uma linda e saudável menina. Meu pai está aqui do meu lado inconsolável, só Caique nos acompanhou, Gael e Vitória preferiram ficar no hospital com Rafael e Bia.

Claro que não disse abertamente ao meu pai, ele ja está sofrendo terrivelmente, mas a pessoa que disse que ninguém sai dessa vida sem pagar pelo que fez sabia o que estava falando. Ele provocou a morte da primeira esposa, quis começar denovo com uma segunda e não teve essa chance, está aqui chorando pela morte dela assim como eu e minha vó choramos pela morte de minha mãe, não que eu desejasse isso pra ele, longe de mim eu ja o perdoei a muito tempo, mas infelizmente a conta chegou pra ele de uma maneira terrível que eu não desejo pra ninguém.

Demorei mas aparece.
Desculpa a demora, eu ñ estava bem mas agora postarei um capítulo por dia até o epílogo.
Obrigada!
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RAFAEL (LIVRO 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora