Estando aqui em meu quarto e ouvindo o barulho do silêncio da noite lá fora. Madrugada fria, tão fria que me faz sentir necessidade de calor humano. Que maluquice transar com o empregado da fazenda, que maluquice!
Prazeroso foi, ser tocada por um homem experiente, acariciada, beijada, ele era tão decidido. No momento em que ele me deitou na cama e segurou o membro para me penetrar além de sentir o prazer do ato, sentir liberdade. Ele estava tão carinhoso, tão cuidadoso, até que as investidas começaram a ficar mais firmes e fui a loucura, gemi, mordi os lábios, arranhei as costas deles, ele parou e me virou rápido de costas com uma força tremenda, tudo parecia estar acontecendo agora relembrando tudo isso. Havia 1 semana que nos havíamos transado e desde então eu o evitava. Ele era o empregado e eu a patroa, é claro que seria por interesse, por atração física é que não era, e ele pensa que me engana. Preciso parar de pensar nele e no sexo dele, isso sim! Ou não! Que mal há de transar com ele de novo? Quando ele me virou de costas e penetrou me beijando o pescoço sem parar eu alucinei. Fiquei sem chão quando ele tentou me colocar por cima e eu me encolhi de lado.- O que foi? Machuquei você?
Ele perguntou
- Não, não. É que não me sinto a vontade ficando em cima de você.
- Mas eu me sinto e tô com um tesão incontrolável de ver você cavalgando em mim.Nem deu tempo de pensar direito, Marcel simplesmente me colocou em cima dele, e eu coloquei a mão em volta de seu membro para coloca-lo em mim, e antes disso ele segurava um gemido rouco, impaciente. Quando comecei a me soltar e tomar as rédeas da situação, ele me jogou pra baixo dele e juntos gozamos.
Às lembranças ainda estão dançando na minha mente.
Afinal, que mal há em transar?
Marcel não vai me rejeitar, eu sou a patroa dele, ele não se atreveria a tanto...
Ou se atreveria sim.
Quando o encontrei escovando um dos cavalos nos fundos da baia, ele não me olhou, ficou exatamente como estava tratando o animal.
- Oi
Falei.
- Oi
Ele disse.
- Não vim antes porque estava envergonhada, insegura.Decidi falar a verdade, eu não ia vestir a capa da patroa que ia dar uma de orgulhosa e mandona com medo de tomar como resposta algo que poderia me magoar. Eu ia falar a verdade, ia mostrar meus sentimentos e queria ver os dele mesmo que pudesse me machucar. Acabou esse papo de me sentir a vítima em tudo, acabou esse vitimismo gratuito. Porra! Um cara não ia transar comigo daquele jeito a força, ele estava com tesão em mim! Não existe só um tipo de cara, não existe só um tipo Hugo, um tipo Marcel, um tipo tal e tal, existem pessoas diferentes, lugares diferentes. Eu quero viver, quero ser feliz e eu vou ser feliz seja com Marcel, com qualquer outro ou sozinha, a felicidade depende de mim.
-Vergonha de quê?
Ele perguntou.-De você. Insegura se você só havia transado comigo por eu ter te beijado e me jogado em você, insegura se você havia feito isso com medo de perder o emprego.
- Eu não só quis transar com você por te achar gostosa demais, eu também quis fazer amor com você porque mesmo você tendo me tratado mal várias vezes sempre te achei incrível e inteligente. Vendo você trabalhar, tudo que sabe fazer, sendo estudada, tudo isso pra mim é algo de outro mundo e olhar pra você era como se eu não te merecesse. Aí aconteceu tudo aquilo entre nós e depois você me evitou, achei que não tivesse significado nada pra você Bruna.
Ele finalmente parou o que estava fazendo e veio na minha direção, me olhando fixamente.
- Significou tudo pra mim. Eu que agi errado com você, eu que me sentia fraca, inferior, o que aconteceu entre nós foi maravilhoso, até esta manhã eu queria me convencer que tinha sido só sexo, mas agora vendo você, sentindo a verdade em você... te quero Marcel, te quero muito.
Ele pegou meu rosto e me beijou. Um beijo calmo, leve, carinhoso. E ficamos ali fazendo carinho um no outro, decididos a experimentar a história de amor que estávamos dispostos a viver.
FIM
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PERMISSÃO CONCEDIDA AO ENTARDECER
Short StoryBruna tem 23 anos, é formada veterinária e mora na fazenda dos pais. Ela vive um drama pessoal por não aceitar a estética de seu corpo e pra piorar é apaixonada por seu vizinho galã que nunca deu a mínima pra ela. E é esquecendo de lembrar que ela t...