Severus então deixou a criaturinha de lado e correu para seu quarto para buscar em seus livros algum tipo de resposta.
Depois de horas de pesquisa, nos livros mais antigos que possuía, (privilégio de ser dono de toda a biblioteca Prince) ele veio a encontrar o que procurava: Homúnculos.
Aparentemente, no passado se acreditava que o esperma continha um micro humano dentro, e os pesquisadores tinham a esperança de poder criar um humaninho, combinando o esperma aos mais diferentes componentes químicos. Mas, por mais que anos de pesquisa e engajamento tenham sido gastos, nunca houve um resultado sequer. Pelo menos, não até agora.
"Ótimo!" pensou Severus "Eu simplesmente acabo de solucionar um mistério de séculos por acidente, e agora tenho que cuidar desse pequeno monstrinho aqui. Eu mereço!" Completou esfregando as têmporas.
Porém, uma ideia lhe ocorreu:
"Mas, se tratando de uma descoberta tão grande assim, eu poderia muito bem apresentá-lo a comunidade pocionista, como minha mais nova criação. Todos fariam filas e mais filas para terem uma chance de estudar a coisa, eu teria ainda mais reconhecimento." (Reconhecimento este muito bem merecido! Severus era um dos melhores pocionista de todo o mundo, era impossível negar, e talvez, com essa nova descoberta pudesse chegar ao topo do ranking.) Assim, ele também poderia doar o homúnculo a um centro de pesquisa, onde ele ficaria sendo estudado, muito longe de Severus, que teria sua tão amada paz de volta.
Fama e paz, essas duas palavras inundaram o cérebro do sonserino e uma ideia maliciosa nasceu. Era o plano perfeito. Ele só precisava se lembrar com exata clareza de como havia conseguido chegar a esse resultado (para poder provar que era dono da descoberta), e todos os seus problemas estariam resolvidos.Foi quando escutou mais uma vez um choro irritante vindo da cozinha.
Severus saiu de seus devaneios mórbidos e com uma cara emburrada se deslocou para a cozinha, encontrando sem surpresa a pequena criatura chorando, com olhos vermelhos e catarro escorrendo pelo nariz.
"O que droga você quer agora?" Era o que Severus pretendia perguntar, mas antes que pudesse sequer abrir a boca, um estrondo altíssimo ecoou pelo quarto. Parecia que um raio acabara de cair bem no meio da sala.
"A barriga dele acabou de roncar? Isso foi um ronco?!" Pensou Severus com olhos arregalados de espanto. "Como algo tão pequeno consegue emitir um som tão sobrehumano?!"
-Ei, coisa, você... Está com fome?- perguntou se aproximando com cuidado, vendo a criaturinha parar de chorar aos poucos e acenar com a cabeça. -...Você consegue me entender? Entender o que eu digo?- mais um aceno.
"Fascinante! Não é só vivo, mas também parece ter um intelecto relativamente elevado. Não sei se consegue falar, mas pode entender as palavras com clareza." Pensava o homem, aquela coisa com certeza lhe renderia boas conquistas, tinha que se apressar e encontrar logo a receita que originou tudo isso.
-Você consegue falar?- perguntou Severus se aproximando, quando ouviu um ronco vindo de sua própria barriga. Ficar horas trancado no laboratório, completamente alheio da passagem do tempo não era uma boa ideia.
Juntando a fome com o retorno do choro da coisa, Severus deixou de lado suas ideias por um tempo "É melhor comermos logo". Afinal, o homúnculo não lhe serviria de nada se morresse de fome.
Mas quando se dirigiu a cozinha com o objetivo de preparar algo, um pensamento veio a mente: O que um homúnculo come?Colocando o rolinho chorão (vulgo mini Severus) no balcão, o homem começou a retirar diversas coisas da geladeira e colocá-las enfileiradas na frente da coisa. Faria testes com todo o tipo de comida que estava a sua disposição (legumes, frutas, massas, carnes...) e veria quais agradam e quais desagradam seu inconveniente "convidado". Deveria haver alí alguma coisa que ele comeria. Não é?
-Primeiro, vamos começar com isso aqui.- falou Severus pegando um pepino com o intuito de cortar em pequenos pedaços, facilitando a alimentação da criatura. Mas antes que pudesse alcançar a faca, o homúnculo rosnou e correu para fora de seu cobertor improvisado. Sua figura nua correu veloz para longe do legume e se escondeu atrás de um jarro, ainda rosnando.
-Ok, ok, nada de pepino...- disse Severus abaixando o fruto e vendo a coisa relaxar novamente.
-Que tal isso?- perguntou Severus pegando um tomate bem vermelho e deixando que a criatura cheirasse. Ele arriscou um pouco e deu uma mordida, pareceu gostar. Gostar bastante. E logo ele estava se deliciando com a fruta, se lambuzando todo no processo. "Ok, algo que ele goste..."
E assim, pouco a pouco Severus foi fazendo o pequeno experimentar um pouco de tudo, e chegou numa conclusão bastante aceitável: Tomate, pão, frutas e tudo o que seja doce são suas comidas preferidas. Carnes, abóbora, batata, alface e macarrão são bem aceitos. Pepino está no grupo de nem pensar.
Enquanto ia alimentado sua miniatura, ia aos poucos fazendo alguns sanduíches para si, e depois de guardar toda a comida na geladeira, se vira para pegar seu lanche, quando se depara com isso:A coisa teve a AUDÁCIA de usar sua comida como escorregador, se divertindo à beça agora que já estava de barriga cheia.
Severus apenas agarrou o monstrinho com uma mão e com a outra o outro sanduíche que não havia sido usado como brinquedo, se dirigindo ao banheiro enquanto comida rapidamente. Ele logo ligou a pia e esperou-a se encher com água morna, e se livrando dos farelos de pão em sua mão, ele mergulhou a criatura e começou a lavá-la.
O pequeno se debatia e tentava a todo custo escapar, mas Severus era centenas de vezes mais forte e apenas o segurou. Depois de limpo, o pocionista o secou com cuidado e delicadeza e o vestiu com uma de suas roupas (devidamente encolhidas).
Por fim, o homem se dirigiu ao seu quarto, segurando o pequeno, agora demasiado sonolento, próximo ao seu peito (Severus descobriu que ele aparentemente gostava de escutar as batidas de seu coração). Deitou-o sobre uma almofada pequena e a colocou na mesinha ao lado de sua cama, cobrindo a coisinha com um lenço.
Antes que tivesse chance de desligar as luzes e se deitar, o homúnculo se desesperou por estar longe de seu criador e logo correu para fora da sua almofada e se jogou na cama, se agarrando a um travesseiro.
-Hey, você não pode dormir aí comigo.- resmungou Snape enquanto tentava desgrudar a coisa do travesseiro.- Eu posso acabar rolando por cima de você sabia? Você quer morrer?- as ameaças não funcionaram.
Quando os olhos da coisa começaram a dar sinal de choro Severus logo desistiu. Ainda sentia seus ouvidos zumbindo por conta da choradeira mais cedo, não sabia se poderia aguentar isso outra vez.
Dando-se por vencido, apenas mudou suas roupas para um pijama e se deitou exausto. Adormeceu antes de ver como seu pequeno experimento se agarrava a seu peito e dormia contente.
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As aventuras do Mini Snape
FanfictionEm um de seus experimentos parq criar novas poções, o ranzinza professor Severus Snape acaba criando uma outra versão de se mesmo. Uma versão muito menor, mais fofa e atrapalhada. Para esconder seu "descuido vergonhoso" o Mini Snape é mantido tranca...