Gêmeo não-idêntico

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Mourice:

Carlos até que é um carinha legal. Acho que ele vai ser um ótimo colega daqui pra frente.

— Maniho, cheguei — digo entrando em casa.

Ouço um barulho vindo da cozinha. Acho que o Doug está batendo em alguma coisa. Vou até lá e vejo o que é.

— Ô Mourice, me ajuda com isso aqui!

Parece que ele está tentando abrir alguma coisa.

— O que cê tá tentando fazer aí?

Ele me estende um pote de picles que ainda estava fechando. Estava amassado na tampa.

— Por que você quer comer picles?

— Eu com fome, ora.

Douglas é meu irmão gêmeo não-idêntico. Ambos nascemos no mesmo mês e no mesmo ano, mas com um dia de diferença. Para ser mais específico, vinte minutos de diferença. Em nasci do dia 5 de agosto de 2004 às 23:50hrs e o Douglas no dia 6 a 00:10hrs. Agora, por que vinte minutos de diferença? De acordo com o que me contaram, quando minha mãe me teve primeiro, ela foi avisada que tinha mais uma criança para chegar, mas ela teve dificuldades para tê-lo. Logo deram conta de que se tratava de gêmeos.

— Valeu. — disse ele pegando o pote de picles.

O Doug está com o braço direito machucado, por isso ele não conseguiu abrir o pote de picles. Ele vai ter que ficar uma semana sem ir pra escola para ele se recuperar. Mas ele vai ter que justificar a falta dele.

— Como é que seu braço? — pergunto.

— Ainda tá quebrado, né? Como você acha que tava?

— Nossa! Pra que agredir? — falo debochado. — Mas você está bem, pelo menos?

— Estou. Mas fica difícil fazer as coisas com o meu braço dominante enfaixado.

— Calma, calma, você vai se recuperar logo. Só precisa ter paciência.

— Paciência é a coisa que eu mais tenho no mundo, mas também eu tenho pressa.

Caminhamos até a sala e sentamos no sofá.

— Você tem sorte de não ter que ir pra escola.

— Não sei se posso considerar isso "sorte". Mas me fala; como é que foi a aula hoje?

— Normal como sempre. Não teve nada demais, os mesmo professores, o mesmos colegas... mas tem um aluno novo lá na sala, que inclusive, é nosso vizinho.

— Vizinho?

— É. Foi pra ele que eu mostrei a cidade semana passada.

— Ah tá.

Depois dessa frase, ele não fala mais nada. Típico do Doug.

Depois disso Douglas disse que vai pro quarto dele.

— Você não vai almoçar? — pergunto.

— Depois eu pego alguma coisa na geladeira.

E foi-se pro seu quarto.

Acho que eu ainda não expliquei o porque o braço do Doug estar machucado. Ele sofreu um acidente quando ele estava vindo do centro pra casa, uma moto acidentalmente atingiu ele. Por sorte o caso dele não foi tão grave, mas ele teve que ficar de repouso por uma ou duas semanas.

Parando pra pensar agora, eu podia ter pedido o número do Carlos pra gente ir se falando. Se bem que ele pode ter Instagram, mas eu não sei o user dele.

Falling In Love Again [Em Andamento]Onde histórias criam vida. Descubra agora