Extra:Manhã

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Arthur abriu os olhos e observou o ambiente que estava, definitivamente não era o seu quarto, mas o pote de miojo ao lado da cama e a garrafa de água na cabeceira afirmava que havia passado a noite por ali. Entretanto a pessoa dormindo ao seu lado, esse sim era o dono do quarto.

Poderia ficar ali o resto do dia, apenas apreciando Dante com os cabelos espalhados pela cama e pelo próprio rosto, expressão serena com nada além de uma coberta cobrindo o corpo.

Nunca se imaginou nessa situação, até então Dante era hétero, mas, definitivamente não era, né? Por um segundo cogitou que ele poderia ser, porém logo em seguida deu risada de seu próprio pensamento.

Viu o loiro se mexer vagarosamente e por fim abrir os olhos, ele o encarou por alguns segundos enquanto sua mente trabalhava para processar que tinha acordado.

— Arthur? Por que está no meu quarto?

Agora a insegurança que parecia piada a alguns segundos atrás poderia ser verdadeira, mas Arthur era investigador nada escapava de seu olhar, o leve sorriso no rosto do ocultista o entregava.

— Deu pra ver o choque no seu rosto por alguns segundos — Sentou na cama puxando a coberta um pouco para cima.

— Esse tipo de coisa não se faz Dante — Sentou-se também — Mas... Você não se arrepende, né?

— Na verdade sim — A única coisa que escutava no quarto era a respiração pesada do moreno — De não ter ficado acordado por um pouco mais de tempo.

Arthur sentiu seu rosto esquentar, nunca imaginou Dante dizendo coisas como essas para si, minto, já havia imaginado muitas vezes, mas nunca cogitou que aconteceria, e sinceramente era muito melhor do que qualquer coisa que imaginou algum dia.

— Bom, você está acordado agora — Foi a vez de Dante ficar vermelho.

— Não vou fazer isso as seis da manhã — Mas mesmo assim se aproximou um pouco mais do outro agente.

O Gaudério afastou os fios que caiam sobre o rosto do loiro, apreciando a vista de seus olhos, puxou o rosto dele para mais perto e deixou um breve selar em seus lábios.

— Eu vou fazer o café, acho que a Ivete ainda está dormindo — diz levantando da cama.

Enquanto Arthur pegava suas roupas do chão sentiu o olhar do ocultista em si, olhou para trás sorrindo e o outro sorriu também apontando a porta com o queixo, ele terminou de colocar as roupas e caminhou para fora do quarto.

O loiro demorou um pouco para sair, estava pensando na noite anterior, ficou um pouco surpreso com o beijo inesperado de Arthur, estava tão atônito com a situação que nem ao menos tinha parado para pensar que Balu estava na casa e dormindo com Ivete, não que não soubesse que os dois estavam em um relacionamento, mas era a primeira vez que o outro dormia no apartamento.

Desde que Verissimo desapareceu tudo parecia um caos, nunca tinha tempo para descansar devidamente, passava muito tempo com Arthur mas nunca da forma que passaram na madrugada anterior, talvez se não fosse toda a correria isso teria acontecido a muito tempo.

Quando saiu do quarto já devidamente vestido para o longo dia que teria pela frente, viu a café já sobre a mesa e todos que estavam na casa sentados em volta dela, se aproximou e teve que pegar Jeniffer no colo para poder se sentar na cadeira que estava "vaga".

O clima no ambiente era meio desconfortável mas não pesado, ninguém olhava no olho de ninguém, Antônio arriscava alguma piada de vez em quando, porém depois de alguns minutos Arthur falou algo que quebrou completamente o clima tenso.

— Então agora eu posso considerar o Balu meu padrasto? — falou com seriedade.

Mas esse não foi efeito que a frase teve, Ivete ria desacreditada, Balu estava em choque e Dante quase derrubou o café do copo enquanto dava risada.

— Eu acho que sim? — Estava mais para uma pergunta do que uma afirmação.

A mulher falou mas nem ela sabia se estava pronta para aquilo, Balu encarava ela como se entendesse que a mulher queria uma confirmação, então apenas concordou com a cabeça, se abrisse a boca provavelmente não iria conseguir falar nada coerente.

— Sim Arthur, se essa for sua vontade, mas acho que preferimos ir com calma — Virou o copo de café que estava bebendo — Cê deixou o homem todo confuso meu filho — Apontou para Antônio.

— Eu precisava confirmar minhas dúvidas...

Levantou da mesa e caminhou em direção ao quarto, quando voltou de lá estava com os coturnos nos pés e a caixa de violão nos ombros.

— Balu, se você machucar a Ivete já sabe né? — Caminhou até a mesa — Eu já vou indo, eu tenho umas coisas pra resolver e tá ficando tarde. Daqui a pouco a gente se vê.

O moreno deixou um breve selar nos lábios de Dante e foi saindo da cozinha.

— Campeão! — Ele se virou para olhar — Bonitinho né?

— Bonitinho Balu, bonitinho — Virou sorrindo e foi em direção a porta.

Enquanto deixava a casa Dante e Ivete encaravam Balu com um rosto em pura dúvida.

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Bonitinho gente, bom visto que essa era uma das fanfics com mais curtidas e visualizações decidi agradar um pouco.

Não sei se era isso que esperavam, eu sei que muito aqui é bem clichê, mas eu não consigo fugir dos clichês.

Espero que tenham gostado, beijo.

Madrugada - DanthurOnde histórias criam vida. Descubra agora