Sísifo entregou o pão à jovem que todos os dias vinha especificamente para comprar dele. Com um gentil sorriso, agradeceu:
"Aqui está. Obrigado pela preferência!"
"Mas é claro! O seu pão é perfeito!"
"Na verdade, não é meu pão. É dela. Eu só estou ajudando."
"Hum... E não quer me ajudar também? Eu pago bem!"
"Não, obrigado. Prefiro continuar por aqui."
Aquelas conversas andavam cada vez mais frequentes, de pessoas querendo um contato maior com Sísifo, atraídas por sua simpatia, o que gerava em Korina a sensação de estar ao lado de alguém muito importante sem dar o devido valor.
"Você está cada vez mais popular, hein?", comentou ela, tentando esconder o pouco de raiva ao vê-lo tão procurado.
"É só gentileza. As pessoas se sentem bem quando são tratadas bem."
"Não é só isso. Você não notou como as mulheres adoram comprar de você?"
"Bem, a maioria dos clientes são mulheres, não é?"
"Sim, mas... Ah, esquece. Você não entende."
"Heh, eu entendo sim, mas não tenho tempo para essas coisas. Estou muito focado no meu objetivo."
"Ser meu guarda-costas... Está mais para ajudante de padeiro agora."
"É verdade. Já estou aqui há tanto tempo, e nada mais aconteceu. Aqueles assaltantes, um sujeito que quis se engraçar com você... e mais nada. Até parece que vim aqui à toa. Mas é melhor assim. Eu gosto dessa paz, você não? Esta brisa... e os pássaros voando alegres sobre a vila, enquanto todos se ocupam com seus trabalhos. Este é um bom lugar para viver."
"Acha mesmo? Às vezes me pergunto por que meu pai, que tanto viajou, escolheu um vilarejo tão minúsculo como este."
"Talvez ele quisesse ficar longe de grandes encrencas... Ou então..."
"Ou então...?"
"Ou então ele só estivesse preocupado em se deslocar muito com uma criança pequena. Ele fazia tudo por você", respondeu o cavaleiro, com aquele sorriso gentil que parecia, mais uma vez, esconder algo.
"Você sempre omite coisas... Agora, no diário... O que você sabe que eu não sei, Sísifo?"
"Há coisas que não precisam ser ditas porque são, digamos, trabalho em andamento. Não costumo dizer tudo o que penso quando o assunto é minha missão. Mas não se preocupe, eu não estou sendo falso, garanto. Tudo o que quero é protegê-la bem até o seu aniversário."
Eles foram interrompidos por mais um cliente, que levou todo o restante dos pães. Agora, com a carroça vazia, Korina espreguiçou-se e preparou-se para voltar para casa mais cedo.
"Hoje terminamos mais cedo por causa das suas fãs. Cada vez mais elas querem comprar de você."
"Podemos aumentar a produção então, pelo menos até seu aniversário, que, aliás, está chegando. Só mais alguns dias."
Era verdade. Aquelas semanas passaram rápido, à medida que ela se acostumou com a presença de Sísifo, acompanhando-a em todas as tarefas, feito um irmão. E agora era estranho imaginar-se sem ele por perto, dando-lhe certo conforto. Não tinha mais medo de andar pela estrada, pois a força absurda dele colocaria qualquer assaltante para correr. Também não conseguia imaginá-lo traindo a confiança delas, sendo sempre tão honesto, incluindo o dinheiro dos pães.
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Em qualquer dia num possível futuro
Fanfiction[Fanfic de Saint Seiya - The Lost Canvas] Korina, filha de um casal de padeiros, recebe a estranha proposta de ser protegida por Sísifo, o cavaleiro de Sagitário, até o dia de seu aniversário. Contudo, a garota aprendeu a nunca confiar em estranhos...