Capítulo 14 - Suspeitos.

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Marília Mendonça's point of view.

Depois de um rápido banho, e troca de roupas, segui para a delegacia o mais rápido que pude. A notícia de que foi encontrado o número da conta para qual o dinheiro roubado foi transferido trouxe um gás a mais para meu dia, que por sinal já estava bem mais tranquilo graças a Maiara. Eu não sabia dizer, mas algo aquela noite havia sido diferente. A ruiva não só me deu uma bela e satisfatória noite de sexo, mas também me fez relaxar, e consequentemente esquecer os problemas. O jantar divinamente delicioso trouxe uma espécie de calmaria para mim. Confesso que ter aquele lado da ruiva era um tanto diferente, entretanto, bom.

- Bom dia, agente. – um dos oficiais falou assim que entrei na delegacia.

- Bom dia.

Cruzei a recepção da delegacia rapidamente, seguindo em direção aos elevadores. Minha cabeça começou a trabalhar mais rápido, trazendo consigo a ansiedade. Pressionei duas vezes o botão do andar em que ficava minha sala, em uma tentativa falha de ir mais rápido. Assim que as portas de metal se abriram, segui em direção a minha sala. Ao entrar na mesma, me deparei com Lauana, Luísa e Marcela.

- Finalmente! – Marcela exclamou ao levantar-se de sua cadeira giratória.

- Desculpe, eu tive que passar em casa para tomar um banho.

Recebi alguns olhares maliciosos, que cuidei de desviar. Me aproximei da mesa, onde continha um amontoado de papeladas próximo ao notebook que resgatamos no galpão abandonado.

- Podem me passar o relatório.

Luísa lançou um olhar para Lauana, que assentiu.

- Bom, Marília... como fui uma das grandes culpadas pela falta de supervisão no sistema, pedi para as meninas que ficassem comigo essa madrugada. – Lauana falou com os olhos concentrados em mim. – E juntas, montamos o computador novamente.

- Deu certo trabalho, a máquina tinha um bom sistema de segurança. – Luísa disse com a expressão visivelmente exausta.

- Mas o importante é que demos um jeito. E conseguimos pegar o histórico de transferência. Sabemos a numeração digitada no processo, mas apenas isso. – Marcela completou enquanto empurrava o pedaço de papel com a numeração.

- Com a numeração podemos saber o banco e a agência. – disse ao fitar a sequência numérica.

- Podemos. E já fizemos uma leve pesquisa pelo sistema da polícia. A conta é na suíça. – Lauana disse entregando o outro papel.

- Droga.

Bancos suíços e sua singular forma de proteção de informações. Não era a toa que muitos dos criminosos cuidavam de ter seu dinheiro devidamente guardado no cofre suíço. Lá era seguido acirradamente o sigilo das informações sobre qualquer tipo de movimentação ou dados, a não ser que seja solicitado por meio do proprietário da conta.

- Temos uma petição policial, podemos obter informações, e eles vão ter que nos dar. – Luísa comentou.

- Para isso precisaríamos abrir contato com o departamento de grandes casos de lá. – murmurei insatisfeita.

- Tenho conhecidos de lá. – Marcela exclamou.

- Você poderia entrar em contato com eles, para mandar uma equipe até o banco. – Lauana soltou tranquilamente.

- Não... – afastei-me da mesa, enquanto minha cabeça parecia trabalhar mais rápido do que o normal. – Não vamos avisar ninguém ainda.

As três me olharam confusas, procurando decifrar o que se passava por minha cabeça. Eu não poderia tomar qualquer tipo de decisão precipitada, tudo precisava ser devidamente pensado e calculado.

Xeque-mate | Adap. MaililaOnde histórias criam vida. Descubra agora