Era uma manhã calma. Estava em meu escritório, revisando alguns papéis e organizando a compra de minhas mercadorias.
Enquanto tomava meu café. Eu não tinha muito tempo para tomar café tranquilamente. Geralmente, eu tomo café enquanto trabalho e organizo minhas coisas.
Batidas na porta roubam minha atenção me desconcentrando da papelada.
- Entra - Falei olhando para a porta que logo foi aberta, me dando a visão do meu irmão, Diogo.
- Está tudo bem? Anda meio ocupada nesses últimos dias, nem tem tempo para tomar café direito - Disse se sentando na cadeira de frente para mim, enquanto eu tomava o líquido quente.
- Realmente, nesses últimos dias não tive tempo, mas lhe prometo que isso não irá acontecer novamente - Expliquei voltando minha atenção para a enorme pilha de papéis. Pude ouvir um suspiro pesado de meu irmão.
- Carla...- Tentou falar mas eu o olhei, e interrompi.
- Você sabe muito bem, que não gosto que me chame pelo meu nome. Sabe que é perigoso isto - Expliquei pela milésima vez. Diogo tinha essa péssima mania de me chamar de Carla.
Isso era perigoso, por estar no mundo da máfia, acabo tendo muitos inimigos.
- É sério isso? É o seu nome, qual o problema nisso? - Afirmou enquanto eu ainda o olhava.
- É meu nome mesmo, mas é perigoso Diogo, você não entende isso pois é muito novo e não conhece os meus inimigos. Não sabe do que eles são capazes pra tentar acabar comigo! - Contei.
- Mais um motivo para você deixar esse mundo do crime. Além do risco de morte, não vale a pena - Murmurou.
- Eu quis seguir o ramo do papai, o mesmo caminho do papai. Você entende que isso era importante para ele, que esse era o único trabalho dele, e sem esse trabalho, oque seria de nós dois, irmão?! Não temos nossos pais biológicos, agora não temos nem nosso pai adotivo. Apesar de ser perigoso, é a única maneira, e não quero ver você passando por dificuldades! - Falei calmamente tentando diminuir sua preocupação.
Ele tinha bastante crime. Mesmo se eu deixasse, Diogo nunca iria querer entrar pra esse mundo.
Mas eu não deixo, ele apenas vive nessa casa e seguro. Tem seguranças sempre, e poucas pessoas sabem que ele é meu irmão, somente os seguranças dessa casa e pessoas da minha confiança.
- Eu tenho medo de te perder. É difícil pra mim, perdi nossos pais, a pouco tempo atrás o nosso pai adotivo. E se acontecer algo com você? Não sei se sou capaz de conseguir viver normalmente, e seguir em frente. Você é a única pessoa que tenho, única que tem meu sangue. É minha irmã que eu tanto amo, e me preocupo. Por isso essa preocupação ao extremo. Só tenho você! - Revela. Suspirei pensativa.
Ele estava certo. Só tínhamos um ao outro e mais ninguém. Sempre cuidamos um do outro com unhas e dentes, e sempre temos muito amor um pelo outro e bastante preocupação. Diogo, sempre me viu como mãe e irmã mais velha ao mesmo tempo.
Por ele nunca ter tido um papel de mãe, eu acabei sendo esse exemplo pra ele. Já perdi as contas de quantas vezes dei banho nele quando pequeno, dei comida, coloquei pra dormi, cantei músicas quando tinha pesadelos do acidente. Então, para ele eu era basicamente uma mãe, uma mãe que nunca teve.
O mesmo sempre foi um garoto de ouro. Um coração imenso, um amor enorme e uma doçura encantadora. Ele não era igual os outros homens, não. Ele era bondoso, inteligente, educado, gentil e extremamente cavalheiro, sempre sonhou em ter um relacionamento sério, se casar e poder ter uma grande família, mas dizendo o mesmo que até hoje nunca se apaixonou por nenhuma garota. Mas, tenho absoluta certeza, que a garota que ganhar seu puro coração, será uma tremenda sortuda.
- Você não vai me perder. Pra isso eu dobro minha e nossa segurança, e tomo todo cuidado possível. Por isto peço para não me chamar de Carla. Eu amo você e sempre vou estar com você. Não te deixei nem naquele acidente, acha que deixaria agora? De maneira alguma. Quero ver você se casando e me dando sobrinhos - Acabamos rindo juntos - Prometi para nosso pai adotivo, que iria cuidar de você até meu último dia de vida, mesmo se não puder evitar minha morte, e assim irei cumprir de todas as maneiras possíveis! - Afirmei enquanto segurava em sua mão com cuidado.
- Só vou ficar tranquilo se você redobrar sua segurança - Falou com um sorriso, um sorriso que ele fazia quando me pedia algo e eu tinha que prometer.
- Certeza? Eu já tenho muitos seguranças, Diogo - Acabei resmungando com uma careta, e pude ouvir uma risada de meu irmão.
- Absoluta. Só ficarei tranquilo assim! Preciso ter certeza e confirmação que você está bem segura. Me promete que vai arranjar algum segurança?! - Me olhou e eu mordi o interior das bochechas pensativa.
Eu tinha um pequeno defeito. Eu era bastante dura e fria com as pessoas lá fora, mas com pessoas da minha família, pessoas que eu amo, eu tinha um coração mole e acabava cedendo ou fazendo promessas.
Suspirei o olhando com um olhar do tipo: " você venceu seu mimado, vou contratar um segurança, assim tô desperdiçando meu dinheiro sendo que já tenho muitos seguranças".
Eu queria falar isso mas apenas o olhei com esse olhar.
- Okay. É horrível ser uma irmã bondosa - Brinquei com as mãos sobre o peito fingindo estar triste.
- Para de ser boba - O mesmo dá um tapa em meu braço.
- Ei! Tá, voltando ao assunto - Me concentrei novamente - Vou tentar procurar um segurança mas somente um de confiança. Irei procurar algum e se algum candidato aparecer, irei fazer perguntas, e etc para saber se ele é confiável. Não posso entregar minha segurança assim, preciso saber direitinho. Então, esse processo pode demorar só um pouco mas pelo menos prometi a você - Levantei as mãos em forma de rendição.
- Não tem, fico aliviado em saber que você vai ter mais segurança e eu apoio totalmente. Precisa saber sobre a pessoa que vai cuidar de você e vai passar bastante tempo ao seu lado.
- Exatamente isso - Falei.
Alguém bateu na porta. Hoje, meu dia estava muito movimentado.
- Pode entrar - Falei um pouco alto, permitindo a entrada da pessoa.
Um dos meus seguranças entra pela porta e com uma cara nada boa.
- O que houve, Mike?! - Questionei com as sombrancelhas arqueadas, enquanto o homem ainda estava com o semblante assustado.
Meu irmão acabou ficando confuso com aquela situação, assim como eu.
- Senhora, mil perdões pelo incômodo. Sei que a senhora não gosta de ser incomodada durante seu trabalho aqui no escritório! - Esclareceu.
- Aconteceu algo? - Perguntei já nervosa, com medo de ter acontecido alguma invasão ou ter machucado algum guarda meu.
- A senhora pediu, para que se algum dos guardas visse agressão, brigas de algum homem com alguma mulher, viesse falar diretamente com a senhora, certo? - Questionou.
- Claro que sim, Mike - Confirmei.
- Ouvimos alguns barulhos e xingamentos e quando saímos para ver do que se tratava, vimos um marido agredindo sua esposa. Imediatamente prendemos ele e deixamos a moça em um dos quartos, já que a senhora pediu para que fizesse isso se acontecesse algo do tipo. Ele agora está trancado e bem amarrado, e está revoltado com a senhora, pedindo para soltar o mesmo e deixar ele ir.
- Pois bem, Mike. Obrigada por avisar fez exatamente o que eu pedi e estou feliz por isso - Falei e pude ver um sorriso aliviado no rosto do homem - Vou até essa sala, e ver esse projeto do demônio.
Continua...
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Dangerous Love
RomanceQuando criança, Carla perdeu os pais em um trágico acidente de carro, que acabou os matando. Completamente sozinha, apenas com o irmão mais novo em seus braços, ela vagou pela estrada sozinha e perdida, a procura de ajuda. Porém, a mesma foi encontr...