Eu passava as minhas mãos sobre aquele ventre avantajado que constantemente recebia respostas com pequenos chutes vindo de dentro, então esfregava os meus lábios sobre aquela superfície e sentia o cheiro de rosas subindo ao meu nariz. Jazz me acariciava enquanto isso, ele estava com suas mãos em minha cabeça enquanto seu corpo deitado naquele espaçoso sofá descansava confortavelmente sobre muitos travesseiros.
-Isso faz cócegas, Ian.
Jazz ria por causa dos meus carinhos.
Eu coloquei minha cabeça levemente em seu ventre e olhei fixamente em seus olhos.
-O que foi?
-Você é muito lindo. Você é a coisa mais linda e cheirosa do universo.
-Você tá mentindo.
-Eu nunca mentiria para a pessoa que eu amo. Para meu ômega.
-Você me ama mesmo com esse barrigão?
-Te amo ainda mais por causa desse lindo barrigão. Espero que nosso bebê seja igual a você, seus olhos, essa boquinha, as pintinhas. Eu amo suas pintinhas.
-Eu não gosto delas.
-Saiba que é uma das coisas mais perfeitas em você.
Após isso pude sentir mais dos seus feromônios, ele estava feliz.
-Eu te amo muito.
-Eu também te amo muito, Jazz.
O sentimento de ter uma vida dentro da pessoa que você ama é indescritível, principalmente quando isso foi uma criação de ambos e feito com muito amor. Quando descobrimos sobre a gravidez além de ter sido um choque foi um momento genuíno de felicidade da minha parte. "Nosso bebê, fruto do nosso amor" pensei naquele momento enquanto passava as mãos nas costas do Jazz que vomitava todo o nosso jantar na privada momentos depois do teste dar positivo, a noite e o choque que foi interpretado por cada um de nós de uma maneira diferente o fez chorar histericamente e lágrimas serem intercaladas com jatos de vômitos.
-Que porra, Ian! Que… bleh…
-Jazz, calma, vai dar tudo certo, ok?
-Como vai dar certo, Ian?! Meu Deus, a gente tá namorando há três semanas!
Eu segurei o corpo do Jazz embaixo do chuveiro quente, suas pernas estavam envolta das minhas pernas e eu o segurava atentamente. A água quente relaxava aquele corpo que já estava cansado de tanto chorar, com sua cabeça no meu ombro ele não falou nada, apenas fechou as pálpebras e na tentativa de acalmá-lo eu liberava meus feromônios.
Após vestir um pijama nele, nos deitamos com Jazz protegido por meus braços em um ninho improvisado por mim, queria fazê-lo ficar confortável e protegido.
-Ian… me desculpa por aquelas palavras…
-Você não precisa se desculpar.
-Eu preciso sim, eu te amo e não é porque só temos três semanas juntos que isso daria errado, mas… mas eu nunca pensei que engravidaria nessas circunstâncias. Eu não esperava por isso, eu não queria ter nenhum bebê agora… eu tô com tanto medo, Ian, meu Deus, eu nem sei o que vem a seguir.
Ele foi calado pelos seus soluços insistentes.
-Olha pra mim.
-Eu… tô… todo inchado.
-Olha pra mim, por favor -eu insisti.
Ele então se virou de modo desajeitado em meus braços.
-Eu também não faço ideia do que vamos fazer a seguir. Eu tenho vinte e nove anos e nunca me passou pela cabeça ter um filho, mas quando eu vi aquele teste positivo na minha frente, por um momento o meu mundo parou, um filho meu, imagina? Não meu, nosso filho. Um bebê que foi concebido com amor e paixão pelos seus pais e que com certeza vai ter nossas características, vai ter seus olhos, sua boquinha, que vai ser tão amado, cuidado e respeitado e por mais que não saibamos o que fazer, vamos sem dúvidas amar tanto ele ou ela. Eu tô com muito medo também, eu não tenho ideia de como criar um filho, mas se você permitir, vamos juntos fazer isso juntos, vamos dar nosso melhor, Jazz. E eu sei também que isso é a coisa mais linda que um alfa e um ômega podem fazer juntos.
As lágrimas caíam silenciosamente de seus olhinhos de gude.
-Eu te amo demais, Ian, demais.
-Então você me permite estar junto de vocês dois nesse momento?
-Claro que sim! É claro que eu quero você perto de nós!
Um sorriso genuíno surgiu em meus lábios que logo foi interrompido quando eu os encostei nos seus. Um beijo inocente foi iniciado ali, nossos corpos colados juntos com nossas almas, ali começava uma família.
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O tempo nos fez assim
RomanceEu estava correndo com todas as minhas forças, eu precisava encontrá-lo antes dele partir, se ele partisse antes de saber que eu o amava nunca me perdoaria. Mas para piorar o cenário uma chuva forte atingiu a cidade naquele momento, nem por isso eu...