Cap 15 - Cômodo Apertado

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~ Katrina ~

A verdade é que eu queria ir muito nessa festa, só para poder conversar com Henry sobre o que aconteceu. Tudo errado, está absolutamente tudo errado. Não voltei com Thomas, embora não tenha sido um término muito esclarecido. Falei que ia pensar, mas como sequer posso cogitar essa ideia se quase me rendi a beijar o Henry naquele maldito corredor? Não devia ter ficado imóvel daquela forma, errei demais.

Até então eu achava engraçado esses flertes bobos do garoto, contudo, ontem foi... diferente. Simplesmente mudou o que eu pensava e meu estômago se revira toda vez que penso sobre. Talvez devesse ter mandado mensagem, mas conversar pessoalmente me parece mais prático - arriscado também -, então, não tive escolha. Sinto que preciso de um esclarecimento caso decida voltar com Thomas.

Minha cabeça martelou mil vezes sobre isso enquanto me arrumei para sair. Por sorte as meninas vão comigo, tirando esse peso absurdo dos meus ombros. April foi me buscar.

Na festa, já cheguei com intenção de conversar com Henry, mas meus olhos baterem nele conversando com uma menina de cabelo azul nas pontas, me deixando levemente frustrada. Não pensei duas vezes em chamar as meninas para dançar e me mantive isenta de tentar me aproximar o resto da noite.

Ver o garoto jogando com bebida me divertiu. Nunca vi esse lado dele, já que ser capitão requer muito treino e preocupação, fazendo ele não ter tempo e nem vontade de sair (palavras dele). Me deu mais vontade de conversar, contudo, a hora que me aproximei foi justamente a hora que meus pais me pediram para chegar, exigindo que eu fosse no quarto avisar para que eles possam checar o horário.

Saímos da festa após Henry se despedir do pessoal e eu avisar para as meninas que estou indo com uma mensagem. April está pelos cantos com algum garoto pelo que me disse, então não me preocupei.

- Está bem para dirigir? - Perguntei ao ver ele destrancando o carro.

Dessa vez não é o civic.

- Não arriscaria se não estivesse, não se preocupe. - Disse por fim antes de sentar no banco do motorista.

Sentei do lado do carona, ajeitando minha saia que escolhi de última hora. Prendi meu cabelo em um coque alto e ainda fiz questão de tirar o tênis que está machucando o meu pé. Tirei a meia também. Pus minha bolsa pequena no colo.

O caminho foi quieto até a minha casa, onde aproveitei para organizar os meus pensamentos para essa conversa. Porra, não planejei nem o que vou dizer, me deixando automaticamente tensa. Não quero que fique um clima estranho entre nós dois ou que a gente se afaste de novo. Prometi pra mim mesma que não vou obedecer Thomas, evitando Henry uma segunda vez.

O problema é que ontem quase fizemos uma grande burrada no corredor da escola. Isso não pode se repetir embora seja a minha obrigação deixar as coisas claras.

O carro parou de frente para minha porta, fazendo o meu coração quase saltar do peito de tanta ansiedade. Okay, tenho que respirar e falar, é fácil, não preciso complicar. Apenas uma conversa entre duas pessoas que estão começando a se aproximar.

Se aproximar até demais.

- Henry, queria conversar com você... - Virei em sua direção. - Acho que...

- Calma ai - Ele me cortou. - Vamos sair do carro.

Fiquei sem entender, porém não contrariei.

Peguei minha bolsa e meu tênis, fechando a porta e parando de frente para ele.

- O carro é do meu pai e ele instalou uma câmera lá dentro. Imagino que você prefira que a conversa seja particular - Colocou ambas as mãos na bolsa da calça.

Maldita ObsessãoOnde histórias criam vida. Descubra agora