Perséfone

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 Já era de noite quando o jatinho pousou em St. Maarten no Caribe, fomos direto para o porto encontrar aqueles arrombados.

Pedi para prepararem o iate e espalhei alguns rumores que hoje chegaria uma carga de mais de 20 milhões de euros, não demoraria muito para eles aparecerem.

- Vocês fiquem nas suas posições.

- Mas será que eles não iram roubar outro carregamento?

- Como já tinha falado eu pesquisei tudo e vi que não tinha nenhuma embarcação agora de noite.

  Fui para a parte de baixo do iate conforme nosso plano. O mundo inteiro conhece Perséfone Leblanc, e apenas alguns filhos da puta sem noção do perigo não temem meu nome. A maioria treme em ouvir meu nome, que dirá ficar cara a cara comigo.

Peguei meu celular enquanto esperava constatando a ausência de sinal. Como não tinha nada para fazer coloquei o trabalho em dia, estive tão ocupada com a reserva que acabei deixando a empresa e as mafias de lado.

Lembrei do meu beijo com o Hades e de como os olhos dele mudou de cor, tem carroço nesse angu, e eu vou descobrir o que é.

Adam me contou que os três homens eram piratas, mas duvido muito disso. Os verdadeiro piratas, aqueles que matavam e usavam a violência não ficavam nessa região, por isso que foi muita incompetência da parte deles.

Derepende senti todos os meus sentidos em alerta, olhei para o relógio e eram três horas da manhã.

Ouvi passos e gritos, conferi minha arma e subi.

O céu nublado e a pouca luz do iate impediam que eles vissem meu rosto. Adam e Noah tinham uma arma apontada para suas cabeças. Eles estavam amarrados. Realmente eram três arrombados, de pirata só tinham a feiura.

- Helo.

Credo a minha voz pareceu a de um demônio. Um dos pernas de pau apontou a arma para mim, que audácia.

- Quem é você? -eu ri e comecei a andar para o lado mais iluminado, enquanto falava.

- Alguém que vocês deveriam temer e nem sequer pensar em roubar. -o primeiro a ver meu rosto completamente arregalou os olhos e deixou a arma cair.

- PERSÉFONE? -eu ri novamente.

- Em carne e osso... e muito irritada!

Os demais também arregalaram os olhos ao perceber com quem estavam falando.

- Mds... Perséfone... nós...

- Perséfone o caralho. Para vocês é senhora Leblanc.

- Senhora Leblanc...

Não acredito que meus homens perderam o meu carregamento para esses três patetas?

- Dá para desamarrar meus homens e abaixar a porra da arma?

- Ah... Claro, mas primeiro...

- Não se preocupem, só irei mata-los depois que devolverem a minha carga, e já vou avisando que a paciência é uma virtude que eu não tenho.

- Mil desculpas... de verdade. Jamais poderíamos imaginar que a carga era sua.

- Tá, tá. Mas já vou logo avisando, nunca mais atravessem meu caminho. Olha o tempo que eu perdi vindo até aqui. Agora vamos buscar a minha carga. -os meninos já não estavam mais amarrados e as armas abaixadas.

- Queiram nos seguir.

Que merda. Tão facil. Nem teve graça. Gostava de ação. Puff... três merdinhas de mão cheia.

- Noah, Adam, James e Peter, acompanhe as maricas e levem o carregamento até o jatinho.

Felizmente não era um carregamento tão grande e nosso jatinho era bem espaçoso. Duas horas depois eles voltaram.

- Está tudo certo, chefe. Podemos ir.

- Senhora Leblanc... não vai nos entregar né?

- Por que eu faria isso? Vocês, por si mesmo, iram meter os pés pelas mãos. - eles se entre olharam.

- Vamos embora, rapazes!

Eu já estavam indo embora quando ouvi uma risadinha e o comentário de um deles em alemão. Língua que eu falo perfeitamente. " Essa vadia é gostosa para caralho, deve ser por isso que conseguiu o comando dessas máfias".

Eles riram, fiquei ainda mais irritada. Foi desnecessário? Foi. Mas desprezou todo o esforço que eu fiz para chegar até aqui... pediu para morrer. E eu não neguei. Peguei minha pistola Bul M5 e atirei no alemão. O sujeito cambaleou e caiu no mar.

- Quem é o próximo? -os outros dois se jogaram no mar.

- Perséfone? Acho que não precisava disso.

- Também acho, James, mas foda-se.

Me seguiram em silêncio. Talvez por amor a vida.

Passava das duas da tarde quando o jatinho finalmente pousou.

- Perséfone, vamos conferir novamente?

- Vamos, Adam. Não posso arriscar repasar essa mercadoria sem ter certeza se está tudo certo.

- Então, vamos lá!

- Vamos comer alguma coisa antes, isso está demorando.

Os meninos foram comprar alguma coisa para comermos, enquanto isso envio os e-mails que escrevi ontem.

Meia hora depois almoçamos, ouvindo as histórias fantasiosas do Noah, deixei eles relaxarem um pouco, assim como eu devem estar mortos de cansaço.

- Vamos começar ou iremos varar a noite.

E foi quase isso, passava das onze da noite quando cheguei em casa.

Tomei um banho, vesti meu pijama, deitei na cama e apaguei.

Quem é vivo sempre aparece, desculpa o sumiço. Xoxo.



 

515- Novas EspéciesOnde histórias criam vida. Descubra agora