A sedução da humanidade

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Na cidade de Nova Orleans, onde o sobrenatural é a regra e não a exceção, Kol estava entediado. O banquete dos sentidos que a cidade oferecia não o satisfazia mais; ele ansiava por algo novo. No entanto, naquela noite, ao caminhar pelos becos iluminados apenas pela luz da lua, ele sente um coração batendo de forma incomum, suave, mas acelerado.

Quem poderia estar tão vulnerável e fascinante por aqui? ele pensa, ao ouvir a melodia frágil do coração humano. Em meio à névoa, ele a vê pela primeira vez: uma jovem humana, sentada sozinha, absorta em um livro. Os cabelos esvoaçando com a brisa, os olhos fixos nas palavras, tão alheia ao mundo ao redor.

Kol hesita. Ele conhece o perigo que esse tipo de atração representa para alguém como ele, e a sua família já o advertiu inúmeras vezes para manter distância de envolvimentos humanos. Mas havia algo nela que o deixava intrigado, uma vulnerabilidade que contrastava com sua vida imortal. Ele, acostumado a conquistar e destruir, começa a sentir o improvável: um desejo de proteger.

Em noites seguintes, Kol retorna ao mesmo beco, sempre a observando à distância, incapaz de se afastar. Ele descobre seu nome – Lily. Uma artista, apaixonada pelo mistério, e com um gosto perigoso pelo desconhecido. Kol percebe que, talvez, ela seja tão atraída pelo mundo sombrio quanto ele é pelo brilho efêmero de sua humanidade.

𝐄𝐭𝐞𝐫𝐧𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞 𝐄𝐦 𝐂𝐢𝐧𝐳𝐚𝐬 Onde histórias criam vida. Descubra agora