𝐌𝐄𝐓𝐀𝐋 𝐆𝐈𝐑𝐋 -hunter sylvester

⸺ FIVE!

NO MESMO DIA, durante a madrugada, Alannis escutou um barulho vindo de sua cozinha o que fez a garota levantar com um pulo de sua cama e seguir com cautela até o local. Seu corpo tremia ao pensar na possibilidade de ser um bandido muito maior que ela, o que não seria difícil mas de qualquer forma ela tentava encarar isso. Segurando um taco de baseball na mão ela entrou na cozinha se deparando com algo que ela não havia pensando em todas suas hipóteses do barulho.

Era sua mãe, com um cara.

— Mãe? — Perguntou incrédula.

— Alannis? — Sua mãe tentava esconder algo atrás de si mas a Berrycloth mais nova já havia visto todos os remédios atrás dela. — O que está fazendo acordada essa hora?

— Você some por um mês e a sua primeira pergunta é porque eu não estou dormindo? — Ela soltava uma risada abafada.

— Filha, a mamãe pode te explicar depois mas agora eu estou ocupada ok? — A mulher dizia enquanto seguia para seu próprio quarto e Alannis a seguiu.

— Você! Me deixou sozinha aqui todo esse tempo, e agora vai sumir de novo? Eu estou sem luz nessa merda de casa, meus amigos não podem vim aqui porque simplesmente minha mãe me esqueceu e não paga as contas de casa! — Alannis agora gritava com sua mãe, ela não sentia tristeza, ela sentia raiva, muita raiva.

— Eu volto em duas semanas eu prometo! Sobre as contas, Jackson vai dar um jeito nisso não vai? — Lucia volta a cozinha, agora com uma mochila na mão. Lannis que havia esquecido da presença do homem ali reparou nele olhando de cima abaixo, provavelmente era um dos sugar daddys de sua própria mãe.

— Para onde vão? — Pergunta sem ânimo.

— Vamos para o Mexico querida, mas quando você menos esperar eu estarei de volta tudo bem!? Tenho que ir agora. — Lucia forçou um sorriso amarelo antes de sair e fechou a porta sem ao menos dizer um "tchau filha, se cuida".

Alannis tentava cobrir todo esse sentimento com raiva, mas ela não conseguia, ela não aguentava mais ser esquecida pela sua própria mãe, ela não tinha forças para aguentar tudo isso, se perguntava o que ela tinha de errado para ter que passar por isso. Seu pai se foi porque também não aguentava mais ela? Será que ele preferiu a morte e as drogas do que sua própria filha? ela acreditava que sim.
Acreditava que não seria capaz de nada, já que nem seus pais a queriam, nenhuma outra pessoa iria querer. Ela acreditava firmemente nisso, não acreditava no seu próprio valor.

— Eu só queria que você me amasse de graça! — Sussurou olhando para a foto de sua mãe em cima da estante. Seu corpo desabava no chão e sentou apoiando sua cabeça em seus joelhos.

Ela não conseguiria voltar a dormir agora, pensaria por horas o quão insuficiente e idiota ela é, nesse momento conseguia pensar em uma lista de coisas que poderia fazer para descrever todos seus defeitos.