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"Senhores passageiros, estamos prestes a chegar ao nosso destino. Por favor, mantenham-se nos vossos lugares e com os cintos bem colocados."
Portugal está perto. Não consigo controlar a ansiedade e começo a transpirar. Bebo água, respiro fundo, mas nada parece resultar... fecho os olhos e agarro-me aos braços do assento, dizendo para mim mesma:
"Não é o fim do mundo. Vai correr tudo bem e não vais ser agressiva com o Pedro. Vais perguntar-lhe o que é que aconteceu e depois decidir se acabas com ele ou não. Vai correr tudo bem."
Cerca de trinta minutos depois, saio do avião em busca das malas e da minha família. Quero ver a minha mãe e abraçá-la, mas a primeira pessoa que vejo é o Pedro e o meu coração para. Penso no que devo fazer: se ignorá-lo agora é lidar com aquilo depois, ou absorver o seu cheiro, abraçando-o e premiando-o com um belo par de estalos a seguir. Opto pela segunda opção.
"É tão bom ver-te outra vez... Desculpa... Sei que tenho muito para te explicar... Sei que precisas de tempo, mas, por favor, não me deixes..."
Enquanto estamos abraçados ouço as desculpas dele, apetece-me chorar...
"Vamos jantar hoje" Digo eu. E ele suspira e diz que sim. "Vamos conversar. Mas antes, preciso de fazer uma coisa." Saio dos braços dele e marco a minha mão direita numa das suas bochechas. Até estalou e captou a atenção das pessoas que estavam à nossa volta. Depois, disse-lhe que lhe mandava mensagem com a hora e o sítio onde íamos jantar e fui ter com a minha mãe, com o meu pai e com a Clara. E senti-me a mulher mais poderosa de sempre.

Mariana & PedroOnde histórias criam vida. Descubra agora