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"Desculpa pelo estalo" digo, mal olho para a sua bochecha, que está vermelha e marcada pela minha mão.
"Não faz mal" ele sorri desajeitadamente e passa a sua mão pela marca que deixei "Sei que mereci" Ficamos a olhar um para o outro durante uns segundos, até vir um empregado registar os nossos pedidos.
"O que é que te passou pela cabeça. Não me amas!?" Sou a primeira a quebrar o gelo e noto que ele ficou surpreendido com a frontalidade da questão.
"Não. Não! Pelo amor de Deus, Mariana, claro que te amo! Eu... Eu não sei o que me passou pela cabeça... Eu só... foi uma atitude estúpida, eu estava bêbado e carente e... Quase que te vi naquela rapariga..."
Como não digo nada, ele insiste.
"Por favor, perdoa-me."
Parte de mim quer perdoa-lo, mas a outra parte diz-me para o largar, porque ele tornou-se mentalmente dependente de mim ao ponto de me ver em todo o lado e eu não estou pronta para passar por esse tipo de relação.
"Não posso, Pedro." Ele fica pálido. "Não posso ficar presa a alguém que me vê em todo o lado, alguém tão dependente, alguém que não aguenta estar um mês longe da sua namorada e que começa a imaginar a pessoa que ama noutro corpo. Não posso, Pedro."
Vejo que os seus olhos brilham. Estou a destruir o seu coração. Estou a destruir-nos e provavelmente vou arrepender-me mais tarde, mas não posso continuar assim.
Agarro na mão dele, beijo-a e começo também a chorar. Vou-me embora.
"Seremos sempre um do outro, mas eu agora preciso de ser de mim própria."

FIM

Mariana & PedroOnde histórias criam vida. Descubra agora