O Nosso Estranho Amor ⭕COMPLETO⭕

⭕Capítulo 14⭕

Maia

Acordo irritada com o barulho alto do despertador. Ainda mantendo meus olhos fechados, estendo o braço direito e tateio o criado mudo em busca do meu celular. Quando o sinto, agarro e trago para mim, desligando o maldito som irritante. Agora acordada e sem nenhum barulho gritante, lembranças de ontem a noite me trazem um sorriso bobo no rosto.

Viro o rosto para o lado e estranho ao não encontrar Leonardo na cama, muito menos no quarto, não há nem mesmo uma peça de roupa ou bilhete.

Me levanto catando minha camisola jogada no chão e a visto. Enquanto caminho até o banheiro checo meu celular e... Nada, sem um sinal da sua presença. Mando uma mensagem para ele perguntando sobre a sua ausência. Deixo o aparelho de lado e entro debaixo do chuveiro antes que eu me atrase.

Lavo meus cabelos e deixo minha mente viajar. Não vou mentir e dizer que não fiquei levemente decepcionada e senti uma pontinha de tristeza ao não encontra-lo na cama essa manhã, mas as palavras possessivas ditas por ele ontem a noite não me saem da cabeça.

Apenas concluo que estou insegura atoa, ele provavelmente precisou trabalhar e não teve tempo de deixar um recado. Ninguém consegue fingir ter tanto sentimento assim como ele fez ontem. Balanço a cabeça afastando esses pensamentos e volto a me concentrar em lavar o cabelo.

A manhã está sendo até que bem tranquila para uma segunda-feira. Durante todas as aulas que tive até agora não consegui deixar de pensar em Leonardo, em nós e na noite que tivemos. Ainda não obtive nenhuma resposta sua, mandei mais duas mensagens e até mesmo liguei, mas Leon praticamente sumiu.

Sou trazida de volta a realidade com a voz do professor anunciando o fim da última aula de hoje. Recolho meu material com calma e durante o processo Mauro me manda mensagem avisando que também já foi liberado e está no estacionamento me esperando.

O caminho até lá não é longo. Ao chegar viro meu rosto de um lado para o outro devagar, passando osao olhos por todo o lugar procurando meu amigo, mas para a minha surpresa e alegria quem eu encontro é o Leonardo.

Meu coração acelera e um grande sorriso de abre em meus lábios. Leo, diferente de ontem, está usando uma blusa preta casual e jeans. Seus cabelos curtos estão escondidos por um boné preto de aba curva e seus braços cruzados em frente o peito.

Sentindo-me nervosa e ansiosa, começo a andar até ele, que ainda não me viu. Mas quando estou quase chegando perto, uma voz irritante, que eu conheço muito bem, o chama e quase que imediatamente o corpo de Suzana se joga contra ele e o beija na boca, e para piorar toda situação, é prontamente correspondida.

Travo no lugar sentindo todo meu corpo tenso. Faço de tudo para segurar as lagrimas de raiva e mágoa que brotam em meus olhos e embaçam minha visão.

O sorriso contente de antes se desmancha e desaparece assim como a minha euforia e alegria em vê-lo. O casal, que está a alguns passos de mim, parece enfim me notar. A loira é a primeira a me ver, seu sorriso convencido direcionado a mim me irrita.

__Oi, docinho, perdeu algo aqui? – Rapidamente eu balanço a cabeça, negando e voltando para a realidade, saindo da névoa de mágoa que me engoliu instantes antes.

__Não, eu... Leo, a gente pode conversar? - Pergunto, agora olhando para o Leonardo que não me encara de volta, seus olhos estão presos em algum ponto acima da minha cabeça.

__Eu e Suzana temos um compromisso, depois nos falamos, tudo bem? - Ele pergunta retoricamente e se vira para entrar no carro, mas volta seu corpo em minha direção parecendo lembrar de algo- E valeu por me deixar dormir na sua casa, eu estava bêbado para caralho ontem, nem sei como fui parar lá- Suspiro surpresa e arregalo os olhos.

__Você não se lembra de nada? - Pergunto murmurando magoada e com medo da resposta. Leon franze o cenho e nega com a cabeça parecendo confuso. Ou ele é um ótimo ator, ou ele realmente tem a cara de pau de não se lembrar de nada.

__Nada. Há algo que eu deveria me lembrar? – Balanço a cabeça de um lado para o outro, negando rapidamente.

__Não, nada que seja importante. Bom passeio para os dois- Isso é a última coisa que eu digo antes de virar e dar as costas para ele saindo dali a passos apressados.

As lagrimas que eu tanto impedi de cair, agora escorrem pela minha bochecha e se perdem para fora do meu rosto. Eu me sinto completamente usada e burra, muito burra de ter me entregado tão fácil assim para um cara babaca, um cara que soube falar uma dúzia de mentiras bonitas e tomou o meu corpo com tanto fogo e paixão para no dia seguinte não se lembrar de nada, como se eu fosse insignificante na sua vida.

__Maia- Me assusto ao ouvir a voz de Maurício, nem mesmo tinha percebido sua presença em minha frente. Foco meus olhos em seu rosto preocupado e assustado- O que houve, nina? – Ele segura meu rosto com extrema delicadeza- Por que está chorando? – Pergunta, mas eu apenas nego com a cabeça e fungo algumas vezes-Nina- Mauro murmura preocupado e usa o polegar para limpar minhas lagrimas. Respiro fundo, buscando folego antes de falar.

__Pode me tirar daqui? — Sussurro e Mauro me olha ainda meio assustado com o meu estado- Por favor- Peço quase que inaudível, mas sei que ele escutou. Meu amigo me abraça pelos ombros e me guia até o seu carro.

Maurício me ajuda a entrar no automóvel e prende o cinto de segurança para mim. Sou grata por Mauro me conhecer como ninguém e saber que nesse momento eu não quero falar, então ele apenas dirige enquanto me deixa ter o meu próprio momento.

Choro baixinho pelo que parece ser horas e só me dou conta de que o carro estava parado quando sou puxada de volta para a realidade com os gritos e risadas animadas de crianças que correm e brincam no parque municipal da cidade do outro lado da janela.

__Vai me dizer o que aconteceu? - A voz calma de Maurício me chama, viro meu rosto para ele, seu semblante parece calmo, mas o conheço muito bem para saber que a última coisa que ele deve estar sentindo é calma- A última vez que te vir chorar desta maneira foi a quatro anos atrás- Me encara firme e sei que está pensando em mim ao ser deixada pelo Lourenço- Foi o Benjamin? Ele a magoou? — Nego com a cabeça e desvio o olhar.

__Não quero falar sobre isso, Mauro- Ele ri amargo e pelo canto de olho consigo vê-lo balançar a cabeça negativamente e apertar o volante até que os nós de seus dedos fiquem brancos.

__Quem foi que te deixou desse jeito, Maia? — Insiste ignorando o que eu disse antes- Eu juro que esse filha da puta vai se arrepender profundamente por fazê-la chorar desta maneira- Finalmente volto a encará-lo, porém com os olhos arregalados só de pensar o que Mauro faria a Leonardo se soubesse o quão canalha ele se mostrou ser. Meu amigo me observa com o cenho franzido, como se pudesse ler o que se passa em minha mente e não gostando nem um pouco- Não é o Benjamin, mas eu o conheço- Ele afirma. Eu engulo em seco, mas nada falo. Pulo de surto quando de repente seu punho acerta com tudo o volante a sua frente- Foi o Leonardo, estou certo? - Não nego e muito menos confirmo, apenas o encaro apreensiva- Merda, Maia, eu te falei, droga, e não foi só uma vez, eu disse para ficar longe dele- Abaixo a cabeça com vergonha e sem ter o que dizer- Eu vou matá-lo, ele vai se arrepender de um dia ter te magoado- Rapidamente levanto minha cabeça o olhando e negando freneticamente ainda com os olhos cheios de lagrimas.

__Não, por favor, não faça isso ser mais vergonhoso do que já é, ele nem mesmo se lembra do que aconteceu- Mauro arregala os olhos.

__Vocês dormiram juntos? – Assinto lentamente- E ele não se lembra? — Assinto novamente e o escuto respirar fundo.

__Vamos só esquecer tudo isso, Tabom?

__Você sabe que isso não vai ficar assim né? — Suspiro alto e contrariada. Mauro cobre a minha mão com a sua e abre um pequeno sorriso para mim em uma tentativa de conforto.

__O erro maior foi meu, e no momento eu já estou com vergonha suficiente, não precisa colocar sua amizade em jogo devido a uma besteira- Ele franze o cenho parecendo bravo.

__Você é minha prioridade aqui, Nina, é a minha irmãzinha, e essa situação não é, e não será uma besteira- Suspiro derrotada e balanço a cabeça positivamente.

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É gente, o negócio é respirar fundo enquanto xinga o Leonardo de mil e um nomes, tem nem mais como passar pano, o meu já rasgou e desintegrou á alguns capítulos atrás