Cap.2: Kelly, Maria & Helena Sarah

5 0 0
                                    

Três diferentes mulheres adentraram um prédio de uma empresa. Kelly era uma mulher negra de semblante tímido, e precisava no momento falar com seu irmão que trabalhava em um dos andares. Maria de descendência asiática e com rosto perfurado de piercings; estava a procura de encontrar o seu namorado, que trabalhava no mesmo andar que o irmão de Kelly. Já Helena Sarah uma loira de aparência caucasiana, estava ali para distrair seu tão fiel amante que trabalhava no mesmo andar que o irmão de Kelly e o namorado de Maria.
                                
                                   ***

Helena Sarah.

Nossa, e esse elevador que não desce, eu tenho muito pouco tempo. Eu também preciso trabalhar; droga! Que vida é essa? Eu sou uma amante... Uma vagabunda! Uma puta que destrói lares! Hahaha. Bem, não fui eu que fui atrás de ninguém, esse besta não largava de mim. Quanta insistência. Insistiu tanto que agora sou sua amante. Que vida é essa? O que mamãe pensaria? Bem o que os olhos não vêem o coração não sente né? Que baboseira. Caralho de elevador anda! Hum, vou ter a companhia dessas duas aí, elas tem cara de serem amantes também. Nossa mas pra que furar a cara tanto assim? Eu hein. Bem parece que ele já tá vindo. Eu iria de escada pela demora. Mas estou de salto. Ele gosta tanto desse salto. Meu lindo programador de sistema. Meu e daquela outra lá! Chegou. As duas entraram na minha frente, que elevador estreito, tô quase sem ar. Que silêncio. Não tem musiquinha de fundo. Era só eu e essas duas barangas. Ela ali parece com o amigo do meu amante. Deve ser parente. De certo. Sobe logo porra eu preciso ir trabalhar! Oi mãe eu sou amante de um programador de sistema e a senhora como vai? Eu matei a coroa. Usando apenas palavras. Minha Nossa Senhora! Ela vai a missa, mamãe já é amiga íntima do padre. E se ela descobre que sou a própria Maria Madalena? Fudeu. E essas duas tão distantes, tão ingênuas, pelo menos a negra deve ser inocente, essa cara furada aí deve ser umazinha já. Parou. Finalmente, eu saio primeiro desta vez! Oi meu programador de sistema.

                               ***

Maria.

Vagabunda! Cachorra desgraçada, essa puta vem em horário de trabalho pra afirmar que é uma amante. Essa cadela aí é a amante que meu namorado falou, que o tal programador de sistema tem. O cara casado e essa vagabunda se exibindo por aí como se fosse um prêmio. Puta que pariu! E ainda vai pelo elevador! Coitada dessa mulher desse panaca. Um pau no cu mesmo. Quando foi uma noite em casa jantar parecia ser só mais um nerdóla, bobo que se preocupava apenas com vídeo game, um CDFzinho qualquer. Agora eu vou entrar no mesmo elevador que a biscate dele. Aposto que essa cachorra vai pra igreja e faz jejum. Deve ser a hipocrisia em pessoa. Aposto mais ainda, ela quer casar. Essa vida dupla de rapariga dela; será que tem mãe? Pais? Sei lá alguém que lhe dê um toque. Não ia ligar certamente, pra ela, ela está certa. O elevador chega. Queria trocar uma ideia com a Kelly, mas a presença dessa vagabunda nos silencia. Veio ver o irmão de certo, esse sim bom rapaz esse irmão da Kelly. Veio também uma vez jantar em casa, simpático e carismático. É também casado e tem três filhos. Meu namorado vai cortar relações com programador de sistemas, ah vai! Esse cafajeste filho da puta! Coitada da mãe dele! Achou que educou o filho pra ele se entregar a vadiagem. Cadelo! O elevador para. Vadia! Saiu na nossa frente ainda!

                                ***

Kelly.

Meu irmão só dá trabalho mesmo! Pé no saco, tive que parar o que estava fazendo pra avisar esse burro que não atende o celular. Ain regras do trabalho a casa pode tá caindo o mundo desmoronando, eu estou no trabalho não posso atender. É proibido ligar no telefone da empresa pra avisar também. Que bobagem! Custa tanto assim deixar no modo vibratório? E esse elevador será que quebrou? Queria tanto falar com a Maria... Mas e essa tal de Helena Sarah amante do programador de sistema. Que mulher tenebrosa... Ela é linda de certo. Mas ainda sim amendrontadora, bela como uma serpente, tão linda e colorida, mas tão venenosa e ardilosa. Tadinha da mulher dele né? Ela é tão simpática. Eu achei pelo menos, só falei uns segundos com ela. Chegou o elevador. Maria nem disfarça, pelo olhar dela eu sinto. Mas essa tal amante é inabalável. Ela está parada numa pose, como uma estátua. Plena e impenetrável. Imagina eu ser amante? Administrar uma vida dupla, correr o risco de ser morta por uma mulher traída e vingativa que perdeu todas as esperanças e só pode agora se satisfazer com ódio? Mas porquê de me matar? Só eu? Ele que veio atrás de mim! Eu não fiz nada sozinha! Ora essa que loucura, deixa pra lá. Eu não quero ser amante de ninguém. Quero ser amante de mim mesma, minha própria cúmplice. Não preciso destruir o relacionamento de ninguém. Eu sou uma mulher completa! Sim essa sou eu! E o elevador parou. Nossa que desespero! A amante da a largada! Saiu em primeiro lugar disparada. Uma vida corrida assim e tão emocionante! Oh não; o que eu precisava avisar meu irmão mesmo?

     
                                 ***

Mosca Morta No Asfalto Onde histórias criam vida. Descubra agora