Elisabeth
"Ei princesa" a voz do meu pai ecoou um pouco distante, me fazendo abrir os olhos ainda sonolenta. Percebi que estava completamente desajeitada no banco de passageiro do carro, o encarei com um leve sorriso amarelo estampando a minha infelicidade por me fazer despertar de um sonho incrível.
- Chegamos querida, essa a partir de hoje será nossa casa - meu pai completou sorrindo de orelha a orelha, confesso que isso me deixou animada, afinal irei conhecer gente nova e lugares novos, isso é bem empolgante ou talvez não, não sei ao certo como será minha vida daqui pra frente, a única afirmação é de que tudo é tão novo e inesperado, mas meu pai sempre fez o melhor que pode para nós sermos felizes, ainda mais com tantas mudanças constantes.
- Já pai? nem notei – disse me ajeitando no banco e sorrindo levemente, ao mesmo tempo em que arrumava o cabelo em um coque alto, olhei o visor do celular e vi que haviam se passado 8 horas desde a última vez em que estive acordada.
- Sim querida, você dormiu o caminho inteiro, estava realmente cansada, acho que deu até pra ouvir você roncando - ele disse em meio à risos.
- Que ideia pai?! eu definitivamente não ronco, mas já não posso dizer o mesmo de você! - fingi estar brava mas não adiantou, a careta que meu pai fez era realmente engraçada, e conseguiu me tirar do personagem. Logo senti um tremor na barriga, com certeza indica que estou morrendo de fome. – Podemos comer antes de começar a desfazer todas essas caixas?.
- Com certeza, pensei por diversas vezes em pararmos no caminho, mas toda vez que cogitei em te acordar nunca me parecia uma boa ideia... Pizza? - ele me perguntou já saindo do carro, o segui e minha boca se abriu soltando um... UAU! Estávamos ao lado de um imenso jardim, cheio de palmeiras altas e flores que eu nem se quer imagino o nome, mas que com certeza faziam qualquer um se hipnotizar apenas pelo aroma, cheiravam tão bem, a minha nova casa é completamente fora dos padrões de todas as casas nas quais já moramos, tem no mínimo uns 5 quartos. – Pizza! – foi o único som que pude emitir enquanto meus olhos percorriam por todo o perímetro.
(...) 7 horas depois
A vista do meu quarto era simplesmente incrível, a cidade adentrava pela minha janela me fazendo ter mais vontade de explorá-la, construções modernas eram maioria, o que me faz pensar que só tem pessoas com dinheiro por aqui, e sei bem o quão arrogante algumas podem ser, apenas espero que consiga ter bons amigos na escola.
Meu pai e eu já havíamos organizado a maior parte de tudo o que precisava, estou feliz por hoje ser sábado, mas é o último sábado das férias de verão, o que significa que em pouco mais de 24 horas serei a novata da turma mais uma vez. Já perdi as contas de quantas vezes me mudei ao longo da vida, papai é chefe de cirurgia e ele sempre precisa trocar de hospital pra aplicar o "método de excelência hospitalar", método idiota! Que me faz sempre ter que estar trocando e trocando de colégios, eu já deveria estar acostumada com tudo isso, mas eu nunca consigo.
Desde que perdi a minha mãe, Anna era o nome dela, ela foi a pessoa mais doce que conheci em toda a minha vida, na verdade no início dela, já que mamãe morreu em um acidente de carro quando eu tinha 4 anos, as lembranças dos momentos com ela mesmo que ofuscados, ainda rodeiam em minha cabeça sempre que podem, eu ainda não consigo entender como isso pôde acontecer, o porquê dela ter sido arrancada da minha vida assim sem aviso prévio ou qualquer coisa, ela apenas se foi, sem nunca ter dito adeus.
Balanço a cabeça para que possa me libertar de meus devaneios sombrios, preciso manter o foco e seguir em frente como venho fazendo há tanto tempo, sei que não posso simplesmente apertar um botão e fazer com que tudo desapareça aqui dentro, mas eu tenho que continuar sendo forte, para o meu pai e pra mim mesma.
(...) Segunda Feira, primeiro dia na escola nova
O despertador tocou, indicando que hoje era o "grande dia", gostava de chamar assim porque era um dia importante, ir a um prédio desconhecido, cheio de desconhecidos onde terei que conviver por tempo indeterminado até a próxima mudança, excitante e medonho ao mesmo tempo, já que não fazia a menor ideia do que esperar.
Me levantei num pulo e fui tomar um banho quente, as gotas caem sobre meus ombros com uma pressão tão gostosa que me fazem relaxar, a tensão que senti por algum breve momento se dissipou, dando o lugar à um grande alívio, sim essa ducha é sobrenatural.
Fui até o closet e coloquei o uniforme da escola, até que para um uniforme era legal, (era um conjunto preto de camisa social branca de manga longa, uma saia preta, um terninho e uma gravata, ao lado do terninho na parte superior esquerda estava o símbolo da L.A High School).
Jácomecei a gostar dessa fucking escola.
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BETWEEN US
FanficElisabeth Pierce, ou melhor Elle para os mais íntimos, quase ninguém, diga-se de passagem, já que os únicos que me chamam assim são meu pai e minha "quase babá" Anna. Sou brasileira, mas me considero do mundo, já que me mudei mais de 5x durante tod...