Capítulo 1

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As árvores chacoalhavam seus longos galhos e suas belas folhas, meu coração pulsava cada vez mais forte enquanto eu tentava acalma-lo. Se eu não trata-se de acalmar meu coração que pulsava rapidamente de maneira desenfreada sendo barulhento e demonstrando toda a minha ansiedade ele acabaria me denunciando, e ser encontrada não era uma opção a menos que eu quisesse ser torturada e muito provavelmente morta.

O que posso afirmar com todas as minhas forças que não era algo que eu queria de maneira alguma, afinal eu amava viver.

Meu coração está tão acelerado que qualquer um poderia pensar facilmente que tenho arritmia cardíaca, até eu mesma pensaria isso, se não soubesse que ele só está acelerado pela ansiedade e pelo medo. Tratei logo de tentar acalmar meu coração antes que ele denunciasse minha localização, respirei lentamente pelo nariz, soltando o ar pela minha boca semi-fechada, meu coração foi se acalmando aos poucos.

A cada minuto esfriava um pouco mais, apesar de ainda estarmos no outono, minha estação favorita, afinal as folhas das árvores ficam alaranjadas e amarelas à medida que os dias ficam mais curtos durante os meses do outono o que causa a diminuição de clorofila, fazendo a cor verde das folhas diminuírem e depois deseparecerem dando lugar as cores que tanto amo, o amarelo e o alaranjado.

Tudo bem que amo muito o outono, porque é a estação em que mais me sinto camuflada com a cor dos meu cabelos longos e alaranjados com belas madeixas amareladas, mas agora nesse momento estou odiando.

Infelizmente nesse exato momento eu amaria que fosse verão, pois, a cada minuto que passa cai mais a temperatura, nos mostrando que quando o inverno chegar vai ser terrível.

Tack, tack, tack...

Ouço o barulho dos galhos se quebrando sobre as suas patas.

Ele estava se divertindo me caçando, eu sei disso, seu principal objetivo antes de me achar é me assustar, me deixar com tanto medo que vou acabar denunciando a minha localização, por quê?

A mais simples explicação é porque eles amam deixar suas presas apavoradas, isso faz eles se sentirem mais fortes e mais poderosos, são seres viciados no horrível cheiro do medo no ar, sua atividade favorita é aterrorizar suas vítimas, até que elas dão seu último suspiro, enquanto são observadas agonizando até a morte.

Nessa hora me arrependo amargamente de ter entrado na floresta, eu deveria ter ficado em casa.

Casa... Nem faz tanto tempo que sai de casa e já estou com saudades, da lareira, do aquecedor, do chuveiro com água quentinha, das cobertas, dos meus livros, da comida, parece que faz tanto tempo que comi. No entanto faz apenas umas 4 horas no máximo que eu saí de casa, com o intuito de caçar e buscar lenha para papai, mas ironicamente quem está sendo caçada sou eu.

Bem feito Aysha, bem feito, bem que você merece tomar bem no olho do cu, quem mandou ser uma bruxa e não seguir a própria intuição, toda santa vez eu falo que vou prestar mais atenção no tal do meu sexto sentido, entretanto eu nunca faço e sempre tomo no olho do meu rabo. Mas sabe o que é? A culpada dessa confusão, é a maldita dessa capa vermelha que estou usando, mesma que ganhei da falecida Suprema Luna, justo hoje eu tinha que fazer cosplay da chapeuzinho vermelho. Eu realmente precisava perder todas as minhas capas justamente hoje?

Eu tenho que parar de surtar em momentos inapropriados, principalmente neste momento aonde eu sou a caça de um lobo, também conhecido como lobisomem ou cachorro sarnento.

Sim, antes que me perguntem lobisomens existem, assim como sereias, tritões, vampiros, shifters, deuses, fadas, centauros, feiticeiros, bruxas e etc.

Onde eu me encaixo nisso tudo? Acreditem ou não, eu sou uma bruxa. Uma que não pode usar os poderes, mas bola para frente.

Ruiva SupremaOnde histórias criam vida. Descubra agora