Daddy, Are You Out There? (STEREK)

Ninth

"Avé Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco, bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus. Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora e na hora da nossa morte. Ámen", Derek trêmulo recitava repetidamente com agilidade e os olhos fechados segurando nas mãos do marido enquanto o avião levantava vôo. "Avé Maria (...)"

Stiles mordia os lábios para não rir, era cômico um homão desse suando com medo, mas ele não o ridicularizaria porque Derek nunca mandou nada além de coisas boas em sua direção. "Hey, vida". Ele sussurrava a reza, "Vida", se inclinou o máximo que pôde usando o cinto e beijou o queixo dele, "Vida minha", beijou o canto de sua boca algumas vezes, "Amor da minha vida". Derek abriu um olho olhando ao redor esperando algo de ruim acontecer, "Já disse que te amo hoje?", Ele negou com a cabeça mesmo não sendo verdade, "Não? Tem certeza?", Assentiu fechando os olhos, mas inclinou o rosto para mais perto.

"Você deve ter esquecido".

"Que cabeça a minha, huh?", Stiles soltou uma mão do enrolo dele e tocou a barba, "Eu te amo tanto, Der. Você me faz tão feliz", mais beijos, "Você tem o melhor beijo e ninguém faz amor como você, tão bom", a tática pareceu dar certo porque o soldador passou a responder as investidas, "Mantém a casa, cuida de nós, trabalha o dia todo e ainda me ajuda com as peças quando chega, faz questão de me levar e buscar do emprego... Você torna impossível não te amar cada dia mais, vida". Tocou a ponta de seus narizes e Hale o encarou, "Presenciar a relação entre você e nosso filho me faz completo".

"Ele já pode ficar com a gente?", Os assentos eram duplos e o menino ficou com o avô porque o pai estava próximo de uma síncope.

Stiles assentiu destravando o cinto e alcançou o filho na coluna do lado, o pegou no colo e o sentou sobre as pernas do parceiro. Derek imediatamente envolveu os braços ao redor dele e Jackson riu das cócegas que a barba fazia em seu pescoço. "Melhor?"

Hale negou se livrando do cinto, "Sabe para que existe esse trem? Para ficar mais fácil de identificar nossos restos".

"Tenho certeza que seja por causa das tribulações".

"Mas Stiles como um troço pesando toneladas voa? Isso não é de Deus não".

"A idéia de ir voando foi sua, meu amor".

"Amarrar o nó consiste em um idiota propondo besteira e um mané o fazendo mudar de idéia". Eles tinham feito a logística da viagem e chegaram a conclusão óbvia de que não poderiam manter uma criança 20h dentro de um carro e não acrescentar mais 4 no mínimo.

"Sou culpado por querer encurtar 10h do trajeto? Não nego".

O avião tremeu normalmente, "Eita, ferro".

"Está com medo, papai?"

"Tô cagado".

O marido deu risada baixinho porque algumas pessoas se ajeitavam para dormir no corujão, "Nós deveríamos tentar dormir".

"E morrer dormindo?"

"Ninguém vai morrer, vida. Nós vamos tirar uma soneca e quando acordarmos faltará bem pouco para alcançar o destino".

"Quem disse que eu vou dormir para começar?", Derek disse e meia hora depois estava desfalecido com a boca aberta, Jackson do mesmo jeito. Automaticamente ele alcançou uma câmera Polaroid que estava encostada há anos e tirou uma fotografia.

O avião pousou em Austin às 12 e o homem respirou fundo sorridente de estar em sua terra natal, as malas demoraram para ser despachada dando margem o bastante para Cora, uma das irmãs dele estar a caminho para buscá-los, ainda tinham 1h de carro até a fazenda em outra cidade. Eles tinham acabado de sair do banheiro e jogado uma água na cara, mamavam um copo pequeno de café do Starbucks e Stiles ficou sabendo que o marido nunca tinha provado da marca antes. "O que? Não é tão ruim assim".

"Virgem Maria, eles lavaram o rabo com essa água? Porque isso não é café nem aqui e nem na puta que pariu eles".

"Linguagem, papai!"

"Derek está certo, filho. É péssimo", Noah confirmou fazendo careta ao tomar o liquido em grandes goladas. Ambos tinham pedido um americano puro enquanto Stiles foi com um latte e Jack um smoothie de frutas e um cookie.

O maior gesticulou para o filho, "O seu não é porque é um borrão de açúcar cafeinado, vida".

"Um borrão de açúcar cafeinado muito bom". O bartender estava faminto, mas soube pelo marido que a sogra aceitaria como uma desfeita se ele não se acabasse no "mundaréu" de comida que ela certamente estava preparando com as filhas. Era o jeito texano de receber visitas. "Se tá ruim, joga fora uai".

"Uai?", Derek passou o braço pela cintura dele e o trouxe para mais perto. Os ossos do branquelo viravam geleia quando o marido o pegava daquele jeito. E Derek sabia.

Um pequeno arfo quebrou o clima, "Onde está o meu chapéu?!"

"Bem lembrado, cowboy. Por que se aqui já tá quente lá fora tá um sol de rachar o coco". Ele se agachou para abrir a mala e pescar os dois chapéus e coloco em suas cabeças. Stiles alcançou o protetor solar e entregou para o marido passar no menino.

"É aqui que chamaram uma carona?", Uma voz feminina soou de dentro de um truck imenso.

"Sim, há três incarnações atrás. Eu já estava preparando as costas pra levar as coisas daqui lá".

"Tive que reabastecer no caminho", ela saltou do automóvel e a diferença de proporção a fazia parecer uma criança, ela colocou a chave na fechadura do porta-malas, "Não parecia que estava incomodado com a demora". Cora ria de lado igual ao marido dele e Stiles estava levemente desconfortável com a idéia.

"Senhor", Ela cumprimentou Noah primeiro e olhou o cunhado de cima a baixo antes de abraça-lo, "Você só pode ser o Stanley".

"Stiles, Coralinda".

"Oi". Ele bateu nas costas dela enquanto ela quebrava a dele em um abraço mortal.

"Você está o amassando, trator. Meu marido é sensível e você um búfalo com uma farpa entalada na pata". Empurrou a cabeça dela para trás, "Nem pense em tocar no meu filho igual uma besta fera".

"Oh cale a boca, o cowboy aqui pode aguentar um abraço da tia preferida, não é, amigão? Qual o seu nome?"

"Jackson".

"Nome bonito, acho quero aquele abraço agora". Jackson assentiu sorrindo e levantou os braços, Cora mostrou o dedo para o irmão e abraçou o garoto gentilmente. "O que acha de ficar morando com a titia? Nós teremos muitas aventuras e você nem se lembrará do viado do seu pai, quero dizer, aquele que é corno".

"Pare de querer morder a cabeça fora de todo louco que olha em sua direção e poderá arranjar o seu". Derek retrucou colocando as malas dentro do veículo e o ex-sheriff pegou o neto no colo para a cadeira ser guardada também.

Coralinda finalmente abraçou o irmão, "Prefiro sentar em um cacto".

"Se tem uma coisa que aprendi na California foi a não julgar o que move o barco dos outros", Riu e recebeu um empurrão, "Senti a sua falta".

"Aposto que sim, não me ligou mais".

"Estive ocupado esses tempos, mas prometo tirar a cabeça do rabo e animar o seu final de dia uma vez ou outra". Derek instalou a cadeirinha infantil e colocou o menino no banco traseiro.

"Isso soou tão errado, mano". Eles riram, "Vamos parar de conversa fiada e pegar a estrada antes que a mamãe venha nos buscar com o cinto. Ela não fala em outra coisa desde que disse estar os trazendo... A família toda está os esperando".