Eu adoro curtir uma preguiça. Se tem uma coisa que eu não faço é levantar cedo para aproveitar o dia. Agora mesmo eu estou deitada, ao meio-dia, assistindo a uma série na Netflix, sem nem mesmo ter tirado o pijama ou escovado os dentes.
Escuto o interfone do quarto tocar repetidas vezes. Grito para Maria atender, mas aparentemente ela havia saído sem me avisar. Xingo mentalmente por ter que levantar e vou até o aparelho, atendendo-o.
— Boa tarde, senhorita Maya — a recepcionista diz. — Tem um rapaz aqui embaixo querendo falar com a senhorita.
— Hum...? — bocejo e em seguida franzo as sobrancelhas estranhando a informação. Eu nem moro aqui, como tem alguém me procurando?
— Ele se chama Seung... Seungy ... — ela gagueja tentando pronunciar o nome e eu me divirto, já sabendo de quem se tratava — Luizinho! Disse que a senhorita o conhece por Luizinho também.
— Seungyoun — eu digo e ela confirma. — Pode deixar ele subir, por favor.
— Desculpe, mas ele está pedindo que a senhorita desça até aqui.
— É que eu ainda tô de pijama... moça, apenas diga a ele para subir, porque eu não posso descer agora.
A recepcionista concorda e eu desligo o interfone, corro até o banheiro e escovo os dentes para não receber o garoto estando com um bafo de onça e volto para o quarto. Ouço uma batida tímida na porta e a abro, vendo o garoto parado ali.
— Eu não devia ter subido.
— Que isso, para de bobagem. Entra, Seung — ofereço, saindo do caminho para ele passar.
— Eu só vim te entregar isso, já estou de saída — ele me estende um objeto e vira de costas, indo embora.
Seguro seu braço e o faço virar de frente para mim. Olho para o objeto e vejo que era um álbum com o autógrafo da Ivete, do jeitinho que ele me prometeu.
— Para com isso, Seung. Que história é essa de "eu não devia ter subido"? — o puxo, fazendo o garoto entrar à força — Não somos desconhecidos.
— Esse é o problema... — ele resmunga baixo, mas ainda consigo ouvir.
— Não queria ter me conhecido? — pergunto, sem entender.
Ele encara o chão, sem responder nada e isso me deixa inquieta.
— O que foi, Seungyoun? Por que está dizendo essas coi...? — ele suspira.
— Eu gosto de você.
O que?!
— Espera... O que você disse?!
— Gosto de você, Maya — abro a boca para responder, mas ele me corta. — Por isso eu não devia estar aqui, não devia nem ter me aproximado sabendo que meu melhor amigo é apaixonado por você desde que te conheceu.
— Do que você tá falando? — questiono acusatoriamente — Chan e eu somos amigos!
— Ele me contou do beijo, Maya — agora era eu quem encarava o chão, sem coragem de olhá-lo. — Por que não admite logo que gosta dele? Vocês são perfeitos juntos.
— Seung...
— Sabe, muitas pessoas adorariam ser correspondidas no amor — ele diz num tom brincalhão, apontando para si mesmo como exemplo. — Devia aproveitar a oportunidade.
Me sinto tocada com sua fala. Acho que, na verdade, me senti tocada com a atitude do garoto. Não é fácil se declarar para alguém, ainda mais nessas circunstâncias. O que ele fez foi muito legal.
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I Want You ☆ Bang Chan
FanfictionQuanto vale um sonho? Para Maya, que decidiu se demitir da cozinha de um dos restaurantes mais famosos do país depois de sofrer nas mãos de um chefe abusivo, responder essa pergunta não era mais tão simples assim. Mas ela precisava seguir em frente...