10.Os Riddle

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O restante da semana passou voando e nem percebi, a ficha só caiu hoje, quinta de manhã, enquanto tinha meus devaneios matinais no banho.

Terminei de secar meu cabelo, coloquei uma lingerie confortável, vesti uma calça jeans de lavagem escura e uma regata preta de alça fina. Aproveitei que já estava no closet e peguei uma blusa de frio, também de cor escura, mas feita de tricô, o que a fazia ser bem quentinha, sendo a melhor escolha para o clima de hoje.

Coloquei um tênis preto de cano curto e passei um hidratante no rosto.

Peguei minhas coisas e desci pra cozinha, como já é de costume.

Por incrível que pareça, minha madrinha não estava lá, segurando sua clássica caneca de café verde menta, como todos os dias.

Estranhei a situação, mas continuei meu caminho e fui até a geladeira, me deparando com um postite grudado na porta da mesma.

"Minha linda, tive uma reunião de emergência fora do país e não quis te acordar. Volto no domingo à noite, me desculpa por não ter avisado antes.

bjs, madrinha"

Fiquei levemente surpresa com a notícia, mas mandei uma mensagem para a mesma dizendo que estava tudo bem.

Acabei nem tomando café, apenas saí de casa e comecei a andar.

Tirei meus fones do bolso e os coloquei, dando play em uma playlist qualquer, não queria pensar em nada naquela hora, apenas relaxar.

....

Virando a esquina, uma sensação estranha invadiu meu peito e os pelos da minha nuca se arrepiaram quase instantaneamente.

Ao olhar para trás me deparei com uma pessoa, aparentemente seguindo o mesmo caminho que eu. Ele vestia um moletom escuro e o capuz do mesmo cobria seu rosto, não me deixando ver seus traços. Essa situação só fez o nó no meu estômago se apertar ainda mais.

Fiquei com medo, mas tentei não parecer desesperada.

Pausei a música, mas permaneci com os fones no ouvido e prendi meu cabelo em um coque, para ser mais difícil de puxar. Não sabemos até onde a maldade de uma pessoa pode chegar, nem como isso pode nos afetar.

Fui andando calmamente, seguindo meu caminho de sempre, olhando de relance para trás de vez em quando para ter uma ideia de seus movimentos e ficar preparada. No entanto, ele não fazia nada de suspeito (tirando o fato de estar escondendo o rosto, me seguindo a vários minutos e parecer uma assombração atrás de mim), apenas me observava de longe, sempre mantendo uma distância de uns dois metros entre nós.

Quando estava quase sendo tomada pelo pânico, avistei Matthew sozinho, a poucos metros de mim. Foi aí que perdi completamente o pouco de controle que antes fingi ter.

Corri em sua direção e o abracei, como se fossemos namorados ou algo do tipo, nisso meu cabelo se soltou, caindo sobre minhas costas novamente.

Eu: Tem um cara estranho me seguindo. -susurrei em seu ouvido- Finge que é meu namorado, sei lá... por favor!

Não obtive resposta de sua parte e fiquei tensa quando o mesmo soltou meus braços, que antes envolviam sua cintura. A tensão foi embora quando uma de suas mãos segurou meu rosto e a outra deslizou até minhas costas, me causando um leve arrepio e então, ele juntou nossos lábios em um celinho demorado.

Naquele momento eu congelei, mas um segundo depois relaxei em seu toque e me deixei levar.

Quando nos separamos, olhei instantemente para o meu perseguidor, que estava agora parado, a uns metros de nós, observando a cena de punhos cerrados.

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