Hematomas e sombra de Peter pan

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- KAROLINE! ONDE ESTA O QUE EU TE PEDI? SERÁ QUE VOU TER QUE TE QUEIMAR COM CIGARRO DE NOVO PRA VOCE FAZER O QUE EU MANDO?!- minha vó me ameaçava da sala de estar em sua poltrona velha enquanto eu estava na cozinha procurando algo para comer

Não tem nada para comer...

- KAROLINE!- escuto ela me chamar de novo e reviro os olhos

Velha chata...

Procurei em todos os lugares possíveis 2 vezes na esperança de encontrar algo, mas não encontrei nada

Senti minha cabeça sendo empurrada para frente até bater com força contra a geladeira e uma das garrafas em cima da mesma cai

- ESTA SURDA AGORA?!- minha vó estava atrás de mim com sua bengala nas mãos e assim que eu me virei para ela fui golpeada diversas vezes com o objeto velho de madeira- SUA DESGRAÇADA!- ele estava batendo com muita força nas minhas pernas

- PARA! PARA VÓ! EU ESTAVA PROCURANDO, NAO TEM NADA AQUI!- ela não se importou em me ouvir e só continuou me batendo de novo e de novo até se cansar
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Acordei na manhã seguinte completamente dolorida, minha vontade era ficar deitada o dia inteiro, mas sabia que se não arranjasse comida ia acabar apanhando dobrado mais tarde

Me olho no espelho e olho todos os meus hematomas pelo corpo

Velha desgraçada!

Eu estava cercada de hematomas, minhas pernas tinham várias manchas roxas e azuladas dolorosas que percorreriam dias nas minhas pernas e braços

Após um banho arrumei meu cabelo e coloquei roupas limpas e infantis, tinha que parecer mais criança se queria conseguir comida com algum adulto. Minha sorte é ser baixa para fazer isso

Meu cabelo tinha dois rabos de cavalo e eu usava um vestido azul que combinava com as fitas do meu cabelo

Meu cabelo tinha dois rabos de cavalo e eu usava um vestido azul que combinava com as fitas do meu cabelo

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Saí de casa e fui para a feira que tinha todos os sábados na rua principal. Era uma feira enorme então era difícil que alguém lembrasse de mim facilmente. Também evitava usar as mesmas roupas das últimas 2 semanas atrás para evitar ainda mais suspeitas

- moça?- chamo uma mulher que olhava um saco de batata e ela me olha de cima a baixo- pode me ajudar? Estou com fome e não sei onde está a minha mãe- fiz voz de choro e ela me olhou com curiosidade

- por que não procura sua mãe?- pergunta curiosa

- ela disse que ia comprar maçã, mas isso já tem 2 horas e ela ainda não voltou- forcei lágrimas a caírem dos meus olhos e ela se comoveu

- tome, não comprei nada ainda, mas pago por essa caixa de uva para você- ela me conduziu a barraca ao lado da do saco de batata e comprou uma caixa de uva para mim

- muito obrigada, quando encontrar minha mãe peço que ela venha te pagar- fungo e ela me olha com dó

- não se preocupe com isso- ela me entrega a caixa e volta a barraca de batata

Eu realmente estava faminta, mas se comesse algo minha vó saberia, ela sempre sabia, não sei como, mas acontecia todas as vezes

O jeito é esperar chegar em casa...
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A feira teve fim apenas a noite, eu tinha um saco de feira em mãos que estava bem pesado e carregava-o pelas ruas para chegar o mais rápido possível em casa

Quando cheguei a rua da minha casa encontrei Connor. Connor era um vizinho meu, ele era do tipo sonhador e vivia no mundo da lua. Ele olhava por um telescópio para o céu

- o que está fazendo Connor?- ele tirou seus olhos azuis do céu e me olhou nos olhos

- esperando...- entortei a cabeça sem entender- estou esperando a sombra do Peter pan

Ele enlouqueceu de vez?!

- de quem?!- pergunto novamente sem crença que ouvi certo

-do Peter pan!- fala sem muita paciência para ficar me explicando

- o Peter pan é só uma história, Connor- coloco a sacola de feira na calçada e vou até ele em seu quintal- seus pais sabem que está aqui fora?- olho as janelas e tudo que vejo são luzes apagadas

- ele tá atrasado, disseram que ele sempre vem as 20h, mas não chegou até agora- ele olhou seu relógio de pulso e voltou os olhos para o céu através do telescópio

- vou te fazer companhia- sentei em um banco que havia ali e o observei

Connor era bonito, mas era lerdo. Seu cabelo era castanho e bem longo e seus olhos azuis, seu rosto tinha leves sardas e ele era baixo e acima do peso, suas bochechas o davam um ar de criança e estavam coradas pelo frio

Após 1 hora eu já estava tremendo

- Connor, é melhor eu ir para casa, está bem frio aqui- me levantei e ele me olhou chateado

- e se ele vier e você o perder? Usa minha blusa- ele me deu sua blusa azul e eu aceitei

Era enorme em mim, mas fazia o propósito, me esquentar

- acho que vi algo!- me levantei e fui até ele e o telescópio

- me deixa ver!- peço animada

- espera, sumiu, eu tô procurando- me desanimei com isso e sentei de novo

De repente senti mãos ao redor dos meus braços e me senti ser puxada até não estar mais com os pés no chão

- O QUE É ISSO?!- grito assustada chacoalhando as pernas e Connor grita meu nome enquanto sou puxada por alguma coisa para cima

Senti algo ser jogado no meu rosto e me sentir ser apagada em um instante
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Continuo?

Um erro do destino - Peter pan Onde histórias criam vida. Descubra agora