Eu tinha esquecido que aceitei que o maldito Charlie viesse passar a tarde aqui comigo... Droga! Eu precisava ser tão impulsivo?
Deixei o celular no criado mudo e quando finalmente me levantei, senti um baita desconforto pra me lembrar da noite de ontem e o porque Charlie não deveria saber disso. Escovei meus dentes, pensei em inventar alguma desculpa, mas já era tarde demais! Ouvi as batidas na porta seguido de um chamado pelo meu nome, era o Charlie.– Trouxe os salgadinhos!!! - ele disse com um tom tão animado que dava nojo.
– Boa! Vamos lá pro meu quarto!
– O que aconteceu com você? Está cheio de roxos e arranhões!
– Digamos que alguns idiotas tentaram me assaltar ontem e eu reagi... - menti, ele não precisava, realmente não precisava...
– Você é maluco!
– O importante é que já tá tudo bem... A gente pode comer logo esses salgadinhos? Estão com um cheiro ótimo! - fugi do assunto mas com um fundo de verdade, realmente os salgadinhos estavam cheirando muito bem e eu acabei de acordar! Tô cheio de fome!A tarde fluiu bem melhor do que eu esperava, Charlie sabia perfeitamente o que devia e não devia falar, sabia o momento de se calar, sabia exatamente como lidar com meus pensamentos mais malucos e suicidas...
Na verdade eu gosto muito do Charlie, nos conhecemos a dois anos atrás, no início do ensino médio, ele me ajudou a encontrar minha sala e nunca paramos de nos falar. Ele não sabe de tudo sobre mim, na verdade quase ninguém sabe e eu prefiro que seja assim! Pra muitos eu simplesmente sai de casa porque eu quis e alguns até me veneram como um cara que alcançou a independência... Se eles soubessem da realidade...Charlie é exatamente o tipo que cara que eu gosto, fisicamente falando ele é um branco alto, com um físico que eu chamo de "abandonei a academia", que é quando o cara tem o porte de academia, mas já perdeu totalmente a definição e está um pouco "gordinho"; cabelos escuros, olhos puxados como os de um coreano de um tom verde tão claro quanto um cristal, realmente um cara incrível.
No fundo eu sabia o que ele realmente queria, mas eu nunca dei essa brecha, não queria magoa-lo. Imagina só se ele ia querer um cara que pode acordar morto? Acho que não...– Eu amo esses filmes!
Charlie não cansava de aclamar a trilogia de filmes de Cinquenta Tons de Cinza. Ele achava lindo como uma coisa tão seca resultou numa paixão tão intensa.Finalizamos o último filme da saga e a tarde já estava terminando. Charlie estava completamente jogado do meu lado; ele usava uma bermuda jeans branca e uma blusa de manga curta preta e no momento, estava só com suas meias, o tênis se perdeu pelo chão do quarto a um bom tempo.
– Bom acho que já vou in – interrompi ele antes de se levantar da cama o segurando pelo braço.
Charlie me olhava sem entender nada, mas ele tinha um brilho diferente no olhar que se misturava com a confusão na imensidão daquele verde cristalino.Eu o beijei.
Eu sabia perfeitamente como ele queria que essa tarde acabasse, e sabia a muito tempo, e tudo isso foi confirmado com a reciprocidade do beijo. Era silencioso e intenso, um grande desejo fluía dos nossos corpos tornando tudo um pouco mais violento, forte...
Eu me ajoelhei na cama e empurrei o Charlie pra ela, aqueles olhos pediam por mais e eu daria mais. Subi por cima dele, o deixando entre minhas pernas e tirei sua camisa, logo atacando novamente seus lábios. Ele agarrou minha camisa e tirou em meio ao beijo que logo foi interrompido, pois comecei a descer pelo seu pescoço, passando por todo seu tronco e chegando até a beirada de sua bermuda, a qual eu retirei junto com sua cueca, revelando seu membro extremamente duro e pulsante.
Claro que fiz o trabalho que ele merecia, recebendo suspiros e gemidos de recompensa direto dos seus lábios rosados e carnudos. Parei por um momento e tirei logo meu short, não estava usando cueca...
Puxei Charlie de forma violenta pra perto de mim, o virando de quatro e tendo a melhor visão possível. Cuspi na sua entrada e no meu pau e comecei a penetra-lo devagar. Ele rebolou no meu pau enquanto se acostumava.– Me fode por favor!
Sua voz saiu fraca, num suspiro... E eu prontamente atendi. Naquele momento eu só pensava em ir mais e mais fundo, eu abracei Charlie junto ao meu corpo para que eu pudesse fode-lo e ao mesmo tempo masturba-lo, queria que ele também tivesse o prazer que eu estava tendo.
Era muito intenso, Charlie se virava pra me beijar e entre os nossos lábios disse que não aguentaria mais, que estava perto do seu clímax. Intensifiquei as estocadas e gozamos juntos... Era incrível a sensação de ver como Charlie ficou entregue ao momento, seu corpo se contraia e enquanto gozava perdia levemente seu controle, se tremendo e tendo alguns espasmos.
Eu coloquei minha cabeça em seu ombro, ainda agarrado ao seu corpo e dentro dele.Estávamos super ofegantes, então deitamos na cama, lado a lado olhando para o teto e tentando controlar as respirações. Ainda sem trocar uma palavra do que estava acontecendo.
Eu sinceramente não sei o que deu eu mim, eu tinha acabado de ter a melhor foda da minha vida e a única coisa que eu sentia era uma imensa vontade de que Charlie fosse embora e não voltasse tão cedo a minha vista. E eu fiz isso...
Me levantei e comecei a me vestir, logo depois reuni as roupas dele e coloquei na cama.– Você não gostou? – Charlie perguntava.
– Não, não é isso, é que... Você precisa ir!
– Mas... – era visível sua tristeza, mas eu o interrompi antes que tentasse dizer algo.
– Olha Charlie... Eu... Eu não sou pra você...Charlie se calou, me olhou por alguns segundos e sem dizer nada, vestiu suas roupas. Quando finalmente amarrou o cadarço do seu Vans preto, ele voltou o olhar pra mim.
– Eu... Bom, eu já vou indo... E não precisa me levar até a porta, eu sei o caminho...
Charlie saiu e eu fiquei paralisado do mesmo lugar, só ouvi o barulho da porta se fechando.
Ele não merece alguém que não possa realmente oferecer um futuro pra ele! Olha bem pra mim! Pode ser que eu nem acordei vivo ou me mate muito antes mesmo dessa doença me levar, eu não posso dar essa tristeza pra um cara como ele. Prefiro que ele me odeie agora e se afaste do que ele ter a esperança de estar comigo.
Talvez quando a Priscilla Alcântara fez aquela música com aquele vocalista da Fresno eles estavam prevendo meu futuro...– Amigo! Eu vi o Charlie aqui na rua, ele tava com uma carinha tão triste e... – Melanie chegou em casa tagarelando e entrou no meu quarto. – Nossa que cara é essa Willy?
– Acabei de transar com ele...
– Caramba e isso é... Isso é ótimo! Não?Eu simplesmente comecei a chorar e abracei Melanie. Acho que ela já tinha percebido o que rolou, pois só me abraçou sem mais perguntas.
Melanie ficou comigo me abraçando enquanto estavamos deitados na cama até que eu me acalmasse. Sua companhia sempre terminava nesse tipo de coisa, eu me tornei dependente da Melanie, ela que sempre me coloca nos eixos e meu maior medo desse sempre até agora é perde-la.- Relaxa meu lindo, você vai superar isso, eu já te disse, as piores coisas do universo acontecem com todos os super-heróis, e eles só se tornam realmente heróis, quando descobrem que tudo que aconteceu com eles, foi pra torná-los mais fortes e imbatíveis.
Eu amava o otimismo da Mel mesmo sabendo que por mais que ela estivesse certa, eu já estou de contrato assinado com o fim...
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midnight
FanfictionWilly está entre a vida e a morte, seus dias estão se despedaçando a medida que passam. Quando palavras são tão fortes como uma facada; Quando a visão de futuro é destruída; Quando a última faísca de esperança é esmagada. Será que ainda é possível v...