Prólogo

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O vento corta com uma rajada o grande salão de Winterhall. As paredes altas de pedras a mostra não são suficientes para barrar o frio intenso daquela região e as lareiras tentam, ao máximo, fazer com que as pessoas que ali se encontram não morram de hipotermia.

Era novembro e o clima já estava hostil. Um longo e doloroso inverno estava por vir.

No meio do salão, na cabeceira da mesa, se encontrava Louis Tomlinson, o grande duque do norte. Seus cabelos negros que nenhum vento era capaz de desarrumar e seus olhos azuis eram como pequenas esferas de gelo: frias e cortantes.

Muitos o consideravam o Rei do Inverno, o único capaz de domar aquela terra abandonada por Deus e ignorada pelo diabo.

Os murmurinhos ressoavam pelo ambiente. Todos estavam elétricos pelas notícias vindas do sul. O rei estava acamado e os curandeiros já estavam esperando pelo pior. O futuro era incerto. Sem herdeiros para sucedê-lo , o futuro do reino era instável e incerto.

Quem seria o futuro rei?

Nenhum ali presente sabia ao certo. O exército queria que Tomlinson chegasse ao poder, mas o povo clamava pelo Harry Styles, o afilhado do enfermo rei.

Por lei, Styles deveria ser coroado. Era o primeiro na linha de sucessão, mas o exército impediria. Eles jamais aceitarão um excêntrico no poder. Styles era imaturo demais, colorido demais, falante demais. Styles era simplesmente demais para um trono.

Assim, uma guerra civil estava a caminho.

Enquanto o futuro não chegava e o doente ainda permanecia vivo, Louis se permitia desfrutar de um bom whisky.

Ele não desejava ser rei. Ele cresceu sendo o segundo filho, seu lugar era no exército, lutando. Ele foi criado para a batalha, criado como um guerreiro.

Mas Deus tinha outros planos.

Ao 17 anos, Louis viu seu mundo colabar. Seu pai caiu enfermo e nenhum curandeiro era capaz de dizer o que ele tinha. As tosses assombravam o castelo e o velho duque foi definhando, definhando, até que um dia seu coração desistiu de bater.

Foi o segundo pior dia na vida de Louis, o primeiro foi quando ouviu a primeira tosse de James, seu irmão mais velho.

James era muito mais que seu irmão, ele era seu espelho, seu guia, aquele que seria seu duque. Mas, acima de tudo, James era seu amigo.

Quando seu irmão começou a tossir, Louis quis fugir. Ele não conseguiria lidar com aquilo novamente. Era doloroso demais, errado demais. injusto demais.

Quando James morreu, Louis se permitiu chorar. Um choro baixo, quieto e angustiante. Louis chorou pelo irmão. Chorou por seu pai. Chorou pela sua mãe que havia perdido o marido e o filho. Mas, acima de tudo, chorou pela sua vida. Dali para frente, ele não seria Louis Tomlinson, soldado das forças armadas. De agora em diante, ele era Louis Tomlinson, Duque de Durham e governante do norte do reino.

E agora ele poderia ser o futuro rei.

Louis realmente não desejava esse futuro. Mas, uma coisa a se saber sobre duques é que eles não podem se dar ao luxo de escolherem seu futuro.

Uma movimentação atípica se estende pelo salão e um criado se aproxima excitante do duque.

-Sua Alteza, me desculpe, mas o senhor tem um convidado.

-Convidado?- Louis pergunta um pouco
ríspido, ele não costumava receber muitos convidados em seu castelo-E eu posso saber quem é tal pessoa?

-Conde de York, senhor.

O salão se cala. É possível ouvir o barulho de um pássaro lá fora. Horan? O que diabos ele estaria fazendo aqui?

-Pois que mande-o entrar.

O criado sai apressado, como se estivesse fugindo da forca.

Do outro lado da mesa, Liam encara Louis nos olhos. É possível sentir a tensão ali. Simplesmente nenhuma notícia boa pode vir acompanhado de Horan e Payne sabe disso.

O olhar é cortado quando Niall adentra o local. Suas botas estão molhadas de neve e há bolsas envolta de seus olhos. Ele parece acabado.

-Horan, que prazer da sua presença. - Liam cumprimenta-o.

-Payne, prazer vê-lo novamente. - o conde, então, encara a figura do duque.- Alteza.

Ele, então, faz uma pequena referência a Louis.

-Horan, bom revê-lo, apesar de surpreso. Traz notícias do sul?

-São as mesmas. O rei está para morrer e uma guerra está para acontecer. Vir falar sobre isso.

Aquilo desperta a atenção de Louis. Para vir de tão longe, o que o conde tem a dizer deve ser importante.

-Então diga. O que tem a me dizer sobre essa guerra.

-Perdão, senhor, mas gostaria de dizer no particular.

-Horan, essas pessoas aqui, - Louis diz apontando para mesa- são meus conselheiros. Temo que não há necessidade deles se retirarem.

-Esse é um assunto extremamente... delicado- Niall hesita.

-Confesso que estou cada vez mais curioso. Vamos, Niall, diga o que tem para me contar.

-Como todos sabem, uma guerra está a caminho. O exército não aceita Harry e o povo não aceita você. Uma luta pelo trono que só vai destruir os dois no processo.

-Não disse nada novo, Horan.

-Eu não terminei. Tem um jeito de evitar isso.

- E eu posso saber como? Renunciando ao trono? Temo que seja impossível já que as forças armadas não aceitaria isso. Não posso abdicar algo que eu nem se quer escolhi.

-Não, mas há outra maneira.

Os olhos de Horan parecem brilhar.

-Qual?

-Se casando com Styles.

O mundo gira. O salão para. Ninguém ousa respirar. Lá fora o vento ainda sobra, mas, dentro do salão, só se ouve um silêncio assustador.

-Co-como?- Louis gagueja provavelmente pela primeira vez na vida.

-Pode parecer absurdo, mas pense. Você é o duque do Norte, Harry comanda o sul. O exército quer você, o povo quer ele. Se cansado e assumindo o poder juntos, vocês agradam a todos.

A mente de Louis gira numa velocidade anormal. Se casar com Harry Styles? Não. Simplesmente inadmissível. Jamais se submeteria a isso.

-Não. Eu jamais me casaria com ele. Já ouvi histórias sobre Styles, como é escandaloso e excêntrico. Não. Jamais.

-Poxa, Louis. Esperava que você reagisse ao nosso pedido de casamento com mais entusiasmo.

Nesse momento, Harry entra no salão, como se fosse o dono do lugar. Suas vestes de um tom amarelo iluminava aquele castelo sombrio. Ele parecia um sol, com seus olhos verdes brilhantes e suas roupas vibrantes.

Louis o encara como se fosse uma miragem. O que diabos aquele homem estava fazendo em sua casa?

-Eu posso saber o que diabos te trouxe aqui?

Styles faz um biquinho, mas continua com um aspecto brincalhão.

-Ora, Louis, eu vim de tão longe e assim que você recebe seu futuro marido? Eu vim preparar nosso casamento, amor.














Broken Thrones| Larry StylinsonOnde histórias criam vida. Descubra agora