Capítulo 2 - As Trevas

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As trevas que ofuscam o meu caminho

Me impendem de lembrar,

do meu grande amor que um dia não soube andar.


Não posso mais lembrar do sorriso inocente que criava,

nem do rosto que me cercava, e se modificava.

As trevas em minha mente me impedem de chorar,

e de lembrar...


Quem eu sou? O que me restou?

Onde estou? Me ajuda por favo

Cadê o meu filho que criei com tanto amor?


???: — Deixa eu te ajudar... [Ele pega um ???{pente} da minha mão]

???: — Muito obrigada, eu tinha me esquecido o que eu estava fazendo. Minha mente já não é mais a mesma.

 Ela sorri de forma descontraída não querendo demonstrar fragilidade. O homem ao seu lado começa a pentear aqueles belos cabelos cinzas, que já tiveram cor e textura quais causavam muita inveja.

???: — Desculpa incomodar, senhor... Mas, qual é seu nome?

???: — Meu nome é Gabriel, senhora Adriana...

Adriana: — Aaahh...

Ela não se lembrava do próprio nome, queria agradecer ao jovem por lembrá-la mas seria muito estranho dizer isso em voz alta. O jovem por sua vez mudara sua expressão, parecia mais triste e demonstrava que estava prestes a chorar.

Gabriel: — Prontinho...

Adriana: — Pode conversar um pouco comigo? Desculpe, isso se não for atrapalhar... Eu me sinto sozinha nesta casa, meu filho cresceu e começou a ter a própria vida então desde então, passo a vida sozinha, meu marido já faleceu então sou sozinha. Você tem filhos?

Gabriel: — Não, eu estava noivo até pouco tempo mas tive que voltar correndo para a casa da minha mãe, ela começou a ficar doente e minha noiva ao ver aquela situação não se sentiu pronta para arcar com aquela nova dificuldade...

Adriana: — Perdão, se eu soubesse... Sua mãe deve estar muito feliz por ter você por perto novamente, sei disso porque é o que eu gostaria se fosse comigo. Nós criamos nossos filhos mas as vezes esquecemos que criamos eles para a vida, e a vida os sequestra, nós tentamos proteger e prender o ser que criamos durante metade da nossa vida, mas não podemos esquecer que eles apenas estão passando pelo mesmo processo que nós passamos. Um dia ele irá ter família e deixará filhos que serão nossos netos. Um dia eu vou ver meu filho de novo e assim, talvez, verei meu neto. Espero não estar dando trabalho para ele nesse estado e nem pra você.

Adriana então se depara com Gabriel chorando, então numa tentativa de consolar aquele jovem adulto, ela o abraça. E diz as seguintes palavras: — Não chore desse jeito, querido. Sua mãe te ama, e ela sabe que você está ao lado dela, e em breve as suas dificuldades irão sumir. Afinal, tudo passa uma hora ou outra. Então, ela solta o jovem que por sua vez se encontra mais estável.

Gabriel: — Muito obrigado, gostaria de ir para cama? Eu posso te acompanhar.

Adriana: — Gostaria sim, a minha idade já não permite ficar até mais tarde acordada.

Os dois se dirigem até o quarto, e ele a ajuda se cobrir.

Adri???: Muito obrigada, rapaz...

G???: Boa noite, mãe...

E sua última frase não pôde ser escutada a sua mãe.


Fim

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⏰ Última atualização: May 04, 2022 ⏰

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