Inexplicable Attraction - Jikook

Capítulo 19

Jimin

— Está tudo bem entre nós? — perguntou Jungkook alguns dias depois da Páscoa, quando eu o levava ao aeroporto. O editor precisava que ele fosse a Nova York para conceder algumas entrevistas e fazer sessões de autógrafos. Ele vinha adiando essas viagens desde o nascimento de Eun-ha, mas agora estava sendo compelido a comparecer a alguns eventos. Era a primeira vez que passaria o fim de semana longe da filha, e eu sabia que ele estava nervoso por causa da separação. — Quero dizer, depois da nossa conversa na outra noite?

Sorri e fiz que sim com a cabeça.

— Está tudo bem, de verdade.

Era mentira.

Desde que ele revelou os sentimentos que habitavam seu coração, eu não conseguia parar de pensar nisso. 

Mas como ele tinha sido corajoso o suficiente para ser um pouco como eu, permitindo que suas emoções viessem à tona naquela noite, eu estava me forçando a ser mais como Jungkook, tentando manter as minhas sob controle.

Eu me perguntava se ele tinha sido assim a vida toda, se havia lidado com seus sentimentos sempre às escondidas.

— Tudo bem.

Quando chegamos ao aeroporto, saí do carro para ajudá-lo com as malas.

Tirei Eun-ha do bebê conforto, e Jungkook a abraçou bem apertado. 

Os olhos dele ficaram marejados.

— São só três dias — eu disse a ele.

— Sim, eu sei, é que... — Sua voz falhou, e ele beijou a testa de Eun-ha. — Ela é tudo para mim.

Ah, Gguk.

Era muito difícil não se apaixonar por ele.

— Se você precisar de qualquer coisa, de dia ou de noite, me ligue. Quero dizer, vou ligar sempre entre um compromisso e outro. — Ele fez uma pausa. — Você acha que eu deveria cancelar e ficar em casa? Ela teve febre essa manhã.

Eu ri.

— Jungkook, você não pode cancelar seus compromissos. Vá trabalhar e depois volte para nós. — Fiquei em silêncio por um instante ao perceber o que tinha dito e dei um meio-sorriso. — Volte para sua filha.

Ele assentiu e beijou a testa dela mais uma vez.

— Obrigado, Jimin, por tudo. Não confio em muitas pessoas, mas confio em você para cuidar do meu mundo. — Ele tocou de leve o meu braço antes de me entregar Eun-ha e partir.

No instante em que a coloquei no bebê conforto, ela começou a gritar, e fiz de tudo para acalmá-la.

— Eu sei, mocinha. — Afivelei o cinto de Eun-ha e beijei sua testa. — Vou sentir falta dele também.

* * *

No dia seguinte, Minah me convidou para dar uma volta de bicicleta, mas, como eu estava com Eun-ha, fizemos apenas uma caminhada com ela no carrinho.

— Ela é simplesmente linda — disse minha irmã, sorrindo para a sobrinha. — Tem os olhos da nossa mãe, assim como a Minzy, não é?

— Ah, sim, e a insolência da nossa mãe também. — Eu ri enquanto seguíamos para o começo da pista de caminhada. — Estou contente por finalmente passarmos um tempo juntos, me Minah. Parece que, apesar de morarmos no mesmo apartamento, mal consigo te ver. Nem cheguei a perguntar como foi o encontro com Sora.

— Eu não a vi — disse ela de repente, fazendo-me parar.

— O quê?

— Ela não estava na cidade — confessou, nervosa, sem conseguir me encarar.