Único.

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Zoro deu uma olhada em seu celular, percebendo que daria meia noite, aproximadamente em poucos minutos. Esteve pensando a semana inteira o que faria em seu próprio aniversário, mas desistiu ao perceber que estava se esforçando demais para pensar algo. Decidiu que ficaria deitado o dia inteiro, apenas pensando o quão bosta sua vida é, comendo porcarias e assistindo netflix. Depois disso seria só ladeira abaixo, já que entraria em uma provável bad e crise existencial. Queria poder passar com seus amigos, mas infelizmente todos estavam ocupados, viajando ou passeando por aí, esse era o ruim de morar longe de todo mundo, principalmente nas férias! Poderia fazer um bolo também, mas provavelmente queimaria a cozinha ou explodiria sua casa, resultando em ser um sem-teto e fodido. Bufou, preparando uma coberta e deixando o quarto geladinho, ligando o ar-condicionado. Foi à cozinha, revirando os armários e pegando os milhos de pipoca, também separando os biscoitos e doces, deixando em cima da bancada. Se direcionou ao fogão e preparou a panela de pipoca, despejando óleo e deixando os milhos ali, ligou o fogo e ficou aguardando. Teria sido mais fácil se tivesse ido comprar pipoca de microondas, mas a preguiça fala mais alto e ele não sairia apenas para comprar uma coisa tão bleh.

Sorriu satisfeito ao ver toda comida para si, o anime na televisão, a coberta quentinha e o quarto gélido. Do jeito que gostava. Trocou de roupa, botou um pijama e foi deitar-se. Pena que felicidade de pobre dura pouco, e ficou irritado ao ouvir a campainha tocar freneticamente. Se fosse um inquilino do lado, ou o dono do apartamento, iria espancar de qualquer jeito. Preparado para dar uma resposta rápida e grossa, seja lá quem fosse, se assustou ao abrir a porta e dar de cara com um loiro, de sobrancelhas espirais, com um pequeno sorrisinho e uma mochila nas costas, além de uma caixa em suas mãos.

— Vai me deixar entrar não, besta? — perguntou, já ficando nervoso ao ver o Roronoa travado na porta — Já deu meia-noite, feliz aniversário, marimo! — disse, entrando na casa do esverdeado.

— Ei, ei, por que está aqui?! — indagou espantado, indo atrás dele.

O Vinsmoke parou na cozinha e deixou a mochila na cadeira, botou a caixa na mesa e a abriu, revelando um bolo, com uma vela no topo e todo decorado, parecia delicioso.

— Eu não ia deixar você sozinho no próprio aniversário, Zoro. — revirou os olhos, cruzando os braços.

— Obrigado?...

— Own, que fofo, ele sabe agradecer! — ironizou, rindo da expressão emburrada do esverdeado.

— Escuta aqui, loirinha do tchan, eu nem te chamei pra vir aqui, você chegou invadindo minha casa e... — parou de falar e olhou para o loiro — Aliás, não ia viajar? — arqueou uma sobrancelha, com dúvida.

— Eu ia, mas como disse, eu nunca me perdoaria de deixar você sozinho logo no seu aniversário, amor.

Oh, droga. Sanji havia o chamado de amor, Zoro sentiu suas bochechas queimarem e desviou o olhar rapidamente. Sentia-se idiota por sempre esquecer de seu namoro recente com seu ex-rival de infância, e toda vez que ficava envergonhado ao ser chamado assim, ou tratado romanticamente pelo loiro, se irritava. O loiro tinha percebido o rubor avermelhado pelo rosto do Roronoa, e deu um sorriso ladino, achando uma graça o outro com vergonha.

— Vem, vamos comer. — chamou o namorado, puxando a mão dele e fazendo o maior se sentar ao seu lado na cadeira.

Zoro odiava admitir, mas, ficou feliz. Mesmo estando os dois, bateram parabéns e comemoram ali, cortou as fatias e guardou-as para mais tarde, logo os dois foram para o quarto do esverdeado e deitaram-se na cama, para assistir um filme bobo qualquer, enquanto trocariam carícias e prováveis palavrões. Antes, Sanji se sentou na beirada da cama, pediu para que o Roronoa pegasse seu pijama para que pudesse dormir logo depois da maratona de filmes. Assim o esverdeado fez.

— Obrigado, vida. — puxou Zoro pelo colarinho da camisa de seu pijama, fazendo o mesmo abaixar seu rosto, deu um beijo apaixonado no esverdeado, terminando em pequenos selinhos e um belo sorriso bobo do loiro.

O esverdeado se afastou, vermelho novamente, e o Vinsmoke riu.

— Ainda não se acostumou, meu amor? — provocou, rindo mais.

— C-cala boca, porra!

— Cala você, ridículo!

— Vai se foder, cozinheiro de boteco. — se jogou na cama, puxando Sanji para perto de si, o loiro deitou em seu peitoral.

— Vai você, puta.

— Só não chamo sua mãe de puta, porque ela é uma ótima sogra...

O loiro riu, depois deu beijinhos no pescoço bronzeado alheio.

— Eu te amo, sabia? — soltou de repente, escutando apenas a respiração pesada de Zoro — Cê tem que parar de ser tão tímido assim. Como iremos transar desse jeito? — deu um sorriso maldoso, brincando.

— Vai tomar no cu! — botou a mão em seu próprio rosto, escondendo o rubor em suas bochechas.

O Vinsmoke tirou a mão do esverdeado e deu mais beijinhos em seu rosto, por fim em sua boca.

— Otário. — falou, saindo de cima dele e indo se trocar.

— OTÁRIO É TEU PAI, AQUELE CORNO! — berrou, irado.

— CONCORDO! — gritou de volta, fechando o banheiro.

Mesmo não estando tão acostumado a receber carinho, principalmente do loiro, ele gostava. Se sentia feliz, se sentia amado, se sentia importante, e mais, se sentia acolhido. Arrumou-se na cama, e aguardou Sanji, esse que saiu e se deitou ao lado do esverdeado, que decidiu deitar a cabeça no peitoral do Vinsmoke. O loiro acariciou os fios verdes, e deu um beijinho ali, em seguida o abraçou.

— Eu também te amo... — sussurrou.

Sanji o olhou, um pouco assustado, mas isso não proibiu ele de esboçar um sorriso do rosto, e claramente ficar corado.

— Que gay da sua parte, amor.

— Eu não sou gay, meu namorado que é. — resmungou, tirando o filme do play.

— Teu cu, você que é!

— Vai se foder vai, chatão pra caralho hein.

— VOCÊ ME CHAMOU DE QUÊ!?

É, eles se amam e demonstram afeto do jeito deles.

Demonstração de Afeto - ZosanOnde histórias criam vida. Descubra agora