Suado, eu estava uma poça de suor, tanto que tive de parar um momento para rever se ainda possuía a função chamada firmeza das minhas mãos. Patético, não? Mas eu não podia continuar tatuando uma pessoa daquela forma, era imprudência demais. O pior era que eu culpava tudo menos a minha situação atual ao lado daquele rapaz que estava me deixando em chamas. Dizia a mim mesmo que estava passando por uma onda de cansaço, pensei que poderia ser fome, já que era tarde e eu não tinha comido ainda. Culpei o meu melhor amigo Jeon por ter clientes tão complicados e ainda fui mais ousado em culpar a máquina de tatuar por não estar montada corretamente. Entendia que todos esses argumentos eram apenas uma válvula de escape que eu estava criando para fugir de mim mesmo. E a quem eu queria enganar mesmo? Era uma primeira vez, uma tola e muito violenta primeira vez. Uma primeira paixão a primeira vista. E eu estava sucumbindo sem saber lidar com ela.
Não somente isso, o que estava me tirando dos trilhos era apenas um gemido, um singelo gemido de quem não sabia demonstrar dor de outro jeito por ser, aparentemente dengoso demais, mas que arrepiou todos os pelos que eu tenho no corpo. Até mesmo os que eu nem imaginei que pudesse ficar arrepiado. Era a força de um desejo tão forte que me deixava sem o meu famigerado ar. Tudo naquele homem parecia ser milimetricamente preparado para me deixar em um plano que não era meu. Visando isso que eu parei, dei minhas desculpas a mim e a ele e tentei não me embriagar com o cheiro bom que vinha dele. Era de outro mundo e eu precisei pensar em outra coisa para não começar a fantasiar coisas impuras com ele.
Mas foi quase impossível não fazer isso, já que quando eu abri meus olhos ele estava mais empinado do que nunca, claro que sem perceber que o fazia, por estar bem entretido mexendo em seu celular enquanto eu tinha aquele meu tempo. A pele me pareceu mais atrativa do que nunca e por mais que eu houvesse travado uma batalha comigo mesmo naquele momento não consegui parar o caminho que minha mão fez ao pousar na cintura dele e apertar levemente o local, consequentemente assustando-o. Ele era tão sensível... Mais um gemido daqueles foi solto de sua boquinha rosada.
E como ela parecia apetitosa ao ser vista de cima, com aqueles lábios fininhos um pouco úmidos e os dentinhos o prendendo levemente. O que era alto controle mesmo? Acho que foi para o inferno a uma hora dessas. Isso porque eu me senti o próprio anjo mal quando acariciei aquela parte de seu corpo sendo encarado por aquele par de olhos inocentes e tão pecaminosos ao mesmo tempo. Aquele hyung não sabia o que passava dentro de mim ou muito menos podia perceber o volume que se formava dentro da minha calça. E se aquela sala não fosse tão acessível e se eu não fosse tão louco acho que faria um strip-tease para ele ali mesmo. Mas não me despiria somente da roupa, mas também de qualquer sanidade.
Ah, se ele soubesse da vontade que eu tinha de espalmar sua bumdinha redondinha e empinada. Se ele ao menos tivesse uma idéia da cena que se passava em minha mente talvez não houvesse sorriso de forma tão doce quando eu lhe sorri antes. Mas o meu sorriso nada mais passar do que a sacanagem que reinava dentro de mim, enquanto o dele era apenas um conforto, um consolo para essa minha alma atormentada. Ele podia não notar, mas quando me sentei em minha cadeira quase gemi pelo simples fato do meu membro estar tão duro que o ato de sentar doía. E a idéia de não querer me sentar naquela cadeira e sim em uma cama enquanto ele sentava em cima de mim não saia da minha mente. Me senti um tanto sujo, confesso. Mas Jung Hoseok estava me despertando tudo. Desde a vontade de beijá-lo da forma mais carinhosa do mundo até a de fodê-lo da forma mais violenta. Tudo para que ele soubesse o que causava em mim.
— Vamos terminar isso, hyung? Acredito que você deve estar louco para ver como ficou e ir para casa para se preparar para uma segunda sessão, certo? – Sussurrei quase perdendo o controle do que era uma pergunta simples para um pedido de uma noite quente. Meu tom era sexy demais para um momento como aquele e por eu não querer assustá-lo coloquei dentro de mim os pensamentos mais distantes possíveis do que eu realmente queria fazer com ele de lado e comecei de novo a tentar fazer aquele traçado. Mas quem disse que tudo estava sendo fácil? Nem de longe aquilo poderia ser considerado fácil. Ele mal sangrava e isso me deixava aliviado. Haviam clientes que sangravam bastante diante do movimento da agulha e isso sempre me deixava agoniado. Não por ter medo de sangue, não por isso, nem de longe, mas sim por ter empatia demais a ponto de entender que doía e saia bastante sangue dependendo da região em que era tatuada. Não queria que aquele hyung passasse por isso. Mas por sorte estava indo bem.
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Paradise Kiss
FanfictionQuando TaeHyung se juntou a JungKook naquela ideia louca de se tornarem tatuadores ele não esperou que o seu negócio desse tão certo. Com o passar do tempo eles receberam muitos clientes e sua fama ia crescendo. Receber vários clientes, de diversas...