Pontos

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- Eu vou ter que suturar isso aqui, só o esparadrapo não vai segurar. Essa infelizmente vai doer. - Baizhu avisa a Lumine, e eu volto a engolir meus sentimentos.

- Tudo bem... - a Lumine concorda nervosa.

Assim que ela consente, Baizhu passa o fio, costurando sua pele de volta no lugar. Ela solta um grito de dor e põe a mão na boca, tentando ficar quieta enquanto o doutor trabalha.

Ele dá um nó no ponto e passa a agulha novamente, fazendo a Lumine grunir. Ela me olha com lágrimas nos olhos e eu quebro por dentro. Por que ela tinha que ser tão fofa?

Me movo sem pensar e enxugo uma lágrima no canto dos olhos dela. Acho que estou meio alto... talvez por ter tomado quase meia garrafa de Vodka... mas só talvez.

A agulha passa de novo e ela fecha os olhos com um grunido. Ainda bem que ela fechou os olhos... não acho que ia conseguir sair sozinho desse labirinto... ia ficar perdido.

Minha mão livre cai do seu rosto e eu seguro sua mão. Ela me aperta quando sente a agulha espetando sua pele de novo. Ela abre os olhos e faz um beicinho. Eu engulo em seco. Tsaritsa que me perdoe, mas acho que não consigo me segurar mais.

Me inclino direção a sua boca... ela me olha firme, decidida... brava até. Brava? Porquê? Eu não fiz nada ainda... ou fiz?

- Me da! - ela diz autoritária.

- O-o que?? Da o que? - Nossa... eu tô...

- Me da a garrafa. - é... eu passei do ponto. Ela ta certa.

Bebi demais já... mais um gole e eu a beijava. Entrego a garrafa e ela a leva até a boca. Ela... ela tá bebendo. Isso...

- Isso é bem forte, Ojou-chan. Certeza que ague... - ela tosse algumas vezes e faz uma careta.

- Isso é horrível, como você consegue? Blergh.

- Eu... eu sou de Snezhnaya... Tá no meu sangue. - digo apertando sua mão um pouco mais forte quando a sala começa a rodar.

- Eu vou conseguir. Não quero perder pra você. - ela diz tomando outro gole com a mesma careta.

O Baizhu assiste a nossa pequena competição com preocupação nos olhos, mas sem dizer nada. Talvez pela Lumine reclamar menos.

- Pronto. - olho pra baixo e admiro a sutura perfeita no joelho dela. Esse cara é bom.

- Já? Estou livre? - ela pergunta piscando algumas vezes.

- Sim, senhora. Só não ouse fazer nada que estrague a minha sutura, ou da próxima vez eu vou só grampear você. - ela ri se levantando e da a volta na cama.

- Então... sem guerras de travesseiro? - ela pergunta jogando meu próprio travesseiro na minha cara.

- Ora, sua... - me levanto preparado pra puni-la, mas o Baizhu me segura pelo braço antes que eu consiga ir longe.

- Sem guerras. De nenhum tipo. - ele diz autoritário. A Lumine reage com um biquinho. Fofa.

Eu deito na cama observando o tour da loira. Ela explora meu quarto enquanto o Baizhu cutuca as minhas feridas. Eu mal sinto dor... tô mais do que acostumado com cortes assim. O álcool ajuda bastante, mas ainda sinto aquela pontada incômoda na costela.

- Doutor... eu acho que quebrou.

- O que? - ele pergunta.

- Minha costela.

- Eu estava torcendo pra que fosse só um hematoma... deixe-me dar uma olhada. - ele apalpa a área roxa do meu tórax e eu vejo estrelas - É... isso tá quebrado... mas a boa notícia é que não saiu do lugar. É só estabilizar que você fica novinho em folha.

ChilumiOnde histórias criam vida. Descubra agora