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El pecador é uma lenda que conta que um espírito vingativo se apossa de um corpo e o revigora, trazendo o desejo, a maldade e a luxúria a tona. Tornando seu lobo invensivel.

Algumas pessoas têm medo do escuro, outras encaram o escuro numa boa, porém, essas mesmas tem medo de aranha e assim vai; cada um tem seus medos e o maior medo de Jungkook era ser separado do seu melhor amigo que na verdade era pequeno demais para entender o peso de uma companhia, o garotinho rechonchudo só conseguia sentir falta do outro quando os trovões  soavam alto de mais, fazendo-o se sentir desconfortável e apavorado. A chuva estava forte e os relâmpagos e trovões não deixavam a desejar, os pequenos pés encostaram ao chão e logo o corpo minúsculo escorregou pelo colchão, em seus pés só havia um par de meia o outro certamente havia se perdido entre as cobertas e a que ainda restava continha um furo ao dedão  da criança assustada.

Fora ágil em correr pelos corredores escuros que vez ou outra se iluminavam com a natureza da tempestade, o chão gélido o fazia tremer e agarrar-se ainda mais no pequeno urso de pelúcia deixado para si por seus pais. Quando finalmente chegou ao seu destino, esforçou-se para alcançar a maçaneta  assim ficando na ponta dos pés, esforçou-se um pouco mais e quando conseguiu abrir a porta rangente seu olhar foi direto a cama de Jungkook.

Correu entre as camas dos outros garotos sem se importar em ter deixado para trás a porta aberta, então com um pequeno impulso conseguiu subir na cama do mais velho e assim enfiar-se debaixo das cobertas  do mesmo, foi subindo até conseguir adentrar-se  completamente ao espaço entre o braço de Jungkook e o tronco do mesmo, abraçando-o.

— Eii… — Sussurrou  baixinho e não obteve respostas, por então mais um barulho horrível para si veio ecoando pela grande estrutura de aço, mais um trovão o assustou o que fez o pequeno se agarrar ainda mais ao corpo do outro. — Kookie, por favor acorda… — Pediu choroso, com a voz já falha e sentiu então os braços do outro envolver seu tronco. Puxando-o ainda mais para si.

—Xiu pequeno, não chore. — Falou baixinho respirando pesado contra a testa do menor que ainda se continha um pouco abalado pelo medo. — Estou aqui, vou te proteger…— As palavras de seu amigo acabou por o acalmar, fazendo com que o menor fosse adormecendo  aos poucos e assim o moreno cheirou as madeixas de Jimin e assim também voltasse a dormir.

As sete horas em ponto todas as crianças deveriam estar a mesa do café da manhã, a madre superiora presava pela pontualidade; mas Jungkook e Jimin ainda estavam ao quarto, procurando o outro par de meia de Jimin que o garoto insistia em dizer que havia o perdido na cama do maior.

— Jungkookie, eu tenho certeza! — Um biquinho brotou em seus lábios. — Você  viu também  não é? — Perguntou ao moreno que estava deitado ao chão  enquanto procurava debaixo da cama.

— Eu estava com muito sono Jiminnie, nem prestei atenção. —Defendeu-Se levando as mãos  até  seus joelhos e se levantando. — Agora vamos, senão vamos perder o café da manhã. — Proferiu observando os pezinhos de Jimin, um sem meia e o outro com uma meia rasgada. — Olha, pegue minhas meias. — Sentou-se sobre a cama e retirou suas meias pretas e então levantou-se, e se aproximou do menor e ali se agachou para colocá-las em Jimin que apenas estendeu seus pés, um de cada vez. — Pronto. —Levantou sorrindo e a cabeça do outro levantou-se. Jimin estava com um sorriso nos lábios  e aquela visão  não  tinha preço  para Jungkook. — Agora vamos. —Trocaram olhares e com o coração  quentinho entrelaçaram as mãos.

— Jungkook ? — Uma voz tomou conta do cômodo e a porta antes aberta pela metade fora aberta por inteira e uma irmã se pôs para dentro do quatro. — Jimin? O que estão  fazendo aqui ainda, já são quase sete e quinze. — Expôs se aproximando das pequenas crianças que ainda continham as mãos entrelaçadas. Deu a volta no corpo dos menores e levou a palma de suas mãos até as costas dos dois. — Na verdade você tem que ir diretamente para sala da madre Jungkook, ela quer te apresentar alguém. — Jungkook arregalou os olhos e  guiou seu olhar até os olhinhos do menor ali.

— Vá Jungkookie, não se preocupe comigo. — Sorriu confortando o maior.

—Sim meu querido, vá. Jimin será acobertado por mim e poderá poder tomar o café da manhã  atrasado. — Jungkook assentiu sorrindo largo, e então se inclinou colocando rapidamente o seu sapato desgastado; mesmo sem meia e ali tomou rumo a sala da madre superiora.

Jimin também colocou seus sapatos confortavelmente, por estar com as meias de Jungkook; apanhou seu ursinho o abraçando  fortemente contra seu corpo e segurou a mão da mais velha que o guiou até o enorme refeitório, onde o garoto comeu um pão com manteiga e pode tomar leite com Nescau. O orfanato não  era ruim para si, apenas continha  regras demais; Jungkook dizia que era para o bem de todos e o menor acabava concordando com um biquinho nos lábios.

Após o café da manhã Jimin deixou um beijo na bochecha da cozinheira e correu pelos corredores com seu ursinho em mãos, estava em busca de Jungkook pois os dois viviam grudados. Observou seu amigo  de cabeça baixa por uma frestinha na porta do quarto onde Jungkook dormia com os garotos de sua idade e então resolveu adentrar o quarto saltitante, encontrando ali uma das irmãs  a qual ele não tinha visto antes.

— Vou deixar vocês conversarem. — A mais velha passou por Jimin e foi até Jungkook colocando as mãos no ombro do garoto. —Seja breve, irá doer menos. — Saiu do quarto deixando uma dúvida pairar a cabeça do pequeno Jiminnie.

— Doer o que Jungkookie?? — Se aproximou do outro ainda saltitante.

— Eu tentei Jimin, eu implorei pra você vir junto… —Tentou já com lágrimas escorrendo por sua bochecha.

— Não estou entendendo. — Os olhinhos pequenos agora piscávam várias vezes, coçou  os olhinhos e abriu a boca bocejando.

— Fui adotado Jiminnie. — Fora breve, talvez doesse menos como a freira lhe disse.

— A Kookie, isso não é algo bom? — Sorriu se aproximando mais do moreno e apanhando a mão pouco maior que a sua, entrelaçando os dedinhos aos dedos maiores.

— Sim e não Jiminnie. — Ergueu a cabeça pela primeira vez e no seu olhar continha tristeza e angústia, porém Jimin era novo demais para entender tais sentimentos. — Eu vou voltar Jimin, vou voltar por você.

"Eu vou voltar Jimin, vou voltar por você "

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O ômega do Mafioso | Jjk+PjmOnde histórias criam vida. Descubra agora