Carta: Além da vida - Zuri Matos

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No fim eu a reconheci...
Minha razão de viver,
pura como nascer do sol
e amável com o meu ser.

Maria, o teu sacrifício foi aceito,
mas o teu corpo não estava impuro
para gerar aquela criança,
porém a tua repulsa alcançou as tuas entranhas.

O choro da tua alma alcançou o meu ser...
Ah minha doce Maria,
como irei viver sem você?

Quando lhe reencontrar tu estará purificada,
e assim eu a tomarei como a minha única mulher.

Eu irei retomar a minha vida aqui,
mas eu estou vivendo para morrer,
pois sem você eu não tenho direção a recorrer.

Minha doce maria,
eu lhe amarei para todo o sempre,
até eu poder dizer isto a você.

Olhando nos seus olhos negros e apaixonados,
o teu corpo presente aqui está gelado, porém ele parece está mais "purificado".

Ah maria,
eu fiquei sem você e sem o seu amor,
pois no fim, tudo que vivemos se exilou.

(Poema baseado no livro "Lucíola" de José de Alencar

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