Capítulo 1

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O meu olhar acompanhava os seus corpos andarem devagar e em passos certos pela sala enquanto equilibravam os livros nas suas cabeças. As melhoras eram evidentes e por mais que quisesse, não sorria.

Quem visse a vara nas minhas mãos pensava que chicoteava as minhas próprias filhas com ela, se cometessem um erro, mas, na verdade, era para apontar e passar pelas suas costas para chamar a atenção para a sua postura.

A observar estava o Téo com alguns papéis em mãos, fingia que trabalhava apesar de ser percetível a sua falta de concentração. Não iria ficar zangada, ela não fazia mais nada nos últimos dias sem ser trabalhar.

— O que estás a fazer?— A sua voz rouca repreende o filho que muda rapidamente o olhar para a papelada.

— Meninas.— Chamo, pois tinham-se distraído por causa do pai.— O baile está próximo, não podem distrair-se.

— Sim, rainha.— Falam em uníssono.

— Sim, mãe.— Mostro um pequeno sorriso.

— Sim, mãe.— Corrigem.

— Quero ver a vossa vénia.— Sem hesitar, as duas baixam os corpos e fazem uma vénia, sem deixar os livros caírem das suas cabeças.— Maravilhoso. Estão dispensadas.

E, como se fosse um estalar de dedos, as donzelas de postura imaculada desfazem-se e as minhas filhas voltam a resmungar.

— Não percebo porque é que temos de fazer isto. Os pretendentes vão querer casar connosco, não importa.— A Áurea passa a mão no vestido ainda a reclamar.

— Gosto deste vestido, faz-me ter uns seios maiores. Estou quieta e eles estão PAH!

— PAH?! SUNSHINE!— O grito do Taehyung ecoa pela sala.— Uma donzela não diz esse tipo de coisas!

— Eu digo.— Dou de ombros e ouço o riso dos meus filhos.

Quando volto a olhar para o Taehyung o seu olhar era perplexo, estaria a espera que o ajudasse. Tinha feito exatamente o contrário.

— Menina do papá.— A Áurea dá um encontrão na Sunshine que resmunga e mostra a sua língua.

— Menina do papá? Como assim?— Taehyung questiona-a.

— Pai, por favor. Todos notaram, sempre foi assim.

— Isso é mentira, estou farto de dizer, não é S/N?— O seu olhar era de quem procurava por ajuda, desvio e assobio.— A sério?

— Disseste alguma coisa?— Faço-me de desentendida e o seu ar perplexo retorna.

— Não acredito nisto. Vem comigo.— Sem dizer mais nada, caminha para fora da sala.

— Descansem um pouco.— Pisco o meu olho para os meus filhos antes de o seguir.— Onde o rei vai?

Para de andar quando ouve a minha voz e volta-se para mim. Com uma das suas mãos agarra nas minhas e prende-me contra a parede do corredor, o meu corpo estava imobilizado pelo seu.

— Porque é que estás assim?— Sussurra enquanto aproximava o seu rosto do meu.— Posso saber a razão de não tomares o meu partido?

— Porque não tens razão.— Respondo no mesmo tom.

— Eu tenho e tu sabes disso.

— Oh...meu rei.....— Faço uma voz forçada.— Porque é que está a fazer força? Dói.— Um sorriso sádico surge nos seu lábios.

— Que nojo.— Viramos as nossas cabeças quando ouvimos a voz.

No corredor estava a Áurea com um ar quase traumatizado. O Taehyung larga-me e voltamos a endireitar-nos. Sem dizer mais nada, vira-se e vai embora.

— N-Não digas isso dos teus pais! Ouviste?— Ele tenta repreender e tudo o que a nossa filha limita-se a fazer é levantar a mão para mostrar que ouviu.— Vamos para o quarto.— Decide ao agarrar na minha mão.

— Longa vida ao rei....

O rei das trevas- Segunda temporada (Imagine Taehyung Hot)Onde histórias criam vida. Descubra agora