Capítulo 1.

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"Menina Helen." uma enfermeira com um grande sorriso chama-me. "Tem uma visita." ui, mas quem será? "Acho que é o seu pai." oh não! Por, favor eu não o quero ver. Ele nem sequer é meu pai! É tão estúpido e eu odeio-o tanto.

"Então filha, como estás? O que é que te aconteceu?" disse ao entrar dentro do quarto. Eu odeio quando ele finge que se preocupa comigo. Foi ele que me pôs neste estado. O meu pai era muito mais simpático que ele mas, infelizmente, morreu de cancro no coração, e a minha mãe casou com este deficiente.

A enfermeira abandona o quarto e este logo agarra o meu braço. "Que seja a última que me respondes daquela maneira." ele aperta mais o meu braço, começando a serem visíveis marcas vermelhas do seu aperto forte.

"Estás-me a magoar." tento largar-me do seu aperto, mas não obtenho resultados positivos, apenas um aperto mais forte.

"E eu quero lá saber!" disse, elevando o tom de voz. "Ainda bem que estás quase a fazer 18 anos, assim já te posso pôr no meio da rua, e adivinha? Tu não tens com quem ficar porque os teu pais estão mortos!" ele disse enquanto se riu na minha cara. Como é que ele pode ser tão insensível?

"Isso não interessa, eu procuro trabalho." digo, já chateada.

Ele começou-se a rir.

"Tu não sabes fazer nada! Diz-me lá o que é que sabes fazer? Só se for fazer de comer!" disse a gritar. "Poupa-me sua pirralha, tu devias estar debaixo da terra tal como os teus pais." ele cospe com frieza e eu sinto os meus olhos a queimarem devido às minhas lágrimas estarem a ameaçar cair.

"Pára!" grito e no momento seguinte sinto a minha cara quente do estalo que acabei de levar. Ele é mesmo um monstro.

A minha mãe morreu à cerca de três meses. Mas se nem a autoridade percebeu o porquê de ela ter morrido, como é que eu podia perceber? Eu sempre soube que este homem só casou com ela pelo dinheiro. Mas um dia aquele cabrão vai pagar...

"Tu és u-" o meu padrasto não termina de falar pois é interrompido pela enfermeira a entrar no quarto.

"Está tudo bem?" a enfermeira pergunta, olhando-nos desconfiada. Provavelmente a nossa gritaria devia ouvir-se nos corredores.

"Sim está tudo bem." sorri. "Quando é que eu vou ter alta?" pergunto sem qualquer entusiasmo.

"Por acaso era mesmo disso que lhe vinha falar." disse, enquanto olhava para um bloco de notas que estava no fundo da cama pendurado. "Pelos dados que a doutora foi colocando aqui, tem alta hoje. Por isso, aprovei-te que o seu pai está aqui e vá com ele embora." ela pousou o bloco de notas. "Tenham um resto de um bom dia." ela abandona o quarto com um sorriso e eu simplesmente me levanto, preparando-me para ir para o inferno.

(...)

Quando chego a casa, começo a subir as escadas em direcção para o meu quarto.

"Para onde é que pensas que vais?" o meu padrasto diz, fazendo-me olhara para trás para o encarar.

"Vou para o meu quarto." ripostei sem qualquer interesse.

"Não, não vais. Vais já para a cozinha fazer o almoço." ele resmunga.

"Mas pai, será que não compreendes que eu estou exausta?" quase imploro.

"Achas que a mim me interessa se está exausta ou não? Não quero saber de nada, vai já para a cozinha." ele grita e eu desço os poucos degraus que tinha subido à uns instantes atrás, de modo a dirigir-me para a cozinha.

(...)

Deito-me na cama e desligo a luz do candeeiro. Adoro pensar enquanto olho para o teto.

Sinto tanto a falta dos meus pais... Eles apoiavam-me tanto. Nunca na vida me bateram ou agrediram, nunca me obrigaram a fazer trabalhos que requerem demasiado esforço. E agora? Agora sou tipo criada de um homem que não sabe fazer mais nada da vida para além de se sentar no sofá da sala, a ver jogos de futebol, enquanto bebe uma cerveja e coça os tomates. (N.A.: típico português ahahahahah).

A minha mãe era uma das pessoas que mais me compreendia. Era a única aliás. Ela ajudava-me nas minhas escolhas, sabia sempre o porquê de eu estar triste ou então desanimada. Éramos tão parecidas em certos aspectos. Por isso é que eu me identifico tanto com ela, nós éramos daquele tipo de mãe e filhas que mais parecem irmãs.

O meu pai era a pessoa mais alegre que eu alguma vez conheci em toda a minha vida e tinha uma paciência de santo. Ele era tão sincero, tão protector. Era a única pessoa que me conseguia animar quando o que mais queria era chorar, porque ele tinha um dom de fazer bem às pessoas.

E o pior de tudo é que eu sempre fui a menina do papá e agora a única coisa que sou é um saco de boxe, para o meu "pai".

***

Aqui está o primeiro capítulo!

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- maguines xx


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⏰ Última atualização: Apr 21, 2015 ⏰

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