Não sabia o que levar...

7 0 0
                                    

     

      Quando entrei pela abertura do portão, vi que havia profissionais trabalhando na obra;

 perguntei a um deles onde ficava a biblioteca; e ele logo me indicou. A biblioteca estava vazia, havendo

 apenas uma pessoa no atendimento, pessoa a qual pedi para olhar alguns livro. É óbvio que o

 pedido foi apenas para "quebrar o gelo", pois tinha consciência de que ela não diria -e nem poderia- um "não".

      Eu não tinha a menor ideia de qual livro estava procurando, apenas me deixei levar pela

 curiosidade, ou seja, passando por todos as estantes. Talvez a única ideia que tinha era de levar

 algo de literatura, mas sem a clara certeza de que realmente faria isso.

     Novamente passando pelas estantes, agora já "imerso" naquele mundo, a ideia de levar um

 livro de literatura foi se reafirmando em minha mente, cada vez mais e, passando por mais

 estantes, finalmente decidi: levaria um livro de literatura clássica !

      Minha situação, desde que havia entrado, já era outra: se, quando entrei, não tinha ideia do

 que levar, agora já sabia que queria uma obra de literatura clássica. Claro, ainda faltava o

 principal: decidir o autor e a obra. Pensei nos russos, pois minha experiência com Tolstói e

 Dostoiévski já havia sido de grande prazer. Aliás, mais que prazer, esses dois russos me

 despertaram o desejo de conhecer a literatura clássica. Achei a prateleira onde estava a

 literatura russa, e os dois estavam lá. O problema é que, junto com a decisão de levar uma obra

 de literatura clássica, eu também havia decidido que teria de ser algum autor que eu ainda não

 tivesse lido nada e, aproveitando que estava na estante dos russos, peguei um livro que

 continha uma coletânea de contos do Tchekhov.

      Bom, já decidido sobre qual levaria, chegava a hora de uma pequena burocracia, que era

 fazer o cadastro na biblioteca para que pudesse levar a obra. Nesse momento,

 pensei que não seria nada ruim pegar outro livro. Assim o fiz, pegando "O velho e o mar", de

 Ernest Hemingway. Fiz o cadastro e saí da biblioteca.

      Cheguei em casa cansado, o que me surpreendeu, pois não imaginei que aquele tempo na

 biblioteca(2h e 30 min, aproximadamente) pudesse me deixar desse jeito. Talvez esse tempo,

 percorrendo as estantes, tenha sido mais que minha condição de sedentário pudesse suportar.

 Isso me lembra que talvez eu devesse voltar aos exercícios, algo que, nos últimos anos, tenho

 feito rara e esporadicamente.

Devolvendo livros...Onde histórias criam vida. Descubra agora