Capítulo 42

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Depois do almoço eu e mamãe lavamos as louças, quando terminamos tia Vera me chamou pra ir com ela e tio José para o quintal dos fundos.

Todos ficaram na sala vendo TV, está passando um jogo de futebol e todos ficaram assistindo.

- Lorinho. - Falo para Plínio.

- Lorinho. - Ele repete e abro um sorriso.

A gaiola de Plínio está no quintal, no fundo do quintal há um pequeno salão com uma mesa de sinuca e um bar, há uma escada em caracol e na parte de cima tem uma churrasqueira e uma mesa grande.

Fomos para o andar de cima e nos sentamos.

- Eu sei que te atrapalhei pedindo que você viesse, mas era importante pra mim e pra sua tia falar com você. - Tio José diz sério.

- Tio, o Senhor não me atrapalhou em nada, eu gosto de vir pra cá, sinto falta de todos e poder vir às vezes não me atrapalha, me deixa feliz. - Poder ver minha família me faz bem.

- Mesmo assim, eu sei que a viagem é muito longa, então queria te agradecer por ter vindo. - Tio José diz carinhoso.

- Imagina, o Senhor e a tia sabem que sempre podem contar comigo. - Se eles precisarem de algo, sempre vou ajudar.

- E você também sabe que pode conosco. Eu e seu tio estamos um pouco preocupados, vai ser a primeira vez que Carla vai ficar longe. - Tia Vera fala e assinto.

- Eu vou ser sincero. Eu sei que o Clode vem de boa família, sua mãe nos contou bastante sobre a família do Orion e do Clode, nós já conversamos com a família do rapaz, mas no fundo o que me importa são as atitudes do Clode. - Tio José explica.

- Estamos com medo, se o namoro da Carla com o Clode não der certo, o clima na casa dos pais do Clode vai mudar, a Carla vai ter que sair de lá, e ela não conhece nada dos Estados Unidos. Eu e o José estamos torcendo pra eles darem certo, os dois parecem se gostar, mas se conhecem a muito pouco tempo. - Tia Vera explica.

- Eu tenho medo, a Carla é bonita, chama a atenção, tenho medo que se ela ficar sozinha, sem conhecidos por perto pode se desesperar, eu já escutei falar sobre tráfico de mulheres, muitas pessoas somem nos Estados Unidos. - Tio José diz preocupado.

- O meu pai mora na Pensilvânia, é perto, da umas três horas de distância. Vamos supor que a Carla não dê certo com o Clode, se isso acontecer eu a trago pra morar comigo, perto de casa tem duas faculdades, e ela vai continuar seu curso. Em um caso extremo, onde eu me separe do Orion e tenha que sair da casa dele, carrego a Carla comigo, podemos ir morar com o meu pai, ou alugamos um lugar e dividimos as despesas, lá nos Estados Unidos não é difícil de arrumar trabalho. Eu prometo, que se nada der certo eu vou ajudar a Carla, prometo. - Falo sincera.

- Eu fico aliviada de escutar isso, era por isso que queríamos conversar pessoalmente. A Carla é nossa filha única, e do nada ela resolveu ir estudar fora e namorar o Clode, pegou eu e seu tio de surpresa. - Tia Vera fala e assinto.

- Sempre achamos que ela ia fazer faculdade aqui, e ia viver sua vida perto de nós, mas ela disse que está muito apaixonada pelo Clode, falou que o ama, e conhecemos a Carla, nós sabemos que é verdade. Se fosse só para namorar não íamos permitir essa viagem, seria uma loucura, mas ela indo com a promessa de fazer uma faculdade é algo maior, vai ser algo para o futuro dela. - Tio José fala e o entendo.

- Tio, eu não sou mãe, mas se fosse também ficaria aflita com um filho meu indo para outro país. Eu entendo toda a preocupação do senhor e da tia Vera. A oportunidade da faculdade é algo ótimo, eu tenho certeza que a Carla vai se sair bem, ela é inteligente, desinibida, vai ter ajuda, com fé daqui a uns dois anos e meio o senhor e a tia vão ir para os Estados Unidos assistir a formatura da Carla. - Falo sincera, sei que Carla vai conseguir se formar independe de estar com Clode.

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