🪐 • ossos frios, esse é o meu amor.

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[🌙] 

Cold bones, yeah, that’s my love
She hides away, like a ghost
Does she know that we bleed the same?
Don’t wanna cry but I break that way
Cold sheets, oh, where’s my love?
I am searching high, I'm searching low in the night

Ossos frios, sim, esse é o meu amor
Ela se esconde, como um fantasma
Será que ela sabe que nós sangramos da mesma forma?
Não quero chorar, mas me quebro assim
Lençóis frios, oh, mas onde está meu amor?
Estou procurando no alto, eu estou procurando baixo na noite

– "Where's my love", SYML.

⸙͎۪۫

O batimento cardíaco é algo muito interessante. 

A forma como nosso coração bate, apenas por estarmos respirando, é no mínimo instigante. Mas, saber que além disso, ele tem o poder de demonstrar reações pelo que sentimos, é extraordinário. 

Quando recebemos uma boa notícia, quando a chuva cai, quando o chocolate quente está doce o suficiente e amargo o bastante, quando vemos neve pela primeira vez e até em todas as outras vezes. Ao ver a pessoa que gostamos, e principalmente, quando nosso corpo está em uma crise de adrenalina muito absurda. 

E naquele segundo, meu coração gritava, corria em busca do limite, vibrava como se quisesse resistir, resistir à morte. A maca do hospital corria nessa mesma velocidade, enquanto me levava para uma sala que eu não fazia ideia sobre o que se tratava, mas as paredes gélidas de lá me lembravam a palavra casa. E depois que a maca entrou às pressas e fui transferido para a cama de hospital, tudo se apagou.

Mais uma vez.

Mas não era como se um dia eu tivesse saído do escuro.

⸙͎۪۫

Quando meu coração já havia se acalmado, e as cortinas do quarto dançavam pelo vento, abri os olhos, como se estivesse voltando de uma longa viagem. 

E talvez tenha sido. 

O aquecedor estava ligado, essa foi a primeira coisa que senti, e a primeira vez que agradeci por isso. Lentamente, meus sentidos voltaram, senti o cheiro típico de hospital, vi a janela e o sol batendo nas paredes, em seu tom mais fraco. Por fim, escutei a voz de alguém chamando por mim.

ㅡ Jungkook, você acordou! Fale comigo, por favor, amigo. 

E eu poderia ter certeza que era a voz de Namjoon, pois seu tom de preocupação era nítido. Tentei abrir minha boca e proclamar algo, mas nada saía, nem sequer um chiado. 

ㅡ Não! Na verdade, não fale nada! Vou chamar algum enfermeiro ㅡ A sua fala estava tremida, e suas mãos no mesmo estado ㅡ Não saia daí. 

Ele virou-se para ir em direção a porta, mas antes olhou para mim novamente.

ㅡ Desculpe, claro que você não vai sair, estou nervoso. Eu amo você. 

Namjoon poderia estar me xingando de todos os nomes possíveis nesse momento, mas ele escolheu acolher-me com amor. Esse era o meu melhor amigo, o cara que eu mais amava no mundo, o fator que afirmava que dois menos um é zero. 

O vi correndo pelo corredor, a procura de um enfermeiro, como havia dito. Enquanto isso, observei melhor o lugar onde me encontrava. 

As paredes eram azuis bebê, como o quarto de uma criança, mas ao mesmo tempo, me recordava ao frio. Pois azul é, muitas vezes, a cor do adeus. E essa sensação de estar sendo encurralado pelas gélidas paredes estava me sufocando. O aquecedor estava ligado, mas não parecia surtir efeito nenhum depois que reparei nisso. Minha respiração começou a falhar, lágrimas começaram a cair, caos começou a me consumir.

onde o caos é realmente bonito °jjk + pjm°Onde histórias criam vida. Descubra agora