|• ÚNICO •|

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Itachi Uchiha, o dono do maior clube de stripper da cidade, um homem charmoso e simpático.

Ele raramente fica no clube para apreciar algum show – minto, ele nunca fica no clube para apreciar os shows –, mas quando deparou-se com aquele cliente misterioso que apareceu uma única vez em seu estabelecimento, ele resolveu que ficar não seria uma má ideia.

E lá estava, mais uma vez, sentado em seus aposentos, observando toda a clientela pelo espelho falso, procurando evidências de um garoto alto de cabelos escuros e pele clara.

Parecia ridículo procurar por alguém que apareceu apenas uma vez, e não fez nada além de beber com os amigos.

Mas droga, Itachi precisava vê-lo, saber o seu nome, e, quem sabe, o levar para cama.

Já era a quarta noite que pensava nisso, e entristecia-se quando ele não aparecia.

Naquela noite, o garoto não apareceu – assim como nas outras três noites passadas. E Itachi foi para casa frustrado.

Ele não conseguia entender o que tinha de tão especial no garoto que o fazia quere-lo tanto, ele não parecia ser diferente dos outros caras que já se envolveu.

Ou será que parecia?

Eram tantas perguntas que rodeavam sua mente, que Itachi começara a achar que estava ficando obcecado por ele, e isso era muito preocupante.

Enquanto rolava de um lado para o outro na cama, suspirou pesado quando escutou a tosse preocupante de sua mãe, e não tardou a dar um pulo da cama e correr até os aposentos da matriarca, certificando-se de que ela estava bem.

Seu coração se apertou quando a viu limpando o sangue que escorria pelo canto da boca, enquanto seu irmão buscava um copo de água para alcançar a ela, e o outro segurava firme em sua mão com um olhar cabisbaixo.

— Mãe, a senhora precisa deixar que a levemos para o hospital — Pediu calmamente e sentou-se ao seu lado na cama.

— Eu estou bem, querido, não se preocupe. Se for minha hora de partir não há motivos para levar-me ao hospital, não aceito ficar entubada ou vegetativa e vocês sabem disso — Mikoto encarou os três filhos presentes no cômodo, e apenas recebeu sorrisos falsos e fracos de ambos, fazendo-a fechar os olhos e suspirar. — Eu os amo acima de tudo, e me dói pensar que partirei em breve e não estarei aqui para vê-los se formarem no ensino médio. Me dói também em saber que não estarei aqui para vê-lo encontrar sua alma gêmea — Encarou Itachi. — E mais ainda em saber que não estarei aqui para ver o Obito crescer.

— Mãe, pare — Izuna pediu em um soluço de choro. — A senhora não vai partir tão cedo. O aniversário de 1 ano do Obito está logo aí, a senhora vai aguentar mais três meses, a senhora precisa aguentar mais tempo — Ele debruçava-se em choro com a cabeça apoiada no peito da mãe.

— Eu não sei se aguentarei, querido — Mikoto fez um carinho no cabelo do filho e sentiu mais uma vez a tosse insistente invadir sua garganta. — Itachi, poderia me fazer o favor de ligar para o Madara e pedir para ele vir aqui pela manhã?

— Mãe, não! Eu sei o que a senhora está tentando fazer, isso não pode ser uma despedida — Agora foi a vez de Sasuke em soluçar.

— Está tudo bem, eu estou bem, e sei que vocês ficarão bem.

— O novo enfermeiro virá amanhã de manhã para cuidar da senhora, por favor, apenas tente resistir mais um tempo.

— Meninos — Itachi pronunciou-se pela primeira vez em meio aos choros dos irmãos. — a mamãe não quer mais lutar. O máximo que podemos fazer por ela agora é garantir que fique confortável e feliz. — Itachi deu um beijo na testa de Mikoto e tentou sorrir da forma mais verdadeira que conseguiu. — Eu prometo que vou tomar conta deles.

Linhas Tortas •SHIITA/ITASUI•Onde histórias criam vida. Descubra agora