Sofrimento? Sim

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Sabe o que sempre digo, nada é fácil, e principalmente, nada é tão ruim que não possa piorar, as coisas podem doer mais do que deveriam as vezes, podem dar errado, podem ser ruins, e isso, não é nada legal para a mente de um "aborrecente" como um dia ouvi, principalmente com ansiedade e toda essa merda junta e misturada, foi isso que aconteceu com nossa princesinha Sophie, ela não estava esperando por essa e chegou até a ver alguém para lhe dar um sermão..mas cá entre nós, não acho que tenha dado tão certo, não é mesmo?

                              Sophie Potter Malfoy - P.O.V

Eu estava muito animada com isso, com esse dia, vocês bem fazem idéia, eu planejei cada detalhe, por dias e horas, para que fosse perfeito, para que o meu encontro com o ga fosse perfeito e inesquecível, para que mesmo sem saber, meu aniversário fosse incrível, e eu acho que estava esperando demais pra alguém que não merece nada, como eu, eu sou essa lixo, estava mais que na cara que não ia dar certo, afinal eu não mereço, e ele merece coisa melhor - penso doloridamente, secando uma lágrima que ameaçava cair

Como foi que eu me permiti sonhar que iria ser perfeito? Melhor, quando foi que amoleci assim? - digo mais pra mim mesma do que pro nada

Era pra ser um dia incrível, mas tem uma festa melhor, mas tem compromissos e pessoas muito melhores que eu, mais lindas, mais doces, mais..tudo - falo gritando no travesseiro

Porque essa merda de vida tem que ser tão filha da puta as vezes? Porque dói demais essa merda dentro de mim, que parece uma bola sendo enchida e que está prestes a explodir, podendo ser a qualquer momento, porque essa dor que eu odeio, que me faz me odiar, me faz querer me machucar, querer gritar alto, querer ficar linda e magra, linda e magra, linda e magra, linda e magra

Porque? Porque você deus, que dizem ser o mais poderoso, permite que eu me sinta assim, tão mal? A ponto de não querer comer, me machucar, não sorrir..só porque? Eu queria que essa merda acabasse, ou que alguém percebesse, mesmo que isso seja culpa minha, mesmo que não tenha cura, eu só queria um abraço, um único abraço apertado dizendo que tudo vai ficar bem, só isso, queria alguém que me olhasse com amor e não dó, porque eu odeio dó, não sou cachorro de dia pra terem esse olhar pra mim.. - digo, já chorando silenciosamente, lágrima após lágrima, sem medo de verem, porque eu cansei

E se eu tentasse acabar com tudo isso aqui? - digo abrindo a escrivaninha e pegando o estilete que sempre está ali, o tempo todo e o abro, dividindo meu olhar entre ele e o meu pulso

Nathali: não, não faça isso - diz uma voz fina e calma, de algum lugar que não consegui ver no momento

Sophie: Deus? Você não é homem? - digo confusa

Nathali: não sou deus garota, que lerdeza - ela diz e logo após ri docemente

Sophie: então você é-

Nathali: não é possível você ter esquecido de mim né? - ela diz meio cabisbaixa

Sophie: pera- TIA?

Nathali: bingo, eu mesma, amém que lembrou né, te amo chata

Sophie: não tinha como eu esquecer, desculpa, eu não ando com a cabeça boa - digo distraidamente

Nathali: eu percebi, tem um serzinho rezando pedindo pra você ficar bem, e eu meio que ouço tudo  - ela diz tentando sorrir

Sophie: o tomatinho? Eu sempre soube que ele era inteligente, mas rápido assim não - digo surpresa

Nathali: sim, ele anda rezando muito, ele queria que eu viesse te ver, te abraçar - ela diz, agora sim, sorrindo, por ter orgulho do seu pequeno que agora já está grandão

Sophie: eu não preciso disso - digo e rapidamente olho para o lado

Nathali: pode negar o quanto quiser, mas eu sei que precisa sim, e você vai sentar ficar calada e me ouvir - ela diz primeiramente em um tom calmo, depois mudando pra imperativo, de comando

Sophie: ok? Fale - digo desconfiada, mas a obedecendo

Nathali: primeiramente, você precisa parar de se diminuir tanto, precisa parar de deixar os pensamentos falarem mais alto, precisa se deixar ser feliz - ela diz com o olhar e a voz preocupada

Sophie: eu não consigo, ninguém nessa porra me entende, ninguém percebe que não é porque tenho uma casa, família que estou bem, eles não enxergam essa dor excruciante, eles não me enxergam, não a verdadeira Sophie, que não é tão doce e cresceu faz um bom tempo, e entendeu na primeira crise de ansiedade que a vida não é fácil, entendeu como isso, que não sei nem explicar o que é, dói tanto, principalmente por ter tentando lutar tanto tempo contra isso e agora não tenta mais, porque cansou de falhar - digo com desdém, mas acompanhada de uma lágrima discreta, torcendo pra ela não ter visto

Nathali: porra, isso está pior do que eu pensava, e por isso você me lembra alguém

Sophie: quem? - digo, com uma ponta de curiosidade

Nathali: eu, a nat adolescente, porque essa merda de fase é a pior, e eu não melhorei 100% mas aprendi algumas coisas - ela diz, encarando as unhas pretas

Sophie: como o que? - digo sem interesse nenhum, apenas para parecer o contrário

Nathali: não podemos deixar que os pensamentos ruins, que nunca nos abandonam, nos controlar, tem que ser o contrário, temos que decidir nos amar e cuidar, e o mais importante, temos que infrentar, por mais que seja difícil, a voz que diz que você é gorda, feia e chata, porque você não é, você é tão linda, tão legal, tão cuidadosa, mais protetora que seu pai, e olha que ele é muito, você é incrível, e tem que começar a se dizer isso - ela diz, com uma certa esperança nos olhos

Ela acha que esse papo vai dar certo? Meu deus, que inocente, eu não consegui ouvir um a de tudo que ela disse, mas vou fingir que sim pelo menos - penso

Sophie: ok tia, vou tentar - minto

Nathali: isso meu amor, que bom - ela me abraça, com força, e mesmo não querendo, eu gostei

Nathali: eu sei que é difícil, já estive no seu lugar, ainda estou, mas tente, tente e tente de novo, eu prometo que as coisas vão melhorar com o tempo - ela diz sorrindo levemente, tentando e falhando, me confortar

Após um tempo do encontro com a tia:

Eu não acredito que ela veio aqui só pra me dizer aquelas coisas, que não entram em minha mente, não ajudou nada, eu sei que a intenção era boa, mas a lixo aqui não consegue e nem quer melhorar - penso rindo ironicamente logo após voltando a chorar, involuntariamente, porque eu queria muito que tivesse dado certo, queria que essa dor passasse só com um abraço, mas não, ela não passou

Era pra isso ser meu consolo? Meu deus, mas quem sabe um dia isso até de certo, eu espero que sim - digo olhando para cima, ainda com as lágrimas quentes escorrendo, esperando que, isso mesmo, Deus, me ouvisse

• Bom meus amores, esse foi o capítulo de hoje, o que acharam? Espero que tenham gostado, eu amei, como sempre, mas eu amo demais escrever assim, afiadamente, expressar tudo que ela pensa e sente, porque eu escrevo como eu pensava e ainda penso muitas vezes. Desculpa caso alguém tenha se sentido mal, essa não era a intenção, eu amo vocês, Beijosss até o próximo capítulo minhas lindas (os) e doces Jujubinhas (os)

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