CAPÍTULO 11

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AGORA
MELINDA

Eu não estava querendo acreditar, queria que meus olhos estivessem me traindo,porém não estavam.Rebeca realmente estava ali,em minha frente.

- Oi Mel.

Ela respira fundo,provavelmente tentando controlar o nervosismo ou será que era pra aliviar a culpa?

- Tudo bem?

Ela pergunta. Rebeca me encarava com expectativa mas eu simplesmente não sabia o que dizer e muito menos pensar.

- Melinda,eu sinto muito eu-

Ela para de falar quando tenta se aproximar mas eu me afasto,na verdade é a primeira reação que eu tenho desde que eu entrei nesta cozinha e a vi.

- Me desculpe.

Ela pede e eu podia vê seu pelo seu olhar,que ela se sentia magoada com meu afastamento.E foi assim que percebi que mesmo depois de um ano eu ainda conseguia decifra-lá. Mas por que ela estava magoada? Ela não tinha esse direito. Ela que me deixou aqui,ela que foi embora sem me dá nenhuma explicação.

- Mel. Fala alguma coisa ,por favor.

Eu olhei do balcão para ela tentando controlar a enorme vontade de beijá-la mas esgana-la ao mesmo tempo. Então eu respirei fundo,sentindo minhas mãos tremerem.

Eu não conseguia pensar. Não conseguia agir.Eu precisava de um tempo ,e queria muito um tempo agora. Meu peito doia,e eu precisava respirar mas não conseguia.

Foi aí que percebi a falta de ar ,eu tava tentando mas eu não conseguia respirar.Minha garganta fechando cada vez mais enquanto meu coração ficava cada vez mais acelerado,e a sensação de medo crescia. A tremedeira estava ficando cada vez mais forte,e as minhas mãos formigavam. Eu me sentia sufocada e fora de mim,enquanto um onda sonora aguda preenchia meus ouvidos.Eu com certeza iria desmaia.

- Melinda,me responde por favor.

Eu me apoiei na parede enquanto desabotoava alguns botões da minha camisa tentando encontrar ar aonde não tinha.

- Amor,calma. Eu tô aqui,tá bom?

Ela se aproximou de mim,colocando as mãos em meu rosto.

- Respira comigo.

Ela tentava fazer eu desacelerar minha respiração mas parecia que piorava. Ela então grudou nossas testas.

- Se concentrar em mim,na minha respiração.

E eu fiz o que ela me pediu,conseguindo aos poucos controlar minha respiração. O tempo foi se passando e aos poucos eu melhorando, até que todos os sintomas haviam acabado.

Nossos rostos estavam tão próximos,eu sentia sua respiração junto a minha e eu via ela se inclinando um pouco quase grudando nossos lábios,mas antes que isto aconteça eu a afasto.

- Não. - Digo a olhando seriamente,e ela franze o cenho.

- Eu pensei que-

- Pensou errado. - Digo a interrompendo. - Você não pode simplismente voltar depois de UM ANO e fingir que nada aconteceu.- Digo desviando dela. - Não pode entrar no meu apartamento e na minha vida,e bagunça tudo novamente. Você não faz IDEIA,do quanto demorou pra eu colocar minha vida nos eixos novamente. - Falo em um tom nada amigável a encarando,e vendo a mesma se encolher. -  E afinal,como você entrou aqui?

- Seu irmão me ajudou.

- Claro.Tinha que ser ele. - Digo dando um risada amarga e constatando o óbvio. - Você acha que tem o direito de ir até o meu irmão e pedir pra invadir o meu apartamento?

O destino uniu elas - Triologia Destino - Livro 3Onde histórias criam vida. Descubra agora