A Escolhida da Floresta

Capítulo 11

Enquanto isso na noite anterior...

– Onde eu estou? Se perguntou Luce com a voz trêmula e assustada, que lugar escuro...tem alguém aí?

– Não houve resposta alguma em meio aquela escuridão.

Luce então começa a caminhar em meio a trevas e totalmente sozinha, até que... um ruído a assusta, fazendo com que ela corresse no meio da escuridão. Luce estava ofegante e assustada ao mesmo tempo, depois de correr tanto após escutar aquele som misterioso que vinha de todas as direções. Parada em meio ao nada, ocorre um estrondo... como se aquele lugar inteiro estivesse tremendo e o chão se abrindo...

– Masss... o que está acontecendo? Que barulho todo é esse? Luce dizia isso tentando se equilibrar para ficar em pé, mas estava assustada demais para manter o controle, suas mãos tremiam e seus olhos estavam cheios de lágrimas...

Após algum tempo todo aquele barulho ensurdecedor finalmente cessou... ao olhar para trás Luce notou que havia uma enorme floresta ao fundo, ela ficou olhando para sem reação alguma durante um bom tempo.

Alguns minutos depois, ela fica de pé imóvel em choque com toda aquela situação... Puer veni noli timere...(Venha criança não tenha medo...), Luce olhou em todas as direções mas não via ninguém.

– QUEM TÁ AÍ?

– APARECE...

– QUEM É VOCÊ... POR QUE TÁ FAZENDO ISSO COMIGO?... disse Luce gritando mesmo pequena com uma voz trêmula enquanto continuava procurando de onde vinha aquela voz tão misteriosa.

A voz então fala novamente, Iam nostis ... nolite timere... (Você já nos conhece... não precisa ter medo...) ao dizer isso Luce fala novamente: – EU NÃO SEI QUEM SÃO VOCÊS... e cai no choro, nesse momento um caminho de luz aparece em meio a toda aquela escuridão e esse caminho levava diretamente a floresta.

Enquanto Luce chorava assustada, algo misterioso toca seu rosto enxugando as lágrimas... um toque gentil, uma voz gentil e calma diz: – Non laedamus eam... semper eam servabimus ne filios timeamus. (Não vamos machucá-la... sempre vamos protegê-la por isso não temas criança).

Luce então para de chorar e começa a caminhar em direção a floresta pelo caminho de luz. Enquanto caminhava por aquele caminho sempre parava para observar com atenção cada detalhe, as luzes eram chamas de fogo que flutuavam no ar e cada vez que avançava as chamas se intensificavam... Luce ficou hipnotizada olhando para aquelas chamas, é como se elas tivessem um magnetismo que te atraí inexplicavelmente, depois de algum tempo olhando as chamas que tinha uma tonalidade de roxo para lilás Luce percebeu que aquele pequeno caminho havia uma grama macia enquanto ela caminhava.

– Que estranho... porque eu tenho a sensação que já estive em uma situação assim... algum tempo atrás eu estava tão assustada e inquieta, e agora tô mais calma? – disse Luce enquanto se agachava para tocar a grama por onde estava caminhando.

Depois de tocar a grama, Luce seguiu em sua caminhada até a floresta até que uma outra voz disse: – Solus non eris in itinere... Tuus custos mox eris iuxta latus tuum. (Você não estará só em sua jornada... seu guardião logo estará ao seu lado).

Agora parada em frente a floresta, Luce fica hesitante se entra ou não na floresta, que continua com seu caminho iluminado pelas chamas, até que ela sente um leve toque caloroso em suas costas empurrando-a para dentro da floresta falando – ego vobiscum sum... (estarei com você).

Depois de ouvir essa frase Luce adentrou ainda mais na floresta, ao chegar em um determinado ponto um ventania inundou aquele lugar, Luce fechou os olhos enquanto tentava firmar seus pés no chão, depois de alguns segundos de ventania o lugar onde ela estava se encontrava todo iluminado por chamas de cor lilás e um tipo de poeira dourada que dava um toque ainda mais enigmático naquele ambiente.

– O que tá ACONTECENDO AGORA!!! disse Luce com as mãos no rosto tentando se proteger da ventania, depois de alguns segundos ela sentiu que a ventania parou e foi abrindo os olhos aos poucos.

Ao abrir os olhos tomou um susto com o que via em sua frente, – mas... o que..., olhando em todas as direções e disse que lugar lindo, falou Luce enquanto admirava todo aquele mistério. Mas quando ela olhou novamente pelo caminho que ela tinha vindo só havia trevas e o único lugar iluminado era onde ela estava.

Voltando seus olhares para aquele lugar iluminado e místico, árvores muito antigas começaram a aparecer e várias vozes disseram ao mesmo tempo:

– Puer prophetiae, puer prophetiae, iterum vocatus es. (Criança da Profecia, criança da profecia, você foi chamada novamente).

Luce então disse, – que profecia? Do que vocês estão falando? Enquanto ela falava isso, uma árvore milenar e tão antiga quanto as outras surgiu bem mais ao fundo e disse: – Mitescere puerum meum .... iam nostis nos... non pridem nos in simili missione invenimus. (Calma minha criança... você já nos conhece... não muito tempo atrás nos encontramos em um cenário semelhante), essa voz cálida ecoava dentro da floresta o que dava um ar ainda místico ao local.

Luce observava e escutava atentamente, até que de dentro da árvore milenar saiam galhos formando uma base de apoio, em seguida um círculo com símbolos antigos se formou em cima da base de apoio dando origem a um livro misterioso em couro marrom e com uma pedra de rubi ao meio. Ao ver aquele livro Luce sentiu uma pontada em sua cabeça e começou a chorar enquanto tinhas as mãos na cabeça como se tentasse tirar aquela dor, – tá doendo muito... disse enquanto chorava, até que uma das vozes disse: – Omnes dolor tuus evanescet... (Que toda a sua dor desapareça), após escutar isso uma brisa cálida e gentil passou pelo seu rosto tirando toda a sua dor.

O que vocês querem comigo?, disse Luce então a árvore mais antiga lhe respondeu:

                     - Minha criança não é o que queremos de você... mas sim que você foi escolhida a muito, muito tempo atrás...

                  - Nós já sabíamos que você apareceria, uma profecia nos foi revelada a muitas eras atrás...

                - A profecia dizia:

                                                   Uma criança após cem mil eras irá aparecer, mais poderosa que os                                                              feiticeiros anteriores, com dons e habilidades nunca vistos. A criança                                                        desta profecia terá um coração puro, uma alma que ilumina a todos sem                                                 qualquer sentimento negativo dentro de si. Além disso, a escolhida desta                                                floresta não estará só em sua jornada...

Depois de falar a profecia a árvore disse, – se aproxime minha criança e coloque sua mão em cima desse livro... ele lhe mostrará o que aconteceu naquela noite fatídica. Luce então começa a caminhar em direção ao livro e ao colocar sua mão em cima, uma onda de energia criou um clarão formando um círculo mágico no céu de onde irradiava uma luz com cores azuis e verdes misturadas. Nesse momento Luce tinha seus olhos fechados e ao abri-los, seus olhos tinham mudado de cor antes a sua cor era verde acastanhado e agora eles estão com tons de âmbar e dourado ao mesmo tempo.

Após abrir os olhos, ela se viu no acidente que teve com seus pais e a floresta onde iria com seus pais. Viu também ela mesma conversando com as árvores antigas, depois de alguns minutos ela fechou novamente seus olhos e aquele círculo mágico no céu desapareceu, assim como a cor de seu olho que voltou ao verde acastanhado, Luce então pergunta: – o que foi isso?

As vozes então responderam:

– Isso que acabou de acontecer foi um portal de viagem no tempo, uma magia antiga e poderosa que poucos feiticeiros sabem e conhecem...você minha criança se tornará uma feiticeira como nunca foi visto em eras...

– Mas por agora, você precisa retornar a sua realidade... nós sempre estaremos com você...

Ao escutar essas palavras tudo ao seu redor some, como se aquilo nunca tivesse existido e então ela cai no sono, ao abrir seus olhos novamente ela já estava em seu quarto na casa dos Giovanni e adormeceu novamente.