3| Louis Partridge

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Era ele.

Eu reconheceria aquele rosto a 2km de distância. Louis Partridge estava bem na frente dos meus olhos, agora tudo faz sentindo.

Por um breve momento eu me sinto culpada por ter culpado minha vó pelos posters, mas isso passa rapidamente, uma onda de calor me consome, sinto minhas mãos suadas e meu coração acelerar como nunca tinha acelerado antes.

Tudo parecia tão real, mas ao mesmo tempo um sonho muito bom (ou quase).

Pego no braço de Emily e começo a chacoalhar a mesma sem tirar os olhos de Louis.

-Olha, olha, olha, olha, olha-Digo histericamente.

-Ai Lia-Ela fala afastando minhas mãos do braço dela-O que foi?-pergunta curiosa.

-Olha ali, eu falei que eu estava em uma dr. É ele! amiga, o Louis Partridge que faz o Tewkesbury em Enola Holmes.

-Louis Partridge? Ator?-Ela debocha de mim, rindo.

-Bom, aqui talvez ele não seja, mas na minha cr é.-retruco ainda observando o Louis se acomodar em um dos bancos do lado direito do ônibus com uma menina de cabelos escuros.

-Você fala com tanta convicção que as vezes nem parece que tá mentindo.

-Eu não tô mentindo, Emily.-suspiro.

-Eu vou ir falar com ele-Falo levantando para ir até Louis quando sinto o braço de Emily me puxando pro banco.

-Você tá louca? Você vai chegar nele e falar o que? Oi Louis , eu sou a Lia, vim de outra realidade, sabia que em outra realidade você é um ator?.-Ela fala fazendo uma foz fina e gesticulando.

-Eu não tinha parado para pensar nisso.-Me sento novamente.

-Você não está em condições de ir falar com alguém, já chega dessa brincadeira, Lia.-Ela diz rigidamente.

Me viro pra ela, seguro suas mãos olhando em seus olhos.

-Emily, você precisa acreditar em mim, você é a minha única amiga e a única pessoa que eu sei que sabe sobre shifting. Por favor, você tem que acreditar em mim.-Falo com uma última esperança dela acreditar.

-Lia...você tá falando sério?-Ela parece finalmente ceder.

-Eu não mentiria algo assim pra você.-Dou um pequeno sorriso para ela.

-Meus Deus...-ela fala me olhando meio assustada e sinto um alívio por finalmente sentir que ela acreditou em mim.

•••

Os próximos 10 minutos foram de Emily perguntando como eu fui parar ali, de como é o Louis na minha cr e outras milhões de perguntas que eu só respondi no automático já que meus olhos e minha mente não saíam de Louis que ainda estava sentado sozinho no ônibus.

Enquanto Emily fala sem parar, lembro de um momento dos últimos 10 minutos...Emily riu quando eu falei que ele era ator, então...

-Você conhece ele?-Falo olhando pra ela e interrompendo sua fala.

-O Louis? quem não conhece ele aqui?-Ela da uma risadinha.

-Por que? O que ele faz?-questiono.

-É famosinho por jogar vôlei muito bem, o time dele já ganhou vários campeonatos e a maioria dos pontos foram feitos por ele.

Nós duas levantamos um pouco para observar ele disfarçadamente por cima do banco.

-É engraçado, eu acabei vindo pra uma dr de tudo o que eu estava pensando antes de tentar o método da intenção.

De todas as minhas tentativas de vir pra cá essa foi a mais aleatória e a que eu nunca poderia imaginar que daria certo.

Eu já havia tentando todos os método possíveis, uma vez minha avó me pegou fazendo afirmações e achou que eu estava com algum problema.

Tive três sessões de terapia até convencer a mesma que estava tudo bem.

-Talvez seja isso que te trouxe até aqui, Lia de outra realidade.-Nós duas rimos.

É tudo tão "estranho", eu me sinto mais feliz nessa realidade mesmo sendo quase igual a minha cr. Faz tempo que eu não me sentia assim, faz tempo que eu consigo sentir algo.

Desde que eu perdi o meu pai tem sido difícil interagir com os outras pessoas, mas por algum motivo eu me sinto muito bem aqui.

Saio do transe com uma cotovelada que ganhei de Emily, olho para a mesma que faz um sinal levemente com a cabeça.

Olho na direção que a garota sinalizou e vejo a menina de cabelos escuros, dando um abraço apertado no Louis.

Não sei porquê, mas me sobe uma sensação tão estranha, logo desvio o olhar rapidamente para que eles não percebam.

Olho para o lado e vejo a cara de deboche da Emily, me jogo de volta no assento e espero pelo seu sarcasmo.

-Nem na realidade que você mesma desejou você se dá bem- A garota caí no riso, como se fosse a melhor piada do mundo.

-Quem sabe na sua próxima dr você não conquiste o "bonitão" do Louis–Ela diz o "bonitão" em forma de deboche e ri mais uma vez da minha cara.

A olho indignada enquanto pego o meu fone sem fio na intenção de ignorar a mesma até o resto da viagem.

Porém, não consegui ficar por muito tempo quieta.

-Emily–chamo a garota e a mesma tira a atenção de seu livro.

–Só pra você ficar sabendo, eu não preciso de outra realidade, só essa basta–só depois me dei conta do que disse, mas já era tarde demais.

Emily não consegue segurar o riso, assim iniciando uma risada escandalosa que preenche todo o silêncio que havia se instalado no ônibus.

Olho em volta e percebo que chamamos mais atenção do que esperávamos. Automaticamente meus olhos vão de encontro aos do garoto de cabelos castanhos e percebo que o mesmo já estava me encarando com aquele olhos cor de avelã tão intensos.

Sinto as minha bochechas esquentaram só de pensar na possibilidade dele ter escutando, as borboletas começarem a dar sinal de vida, mas seu olhar não dura muito, pois o garoto fez questão de desviar e focar toda a sua atenção na garota ao seu lado.

É, talvez ele não seja do jeito que eu imaginei.

Amor emoldurado| Louis PartridgeOnde histórias criam vida. Descubra agora