Cap. 1 - Julgamento

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   Do alto do trono dourado a sentença soou da voz do rei Augusto, meu pai.

- Por profanar os deuses e o reino, por mentir dizendo-se portador da magia a muito extinta, eu, Augusto, vossa majestade o condeno a morte.

Mentira, tudo mentira.

A magia não havia sido extinta, De fato, depois da guerra do bem e do mal, depois dos corvos vencerem e a raça dos serafins ser extinta, a magia do povo comum também desapareceu.

Mas os reis que ainda permanceram fizeram uma aliança com os corvos. Nós possuidores de sangue real seríamos abençoados com dons, estes seriam escritos pelos corvos no livro do destino, o livro de Vardak, guardado a sete chave na montanha negra do sopro. Mas os corvos eram demônios ardilosos, de fato nos deram dons, mas cuidaram de transformar os dons em maldições.
  Ninguém sabia, mas era por isso que sentada ao lado do trono de meu pai, a rainha mãe, minha avó, Nicoleta Casteli, usava um véu preto que lhe cobria o rosto um dia belo. Ela tinha o dom de ver o futuro, e tinha a maldição de perder um pouco da visão cada vez que espiava o destino.

- Permita-me interceder vossa majestade. - A conselheira Ágatha se pôs de pé. - Peço que reconsidere a sentença, este homem deve sofrer de loucura, somente um louco acreditaria que a magia ainda existe.

- Está me afrontando conselheira Ágatha ? Uma vez dada a sentença não a retirarei, a voz do rei é a lei.

Ágatha engoliu em seco, sabia que não podia contrariar o rei, sabia que ele não a mantinha ali por ser filha de um primo distante morto pelos corvos, mas porque ela possuía magia, possuía sangue real.

O dom de Ágatha era se transformar em uma águia de fogo, e sua maldição era não poder evitar a transformação enquanto houvesse sol no céu. Mulher a noite, águia durante o dia. E seu castigo toda vez que não se curvava ao rei, uma gaiola apertada.

Mas Ágatha era audaciosa, Ágatha não tinha medo. Assim como aquele homem de joelhos diante do carrasco não parecia ter medo.

O homem não tremeu, nem mesmo quando o carrasco levantou a espada. Parecia ter esperado a vida inteira pelo dia de sua morte.

- A magia existe, eu a vi, a possuo, não a temo. - Ele bradou, em seguida começou a entoar uma canção antiga, a muito esquecida pelas criaturas.

Se aquele homem possuía magia, ele possuía sangue real, ele era uma ameaça à coroa. - Foi isso que meu pai pensou quando fez um gesto com a mão, o carrasco abaixou a espada e a cabeça do homem rolou no chão do salão.

Fechei os olhos com força, precisava me erguer, com uma herdeira como uma princesa, mas eu era fraca, não conseguia me impor a soberania dele.

Os únicos sons no salão foram os soluções de Ágatha, em partes pela vida do homem, em partes por ela mesma que sabia que seria presa na gaiola em seguida.

Com os olhos marejados tive a impressão de pela janela lateral ter visto algo brilhar, mas devia ser só uma impressão.

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⏰ Última atualização: May 16, 2022 ⏰

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