Prólogo

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Olhou novamente para a taça em sua mão, fitava o líquido esverdeado sentindo certa repulsa notando até mesmo algumas partes de morcego como patas e até mesmo uma pequena cabeça boiando. Algo dentro de si gritava para que não ingerisse tal bebida, mas por outro lado pensava em como seria sua vida após tomar daquele antídoto esquisito, poderia finalmente expor-se sem medo, senti o calor que o sol proporcionava, olhar para o céu no amanhecer ao invés de esconder-se, nunca mais sentiria medo de sorrir para outras pessoas, ou sentir-se culpado por não controlar a si mesmo quando sentia fome. Pensava que finalmente tinha a chance de provar doces, comida que tanto desejava um dia experimentar, finalmente ele realizaria o sonho de um jovem rapaz que achou estar morto a tantos anos.

Olhou para o ser a sua frente que lhe entregou a bebida, a criatura sorria maliciosamente encarando os dedos do rapaz tão profundamente que até mesmo babava, parecia ansiar para ver sua mais nova obra em ação.

Estava tão apavorado com as mil possibilidades pós antídoto que podia jurar sentir seu coração morto palpitar no peito, sentia sua pele até mesmo esquentar na região do rosto, o ar que nunca precisou usar agora parecia muito útil, o que antes fazia fingindo agora ele fazia por pura ansiedade de saber como era sentir o ar entrando e saindo de seus pulmões.

Olhou o objeto na outra mão, um colar com a foto de sua tão amada Corália Viturino. Pensou que após tomar o antídoto poderia finalmente casar-se com sua donzela e ter uma verdadeira vida ao lado da bela ninfa. Sentiu vontade de chorar, e mesmo não podendo fazer isso olhou a taça em sua mão e com o coração ansiando por pulsar novamente tomou de uma só vez com a esperança de finalmente estar vivo de verdade.

[...]

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