- Único; Desafios -

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Adrien encarou a namorada de forma debochada. Marinette ficava graciosa naquele roupinha de jogadora de tênis; a blusa polo rosa, a saia branca e a viseira também rosada sobre os cabelos presos em um rabo de cavalo alto.

A franco-chinesa de olhos azuis que flamejavam como uma fogueira ardente, cruzou os braços e olhou para o namorado, batendo o pé no chão.

Ele só poderia estar de brincadeira, certo?!

Sabia que não. Sabia que Adrien Agreste era um verdadeiro sacana.

E ela deveria ter se lembrando daquilo ao pedir para o namorado, um tenista do clube da faculdade, para lhe ensinar a jogar Tênis há uma semana atrás.

— O que foi, Marinette? - ele parou do outro lado da quadra de tênis a céu aberto e vazia da Universidade naquele final de semana.

O Sol contemplava o dia, brilhante e ardente. O verde se distribuía exuberante pelo ambiente ao redor da quadra, pelas árvores majestosas e as pequenas flores que nasciam.

A Dupain-Cheng mordeu o lábio inferior. Ele estava fazendo aquilo de propósito.

— Por que você está vestido assim? - ela o questionou ainda na mesma posição. A voz soava levemente irritadiça.

— Pensei que você fosse gostar. - ele deu de ombros com um sorriso galanteador.

Adrien correu até ela, pulando a rede que os separava parando em frente a franco-chinesa.

Marinette visualizou mais de perto o torso nu bem definido do namorado, o short preto e o tênis estilizado. Ainda pôde ver o elástico da cueca azul escura que ele usava. Mordeu o lábio inferior. E ela teve certeza de que, sim, ele estava fazendo tudo aquilo de propósito.

O Agreste sorriu ladino ao observar a Dupain-Cheng lhe devorar com aqueles olhos azuis vibrantes que queimavam como fogo em brasa.

Certamente faria um bom proveito daquela partida de tênis.

— Você só pode estar me zoando. - como se saísse de um transe, a garota o encarou.

Adrien pôs as mãos na cintura, desacreditado.

— Não estou! Hoje está bem quente e não tem porque usar camisa pra isso.

A mestiça desviou o olhar, enquanto resmungava.

— E se virem você assim... - murmurou.

A pose dele se desfez, o corpo tombou para frente, levando a mão esquerda para o queixo da namorada a obrigando que lhe encarasse.

— Isso seria ciúmes na sua voz?!

Ela encarou os olhos verdes que continham certo convencimento, e brilhavam em diversão.

— Eu não estou com ciúmes...só não quero que fiquem olhando pra você.

Adrien soltou uma risada um tanto fofa, erguendo o corpo.

O jeito envergonhado de Marinette era encantador; as bochechas rosadas, a maneira em como ela se remexia incomodada, esfregando as mãos na frente do corpo e os resmunguinhos que ela soltava de vez em quando, faziam o mais alto ter vontade de beijá-la a todo momento. Principalmente por se lembrar de como a conheceu no refeitório da universidade, dois anos atrás, onde ela acidentalmente derramou um prato de pudim com calda caramelada em suas roupas. Pôde visualizar perfeitamente em sua imaginação o desespero que tomou a feição da garota, enquanto gesticulava agitada olhando de um lado para o outro sem saber o que fazer, procurando por algo que pudesse lhe ajudar a limpar aquela sujeira. E Adrien estava irado, todo imundo pelo doce desperdiçado, mas ao olhar para os olhos tão perdidos e preocupados dela se compadeceu, ele percebeu que ela choraria a qualquer momento.

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