Prólogo

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Asgard, 1554 d.C

O baile anual. Um dos maiores festejos do poderoso reino de Asgard. Uma comemoração que durava sete dias e todos os moradores estavam convidados.

Vinho, uvas, castanhas e especiarias eram servidas à vontade e cada convidado se vestia com suas roupas mais chiques e joias exuberantes. Ouro, prata e diamantes eram fáceis de encontrar enfeitando os vestidos e cabelos das jovens dançantes e as vestimentas dos cavalheiros.

No meio da multidão que dançava e se embebedava ao som da magnífica música asgardiana, uma jovem se destacava.

Seus cabelos pretos como o véu da noite reluziam a luz dourada das velas. Sua pele escura brilhava como Carvalho. Seu vestido destoante rodopiava ao passos da garota que passeava dançando pelo grande salão iluminando o rosto de quem via com seu sorriso.

Amehty era seu nome. Uma grande feiticeira e discípula da deusa e rainha de Asgard, Frigga. A jovem Amehty que cativava a atenção e o olhar tanto de homens quanto de mulheres por onde quer que passava havia sido convidada pessoalmente pela rainha, sua mestra e figura materna.

Embora todos fossem afetados pela beleza incomparável e personalidade incrível da jovem, havia um deus em específico que demonstrava mais interesse em Amehty do que os demais.

Loki. O deus da Trapaça e filho mais novo de Odin. Traiçoeiro e um dos grande praticantes de magia no reino. Mas como um homem como ele poderia algum dia receber a afeição de uma mulher tão respeitada e invejada em Asgard?

Conforme sua longa saia se arrastada pelo salão de dança e a jovem Amehty dançava ao ritmo da música, uma toque gélido segurou sua mão e cintura.

O choque entre quente e frio e a mistura das duas respirações. Os olhos castanho mel de Amehty encararam os verdes azulados olhos de Loki.

Um momento de conexão e desejo.

- Vossa Senhoria. - Diz Amehty cumprimentando o rapaz.

- Não te vejo a semanas. Algo aconteceu? - Perguntou o deus conforme seus pés se moviam acompanhando os movimentos ágeis da feiticeira.

- Nem todos temos seu poder, meu príncipe.

- Amehty, nos conhecemos desde crianças, não há necessidade de me tratar tão formalmente.

Um sorriso malicioso aparece no rosto jovial da garota e ela se aproxima da orelha de Loki sussurrando e causando arrepios na espinha do príncipe.

- Há pessoas olhando, meu senhor. - Afirma a mulher com ênfase irônica na palavra.

Os olhos verdes do rapaz passam pelos corredores espantando os olhares alheios e ele encara Amehty com o mesmo sorriso conspiratório da jovem.

- Por que não saímos daqui, então? - Indaga lhe estendendo o braço.

Os dois caminham pelos baile despistando-se dos curiosos e aproveitando a companhia um do outro.

Vagando pelos amplos corredores do castelos, o casal chega a uma área externa reservada. Amehty nunca havia estado naquela parte do palácio, algo estranho, considerando que havia passado grande parte de sua vida entre aquelas paredes.

- Que lugar é esse? - Pergunta com uma voz encantadora. Era um espaço aberto no alto do palácio com vista para todo o reino. Vinhas cobriam as colunas douradas ordenadas com velas brilhantes  que iluminavam o lugar. Era lindo.

- Gosto de vir para cá para fugir de meus problemas.

- E quais seriam seus problemas, meu príncipe? - Pergunta provocante se aproximando de Loki. Seus corpos se encontraram e ambos se encararam.

- Nada com que você tenha que se preocupar. - Afirma passado a mão na bochecha da amada e lhe puxando para um beijo deliciado.

- Sabe que sempre pode contar comigo, meu amor.

- Querida, só de estar com você sinto todas minhas preocupações desaparecerem. Você é a mulher mais incrível e a feiticeira mais habilidosa que já conheci em meus séculos de vida. - Diz com um tom suave.

Os olhos de Amehty brilham com a lágrima que se formava no canto de seu olho. Loki também era seu porto seguro. Ele era o homem mais gentil e especial que já havia encontrado em Asgard, era o único que a compreendia e não pedia que ela fosse alguém que não era. Ambos eram totalmente honestos um com o outro e não precisam ser ninguém além de si mesmo quando estavam juntos.

Aquele era o amor mais puro que existia. Uma parceria criada a partir da amizade e fortalecida pela paixão de ambos com o passar dos séculos. Juntos eram invencíveis, mas seria o amor de ambos forte o bastante para previnir o que estava destinado a acontecer?

Uma profecia e um poder terrível vagavam pelos corredores do castelo e a criança amaldiçoada estaria condenada a destruição. Amehty que nascera sob uma má constelação e que está fadada a um terrível fim, vivia sua vida sem o conhecimento de seu futuro trágico.

Uma lenda que lhe fora escondida sem consentimento e seria responsável pelo destino que tentava constantemente ser evitado.

𝕯𝖗𝖔𝖛𝖊 𝖇𝖞 𝕱𝖆𝖎𝖙𝖍Onde histórias criam vida. Descubra agora